Silveira


Tinha que falar da Silveira! Este antigo porto de pescas que agora é uma zona balnear muito frequentada durante a época balnear, está situado numa baía perto do Monte Brasil, a escassos 2 quilómetros do centro histórico de Angra. Como zona de banhos recordo-me dela já em 1980, altura em que ainda atracavam pequenos barcos de pesca. Com o tempo passou a ser somente zona balnear e com a proximidade do Hotel Caracol tornou-se uma zona excelente para reduto de férias! Quando a época balnear termina a maioria das pessoas que enxameam o porto desaparece e aí começa o banho a sério para os irredutíveis da Silveira: águas sem jovens irritantes a esborracharem-se na água com as suas "chanaias" (formas artísticas e inconscientes de saltos para a água), espaço e silêncio para apreciar os sons de vêm do mar, água tépida até meados de Outubro. Existem várias categorias de fans da Silveira: os primeiros, os fundamentalistas, gente normalmente mais velha que se banha nas suas águas pelas oito horas da manhã; o segundo grupo, o pessoal do meio-dia, que aproveita a pausa para almoço e vai por essa altura.  Um terceiro grupo, são os indisciplinados, os que vão quando lhes apetece, no qual me incluo. Prefiro, de longe, um banho pela manhã, a partir das 10 horas, que dormir também é preciso mas nem sempre posso; um banho pelo final da tarde é igualmente bom! Ontem pelas 18,30 estava a sair da água, não havia vivalma nem um pescador para amostra. Que paz, que sensação de felicidade, de vida! Após uns quatrocentos metros de braçadas em velocidade de cruzeiro, dez minutos na chapinhar na água, seguido de uma chuveirada ao ar livre, de água doce, fico pronta para enfrentar o mundo novamente!
   Alguns dos verdadeiros fans fazem maratonas de natação que os leva até ao Cais dos Soldados que fica colado ao Monte Brasil junto das muralhas do Forte de S. João Baptista! São os corredores de fundo da Silveira!
   Eu particularmente sou mais corredora de meio fundo até porque sou demasiado impaciente! O meu objectivo mais ambicioso é ir ao martelo, uma rocha suficiente longe e suficientemente perto ao mesmo tempo para me sentir orgulhosa do meu modesto feito! Não vou sozinha, se morrer devorada por um tubarão pelo menos morro acompanhada!

No ano anterior consegui visitar a Silveira durante todo o inverno: elaborei um projecto para uma turma de Oportunidades e todas as sextas-feiras com excepção daquelas onde chovia copiosamente, eu mais o grupo de alunos teimosamente passávamos um hora e meia na Silveira: por vezes era difícil, a água fica mesmo fria no inverno mas fomos duros e conseguimos! No dia 1 de Janeiro lá estava eu mais uns quantos, o mar não estava propriamente para brincadeiras, era um pequena montanha-russa mas a alegria de ter iniciado o ano no mar foi enorme; no final uma tigela de caldo verde para aquecer o corpo soube-me a lagosta!
Este ano é para manter o mesmo propósito: Silveira de preferência todos os dias, faça chuva ou sol!


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