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O natal do divorciado

Natal! No Natal ninguém pensa nesses desgraçados, nessa casta de desperados que são os divorciados. Eu penso e estou solidária. O divorciado passa por cinco estágios ao longo da sua condição de divorciado: O primeiro é a Negação: o tipo ainda não percebeu, sabem, aquele momento que acontece quando, por ex. um puto tira um chupa chupa ao outro e este fica ali um segundo a tentar perceber o que lhe aconteceu antes de começar a chorar desalmadamente? No Natal ainda toma banho, perfuma-se, compra a prenda certa e tem esperança que ela se comova com a tristeza dele, apesar dos 50 sms diários sem resposta. É um crente. Com o segundo estágio vem a raiva e tudo descamba. Aos 50 sms de amor seguem-se 50 sms mortíferos onde o Stephen king se poderá inspirar. É um estádio de insanidade normalmente temporária. Convém fazer um seguro contra todos os riscos, do carro também e todos os bens perecíveis. O Natal é explosivo e imprevisível. O presente comprado foi queimado num ritual satânico. As fo

Auschwitz - para que nunca se esqueça!

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Auschwitz I "O trabalho liberta" Câmara de gás Forno crematório (sala imediatamente ao lado da câmara de gás. Os alemães sempre altamente práticos) Cada prisioneiro aprendia muito rapidamente que era importante passar despercebido; não levantar o olhar, não transparecer uma emoção, um lampejo de raiva, de dor, de indignação, o comportamento volátil e imprevisível dos soldados e oficiais alemães tornava a existência de cada um como um jogo de dados. A sorte ou o azar ditou o destino de muitos. Os castigos, se o prisioneiro tinha sorte de não ser sumariamente fuzilado, podiam passar por ser encerrado num espaço exíguo junto com outros com igual sorte, durante uma noite, de tal forma exíguo que, de manhã, na abertura do buraco nem todos estavam vivos.  O trabalho da maioria era ao ar livre a vários km do campo, com sol abrasador ou temperaturas de -20 ou 30 graus, sem um agasalho ou um abrigo. Sobreviviam os que tinham um espírito t

Retrospectiva

Cinquenta e seis anos passados Meio século de existência Anos de vida dedicados Ao mar, misto de enleio e obediência. No dia em que veio ao mundo Uma estrela brilhou no céu, Nasceu para ser vagabundo Neste mundo de homens foi feito réu. A vida sempre lhe foi infiel e dura Feita de trabalhos e canseiras Mas o desconhecido e a desventura Nunca lhe impuseram barreiras. Cedo ingressou na Marinha Em busca de novos horizontes E a vida que sempre parecera mesquinha Tomou novas formas, surgiram novos "montes" E o mundo foi todo percorrido Mês após mês, no mar navegando Lembranças da terra, num tempo ido Foram pouco a pouco se dispersando. Conheceu numa festa da aldeia Aquela prima desconhecida, tão esbelta Seus cabelos negros, seus olhos de sereia Puseram-lhe o coração em estado de alerta. E o dia de casamento chegou A noiva de branco, ele de fato A hora que tanto ansiou Fora chegada; heróico acto. Nasceu o Rui; botão de rosa Num jardim, ainda por