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A mostrar mensagens de janeiro, 2012

Os Romeiros

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    Os romeiros estão quase aí! É u ma das tradições religiosas açorianas que mais me impressiona, grupos de ho mens, exclusivamente homens, que aquando da época santa da Páscoa, percorrem as ilhas rezando e cumprindo as penitências que muitos lhes encomendaram e por todos aqueles que,  abordando-os no caminho lhes pedem que rezem por eles e pelas suas famílias.    Existe um livro muito interessante sobre esta prática religiosa com imensas fotografias, incidindo exclusivamente sobre a ilha de São Miguel, onde esta tradição tem maior expressividade e onde se iniciou. Contudo, a ilha Terceira também a realiza tendo um grupo activo que pode variar entre 40 a 60 elementos, entre adultos e crianças.    A primeira vez que vi um grupo de romeiros foi justamente em São Miguel, estava eu lá de férias com os meus filhos. A visão de tal agrupamento de homens, de roupagens características envoltos em lenços grandes e garridos, a contrabalançar  as calças e casacos escuros de aparência grosseira,

Das mazelas dos outros...

   Existe uma espécie de gente com a qual é inutil tentar passar para um nível  de maior intimidade, confessando-nos e abrindo-nos sobre aquilo que nos consome, nos magoa, nos doi.  Se dantes, a essa gente desabafava sobre o que me apoquentava , se carpia as minhas mágoas e se me queixava das minhas maleitas físicas, agora deixei-me disso! Não vale a pena! Estar para ali carente de receber um mimo, um colo, uma mão pela cabeça, uma palavra animadora e, ao invés,  acabo eu por servir de receptáculo das magoas mais profundas, de doenças ainda mais incapacitantes do que as minhas, de toda uma panóplia de dores e injustiças várias, susceptíveis de tornar os meus pequenos males de corpo e de alma, ridicularias mesquinhas e egoístas. Numa batalha onde se degladiem maleitas e mazelas eu estarei sempre a perder pelo que, me dou por vencida mesmo antes de iniciada a contenda. Esses seres sofredores existem para nos fazer lembrar o quao ingratos somos por nos queixarmos da vida privilegiada que

Veredas abaixo..

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Golfe no cerrado

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    Aula amanhã com o professor, tinha hoje que ir bater umas bolas, esqueci-me mais uma vez que hoje o clube de golfe está fechado; dei com o nariz na porta e apetecia-me esbofetear-me por mais este esquecimento: não é a primeira vez que isto me acontece! Começo a preocupar-me, uma vez ainda se percebe, duas vezes ou é estupidez ou pré-demência!!! Quando encasqueto qualquer coisa é uma inquietação para fazer a rebobinagem e alterar a programação que na minha cabeça já estava perfeitamente definida pelo que não demorou muito até decidir ir à procura de um cerrado para o meu objectivo: nada difícil descobrir um cerrado nesta terra, o problema era escolher. Resolvi ir à cidade, atestar o depósito e ir pela ilha a dentro até descobrir um que cumprisse os meus requisitos, que era basicamente  um só: não ter touros lá dentro! Nada mais fácil, Terra-Chã acima, pela estrada que leva às Veredas, numa bifurcação corto à esquerda, subo uma canada e chego a uma zona de lavradores, de cerrados com

Tralha ou nem por isso...

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    A escolinha primária onde dou aulas está em pinturas, altura oportuna para a directora da escola fazer umas limpezas ao seu espólio, contudo, para além de se desfazerem do que já não é útil e só está a ocupar lugar também se prepararam para o fazer com uma peça que, não sendo nenhuma preciosidade do mobiliário português, é uma peça com graça que, com algum restauro fica um verdadeiro mimo! Já anteriormente tinha olhado para aquele armário e sempre que o via pensava o quanto gostaria de o ter; hoje, num daqueles momentos em que o instinto funciona na perfeição, a passar novamente pelo corredor onde o armário se encontra resolvi propor a compra do armário à directora, certa que tal propósito seria impossível. Encontrando-a fiz-lhe a proposta, respondeu-me sorrindo que os pintores se preparavam para o por no lixo, mais uns momentos e não  o encontrava!!! "Não, não façam isso, se não te importares eu fico com ele!" A minha colega olhou para mim com um ar divertido, é sempre i

Experiências golfísticas

    Uma hora e meia a bater bolas:  controlei bem o tempo, tinha que o fazer porque ainda tinha uma aula para dar, em Angra. O professor tinha-me dito " venha treinar um dia sozinha antes da próxima aula" e eu, bem mandada, quando quem manda sabe mandar, fiz o que me foi dito: saí das aulas, controlei o tempo entre a escola e o clube de golfe a fim de poder organizar a minha vida em dias futuros, e surge-me a primeira grande dúvida do dia: devoro ou não um duplo cheeseburger com batatas antes do treino? Argumentos contra e a favor, os últimos prevaleceram, sem grande esforço, mas condescendi num ponto: esquece o duplo cheese, é nessa fatia a mais que não comerás que se encontra toda a gordura que sabes irá direitinha para a barriga!!! Reconciliada comigo própria e com a minha gula surge-me a primeira ansiedade do dia: será que vou conseguir tocar, sequer, num raio de uma bola? será que consigo, tocando numa bola, pôr a maldita  a subir num arco decente? Será que terei toda a

Angra do Heroísmo outra vez!

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A Explicação de Inglês da Dona Lucínia

   Mal cheguei à Terceira em 1977 percebi que esta terra não era igual às que conhecera até então; o primeiro bafo a mofo da casa da Rua da Palha deu-me as boas vindas aos Açores e ainda hoje gosto deste cheiro... as gavetas do armário embutido que tenho ao fundo do corredor da casa onde vivo têm este  mesmíssimo cheiro. Quando tenho que abrir uma delas, para tirar uma ferramenta que preciso, inspiro uma ou duas vezes e a recordação é instantânea: viajo de sopetão para a casa da Rua da Palha ( que na altura ainda se chamava Rua Padre António Cordeiro)!  Quando, nesse dia ido de boa memória a minha mãe atravessou o umbral da porta número 89, exclamou horrorizada: " Meu Deus, entrámos num mausoléu!" Durante os 5  anos de cumprimento do serviço militar do meu pai, sempre a ouvi dizer mal daquela casa: que era muito escura, que tinha um pátio que era um buraco, que tinha a roupa sempre a cheirar a mofo e que as paredes criavam bolor, e que saudades tenho da minha casa, que sauda

Realidade

Em ti o meu olhar fez-se alvorada E a minha voz fez-se gorjeio de ninho... E a minha rubra boca apaixonada Teve a frescura pálida do linho... Embriagou-me o teu beijo como um vinho Fulvo de Espanha, em taça cinzelada... E a minha cabeleira desatada Pôs a teus pés a sombra dum caminho... Minhas pálpebras são cor de verbena, Eu tenho os olhos garços, sou morena, E para te encontrar foi que eu nasci... Tens sido vida fora o meu desejo E agora, que te falo, que te vejo, Não sei se te encontrei...se te perdi...                                     Florbela Espanca

Mais Impérios da Ilha Terceira

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Império da Fonte do Bastardo    Império do Galinho - Porto Judeu  Império da Ribeira do Testo - Porto Judeu  Império de São Sebastião

Enfeites de Natal na Praia da Vitória

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Ano Novo - este é o espírito!

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