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A mostrar mensagens de agosto, 2013
    Imaginem o seguinte cenário: um homem, uma mulher,pode ser uma mulher, um lugar publico, um café, um supermercado, um banco, uma repartição de finanças...imaginem que, subitamente, essa mulher que se conduz de uma forma absolutamente corriqueira, ocupada nos seus afazeres, mostra uma ligeira, no início, alteração de comportamento; algo imperceptível a principio, uma súbita mão que sobe ao rosto, que percorre a testa, alguma contracção no músculos da face, os lábios que se cerram, olhando mais atentamente, parece ansiosa; se sentada levanta-se num ápice,  o peito sobe e desce mais rápido como se atacada por uma comoção súbita, olha em todas as direcções, pode até tornar-se frenética, coloca a mão no peito, no rosto, no cabelo, demonstra grande intranquilidade; acaba por abandonar o que está a fazer e sai.    O cenário mudou: estão dentro dessa mulher no momento imediatamente anterior à descrição que acabei de fazer: são essa mulher! Estão na vossa vida de todos os dias, em qual

Rabos versus Mamas

  É assunto recorrente: onde se encontrem amigos, dos dois sexos ou um apenas ou mesmo de sexo indefinido, mais cedo ou mais tarde surge a questão: rabos ou mamas, o que dá mais pica? Quanto olhas para uma mulher mas onde resvalam os teus olhos primeiro? E deixa-te de tretas e responde sem falsidades, se tivesses que escolher e te dessem uma mulher às peças para montares tipo puzzle, qual era a parte que montavas primeiro a ver o que saia dali?  Aliás, este assunto é tão batido e universalmente aceite, desde a distante Islândia até à ilha do Corvo,  que amigos que se prezem, se intitulem de amigos, já o tiveram e quanto mais descritivas, picantes e explicitas forem as explicações mais unidos se sentem; os homens já não guardam nada das mulheres, as mulheres não se inibem de comentar o que quer que seja com os seus homens, amantes ou amigos. Portanto, se uma amiga perguntar a um amigo " olha lá, gostas mais de rabos ou mamas?" é sinónimo de " vês como sou tua amiga, dou

Pais e filhos

   O meu primogénito faz hoje 21 anos, data em que atinge, na minha perspectiva, a maioridade, que não o juízo definitivo que esse é, uma qualidade inatingível; penso que, em décadas de demanda,  o juízo nunca será alcançado. Veja-se só  os exemplos do que os homens andam a fazer pelo mundo já com mais do que idade para terem juízo!  Mas isso são outras histórias, o que eu quero falar é de filhos, dos meus filhos. Os filhos são uns seres que em certa e por vezes imprevista altura das nossas vidas, nos escolhem, não sei se aleatoriamente se fazem primeiro uma pesquisa de mercado e aparecem para, basicamente, nos desassossegar para sempre. Trazem primeiro a pequenez e a fragilidade dos seus seres e permitem que nos apaixonemos irremediavelmente para o resto das nossas vidas; seguem depois com a descoberta do mundo e a devoção aos seres a quem acharam por bem acolher como pais, a quem recorrem e para quem correm sempre , na procura do seu colo e do calor do seu corpo onde se aninham na ú

O Pontual

   Ser pontual é uma qualidade (duvidosa)  que não traz quaisquer benefícios, no entanto traz inúmeras secas pelo que, a pontualidade é, em definição, a capacidade que alguns seres humanos, poucos, muito poucos, tão poucos que poderão incluir-se no grupo restrito dos que padecem de bizarrias, têm de apanhar secas monumentais e com estas não aprenderem nada. Os pontuais são seres que, mesmo que o queiram, não deixam de o ser; impossível aprender a falta de pontualidade porque, o relógio biológico, em tal exercício, já avisado, adianta-se instantaneamente meia-hora, no mínimo. O pontual, quando lhe dizem " O jantar é às nove!" ouve e guarda a informação tal qual foi proferida. Os outros ouvem a mesma informação mas processam-na da seguinte forma " o jantar é às nove, se puderes... se conseguires.... se te der jeito, vê lá... se não coincidir com os teus afazeres....". Para o pontual, se o jantar é às nove, esquece-se do ponteiro dos minutos e automaticamente integra

Os sedutores ou os que o querendo nunca o serão!

   Entre as muitas caracterizações e agrupamentos que podemos fazer dos homens, enquanto género sexual, há aquela de que gosto particularmente e  que os divide em duas categorias: os sedutores e os incapazes de seduzir, sem categorias intermédias; ou sabe ou não sabe e pelo que vejo o que não sabe não irá passar a saber e o que sabe não consegue deixar de o ser; estão presos à sua condição de sedutor ou de anti-sedutor ( para não dizer palavra mais forte) sem dela conseguirem sair. O iletrado da sedução mete dó de ver: pode ser o gajo mais giro, de corpo mais torneado em masculinidade exuberante, o penteado mais cool e displicente desmazelo de cuidado com a roupa, o calção estrategicamente descaído abaixo da anca, em que não raras vezes se vê o vinco em triângulo da púbis, tudo neles é físico; pode ter a barba de 3 dias e o ar cansado de quem anda distraído  não se dando conta das feromonas que lança para o espaço; pode até ter um harém de gajas a trabalhar para ele e por ele; que nad

António Ambrósio

   O António Ambrósio entrou nas nossas vidas no dia 20 de julho, para algumas, as verdadeiramente privilegiadas entrou um dia mais cedo. O encontro com estas foi de tal forma inolvidável que, nós, as atrasadas a tal encontro vivemos o breve momento que foi a permanência na Calheta de S. Jorge com a expectativa fremente do momento em que, por fim, o nosso destino se cumpriria: e era, na verdade, certo que em algum ponto daquela maravilhosa ilha, o extase total seria aquele em que, as suas melenas raiadas de amarelo, o corpo franzino de porte marialva, o olhar penetrante em nariz afilado e farejador, se cruzariam connosco e em nós deixariam uma marca indelével que em vão tentaríamos apagar dos nossos pensamentos, tarefa ridícula porque impossível!      O Ambrósio foi um dos nossos motoristas nesta breve permanência na ilha de São Jorge; no entanto, o Ambrósio não era e não foi um motorista qualquer; o Ambrósio tinha a lábia ladina de quem sabe levá-las (levar-nos) à certa; o Ambrós