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A mostrar mensagens de maio, 2012

Singela

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Sindroma do Domingo à tarde

   Efectivamente as putas das almôndegas da bimby estavam boas como o caralho! Foi de resto a única coisa que se aproveitou desta merda do feriado à tarde e se se chocarem com o meu vernáculo carroceiro fiquem desde já a saber que é o que mais me ocorre dizer nas tardes de qualquer feriado e que portanto não retiro qualquer palavrinha mais inconveniente. A tarde só começou bem quando enxotada a sorna insuportável de uma tarde obscura, dormida a ver se a coisa passava mais depressa, me resolvi a preparar a porra do jantar.      Sofro do síndroma do domingo à tarde e pior é quando o síndroma do domingo à tarde acontece sem ser domingo à tarde. É desonesto, faz-me sofrer dois dias na semana, o dia do verdadeiro síndroma e o dia do síndroma a fingir. Desregula-me todo o relógio sistémico, deixa-me prostrada e pronta a soltar imprecações! Dá-me para dizer asneiras, que querem, é assim que consigo escapar a esta tortura. O síndroma do domingo à tarde, surge pronto e traiçoeiro, mal dou a u

Desesperadamente à procura de uma casa!

   Devo ser das pessoas nesta ilha que mais corre sites de agências imobiliárias, tirando a minha colega Graciete que deve estar empatada comigo. Uma cena meia voyerista com implicações menos perversas mas mesmo assim uma tendência de que não me orgulho especialmente, uma certa forma de ser a que não consigo resistir. De tempos a tempos, com uma sazonalidade persistente, lá vou eu dar mais uma espreitadela na esperança que haja algo que me encha o olho e me faça sonhar! A procura do meu cantinho, talvez, uma casa com alma, que tenha sido vivida e onde cada canto me conte histórias passadas. E elas existem aqui nesta terra! Existem mas estão-me vedadas!     Quem vende na Terceira tem, regra geral, uma incapacidade total para atribuir um valor real à sua propriedade: tugúrios mal engendrados, pardieiros para albergar humanos de valores absurdos, palhotas bafientas de materiais de construção medíocres mas, salve-se isso "com vista"! Aquilo a que chamam casa pode ser e tantas

Take it easy!

   Ontem fui à farmácia a que habitualmente recorro, comprar um medicamento de venda livre que infelizmente não tinham na loja mas que o farmacêutico, solicito, iria averiguar da existência no armazém. Assaltou-me um dilema: esperar que telefonasse e aguardar a vinda do dito ou ir ali, ao virar da esquina, e entrar na farmácia do lado?! Dilema prontamente resolvido, não há escrúpulos de fidelidade que aguentem 4 farmácias todas juntinhas à mão de semear! Existem 7 farmácias nesta cidade: uma delas, dou-lhe o número sete  porque é a última a que recorro, está estratégicamente colocada perto do antigo hospital, onde toda a gente parava depois de ir às urgências ou às consultas externas - lembra-me aquela agência funerária grotescamente plantada a poucos metros da saída principal do hospital. Estratégia decerto eficaz uma vez que a encontro sempre com clientes,  um pouco como os artigos estudadamente colocados nas prateleiras dos supermercados; quem é que procura os produtos colocados in

Ao menino e ao borracho põe Deus a mão por baixo?!

       O dito popular é uma grande treta! Qual será a relação de proporcionalidade entre aqueles a quem Deus apara e aqueles que caiem estatelados no chão? Haverá algum critério superior que escolha os que são agarrados ou Deus brinca aos dados? Quero muito crer que a cada sofrimento infantil exista uma explicação divina que a  nós, imperfeitos mortais não nos é permitido aceder. Só assim poderemos tornar a  nossa existência mais suportável, saber que alguém orquestra a nossa vida, de um forma nada aleatória! O contrário é inconcebivel! O viver por viver sem outro objectivo que não a existência física é redundante, vazia, deprimente.     O Gui, o benjamim cá de casa, estatelou-se ao comprido este fim-de-semana e não teve colchão de queda que o aparasse! Podia ser pior, dizem-me as pessoas bem intencionadas e inquietas por me aliviarem a preocupação. Imagina que tem sido num olho, imagina que... Pois, devo ficar efectivamente grata por ao meu filho só lhe terem saltado três dentes

Os bichos cá de casa

   Tenho uma certa tendência para complicar a minha vida! Gosto de bichos e os bichos gostam de mim, gosto demasiado de bichos e os bichos respondem da mesma forma, um íman invisivel que nos atrai; não há gatinho na rua a quem não me apeteça fazer festas, cão rafeiro que não se aproxime de olhos mansos e perdidos.    Quando vim para os Açores, trouxe 3 cães, o que muito me custou, que sai imensamente caro transportá-los por avião, sem falar nas caixas transportadoras, caras e de utilidade pouco recíclável. Ainda pensei deixar um dos cães com uma pessoa amiga mas achei injusto trazer uns e deixar o outro. Lá vieram todo, cães e filhos em igual proporção.    Pouco tempo passado cá na terra oferecem-me um coelho branco, ainda gaguejei uma primeira recusa mas o entusiasmo de ter um novo inquilino, parou-me a tempo e um dia depois o coelho branco de olhos vermelhos instalou-se lá em casa. Ficou ao cuidado de todos e teve uma vida feliz e despreocupada durante dois anos até que por um

A turma de oportunidades

   Tenho uma relação de amor/ódio com a minha turma de oportunidades! Certo, certo é que relação monótona não é! Aqueles gajos conseguem fazer-me sair do sério, atingir um certo patamar de loucura até que uma réstia de auto-preservação surge e me faz parar antes que cometa um acto irreflectido de que me arrependa. E por gesto irreflectido falo dumas bofetadas profilácticas bem aplicadas e comprovadamente eficazes. Em 25 anos a dar aulas não cheguei a uma dezena de bofetões; todos bem aplicados, com força q.b., nenhum com força suficiente para deixar marcas, com excepção de um, de quem vou falar agora, passado na escola da Lousã: a artista era um daqueles miúdos terriveis, rosto bolachudo, de língua afiada e inteligente, miúdo gordito, de rosetas vermelhas nas faces que achava que era ruím e fazia por mostrar isso; pertencia a uma daquelas turmas-maravilha de currículos alternativos, para quem eram destinados os professores com perfil para os aguentar - vim a saber, na altura, que tinh