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A mostrar mensagens de junho, 2013

No salão

    Há duas horas à espera para me porem bonita para as marchas no salão de cabeleireiro onde venho mais vezes  e nunca me aborreço; é quase tão bom como me sentar numa mesinha do Aliança e esperar que a conversa flua. Ouve-se tanta coisa e dessa há tanta com tanta graça! Mas é por ondas, nem sempre as conversas se trocam com a mesma intensidade e brilho, as vezes instala-se o silêncio, estranho, no entanto, basta alguém, uma cliente, um familiar do cliente, lançar algo para o ar que imediatamente se pega por uma das pontas da conversa e daí diverge para algo que sucedeu, alguém que teve um comportamento que não se tolera, uma novela que se acompanha, um boato que se ouviu, uma desavergonhada que enganou o marido e que se passeia pela cidade sem pejo com o outro; se há lugar onde se possa e deva falar mal é no salão de cabeleireiro, instituiu-se que aqui se pode costurar à vontade que daí não passa; ninguém leva a conversa para fora porque a conversa pertence ao local. E se se ouve “

Ingrata!

    Cá em casa, luzes de tecto que se fundam não voltam a ver a luz. Este é um facto, uma questão menor mas que me tira a preocupação de mais uma coisa, que sendo pouco importante, na minha cabeça me merecerá os cuidados que se reservam ao que não interessa mesmo nada.Outro dia foi a do pátio, esteve um ano a dar luz desde que para cá vim e não houve um dia que olhando para ela não pensasse, estás aqui estás a fundir, com a gravidade dispensada aos assuntos que surgidos são instantaneamente esquecidos; é verdade que essa luz lá de fora dava-me um jeitão, principalmente para ver as poias largadas sem o mínimo de recato ou discrição pelos meus três cães, mas não  o suficiente que me faça empoleirar-me num escadote para a ir trocar. A da casa de banho já definhou há mais de seis meses, passou-se a alumiar a casa de banho à luz da vela, o que não deixa de ser interessante que uma forma de alumiar tão potencialmente romântica sirva para alumiar uma divisão da casa dispensada a todas as coi

O baldas

   O professor baldas já nasceu cansado e como tal tem uma apetência especial para a exaustão ; não tem pressas nem lhe entra o stress, chega sempre tarde mas nem por isso, 5, 6, 7 minutos, coisa pouca mas que dá jeito; cumpre no seu oficio os serviços mínimos e mais não o faz porque o mundo não merece, não merece que ele trabalhe porque o mundo nada faz por ele; é um contestatário do ensino, oco, que nada acrescenta,  o outro, o que faz  é um palerma porque ninguém, no final, lhe agradecerá. O professor baldas contestatário é muito opinioso, vomita frases feitas e insurge-se com o estado da nação e, pasme-se, com o estado do ensino.  Bastas vezes é auto-complacente e tem pena de si próprio, sente que dá muito de si à escola e a paga não é proporcional. Q ualquer trabalho mais para além do exigido é anunciado aos quatro ventos como um sacrifício de alto valor; são deles as frases " anda uma pessoa a trabalhar para quê, ninguém nos dá valor?!"    P ara que se não sintam dema