Rabos versus Mamas

  É assunto recorrente: onde se encontrem amigos, dos dois sexos ou um apenas ou mesmo de sexo indefinido, mais cedo ou mais tarde surge a questão: rabos ou mamas, o que dá mais pica? Quanto olhas para uma mulher mas onde resvalam os teus olhos primeiro? E deixa-te de tretas e responde sem falsidades, se tivesses que escolher e te dessem uma mulher às peças para montares tipo puzzle, qual era a parte que montavas primeiro a ver o que saia dali?  Aliás, este assunto é tão batido e universalmente aceite, desde a distante Islândia até à ilha do Corvo,  que amigos que se prezem, se intitulem de amigos, já o tiveram e quanto mais descritivas, picantes e explicitas forem as explicações mais unidos se sentem; os homens já não guardam nada das mulheres, as mulheres não se inibem de comentar o que quer que seja com os seus homens, amantes ou amigos. Portanto, se uma amiga perguntar a um amigo " olha lá, gostas mais de rabos ou mamas?" é sinónimo de " vês como sou tua amiga, dou-te o privilégio de responderes a um assunto de alguma intimidade, mas como a tua amizade não tem segredos nem preço para mim, tens o direito a responder a esta questão!" A esta questão eles descodificam da seguinte forma " acho-te muito giro, se esta questão tão impeditiva de seres namorado da minha melhor amiga não surgisse entre nós, podes crer que antes de responderes eu mostrava-te que era para poderes decidir melhor ou mesmo mudares o sentido da tua resposta". Ultrapassada esta óbvia falha de comunicação  o homem sente-se compelido a responder; se a pergunta for feita por um homem a resposta é mais simples, não há cá alterações no código de linguagem que é para não haver más interpretações: a resposta seria: as mamas! ou o cu! ponto. Sendo a pergunta formulada por uma ela a resposta quer-se mais elaborada se bem que com mais ou menos floreados a resposta é sempre a mesma: " gosto de um rabinho bem torneadinho, desperta-me muito mais a atenção que um(uns) peito/seios/colo (esta última expressão é para quem andou a ler muita literatura do século dezanove)!" ou o contrário " umas maminhas redondas, tipo laranja, nada de excessivas nem muito pesadas ( quando eles aplicam o termo pesadas significa tão só que quanto maiores melhor, não acreditar em tudo o que dizem), são esteticamente perfeitas e representam a verdadeira essência da mulher, enquanto fêmea,  a sua verdadeira condição feminina, o rabo parece-me muito secundário ante a visão de um peito bem formado" na verdade, nenhum homem diz assim mas seria assim que o faria caso pudesse, para poder esconder das mulheres que gosta mesmo é de " mamas para caso seja possível me afogar nelas!". Consoante a resposta assim argumentam elas: " a sério, preferes rabos? então porquê? Mas que tipos de rabos, grandes, medianos, pequenos, arrebitados?! ou mamas, não achas uma escolha demasiado óbvia? Afinal de contas o que é que vocês encontram de especial nas mamas? E tantas que andam por aí de mamas siliconizadas? também te agradam? Explica-me que eu quero perceber! " E eles, coitadinhos caiem na asneira de responderem. A cada argumento, contra argumentam elas e nunca a resposta dada as satisfaz, mas mesmo nunca! Pode o homem esmiufrar-se em explicações de mais ou menos complexidade para além do óbvio desejo carnal do homem pela mulher, elevar a discussão a uma questão de alguma complexidade filosófica que elas nunca ficarão satisfeitas, pelo que é, à partida uma discussão que nunca terá fim nem apaziguará ninguém! No entanto, tem-na porque lhes transmite um bom sentido de grupo. Elas sentem-se tolerantes, compreensivas, maternais para com as escolhas estranhas deles, eles exaustos e incapazes de pensar em mamas e rabos durante a semana seguinte. 

   E no entanto, os homens quando olham para uma mulher, olham para mamas e rabos, alguns, uma minoria, um grupo mais ou menos restrito olha para olhos, bocas e dentes e para pernas, se bem que os que olham para pernas são um subgrupo dos pró-rabos e portanto não têm identidade independente. Para além destes, os quase excêntricos, existe um outro grupo, o dos bizarros, aqueles que olham para partes de uma mulher em que mais ninguém olha, a curva do pescoço, os lóbulos das orelhas, a testa e a ossatura do rosto ou mesmo o prognatismo do maxilar inferior em relação ao superior: há quem ache que se vê aqui o carácter e a força de uma mulher e isso fá-los voar !!!! Há um grupo intermédio entre os estranhos e os comuns ( os das mamas e rabos) que são os que gostam das extremidades superiores, os adeptos das mãos; no topo inferior, os mesmo muito estranhos e em  número muito restrito , enclausurados num mundo só deles, os adeptos ferrenhos se não doentios, dos pés. Estes elevam-nos a uma condição divinal e são os fundamentalistas da mulher à peça para além de serem altamente criativos. Sabe-se lá o que podem fazer com eles! 
   Todos estes seres, de escolhas mais refinadas são olhados pelos seus pares, os comuns, com algum desdém. Uma conversa de café " olha-me aquele avião que acabou em entrar!" (existe uma corrente também recente de associar as mulheres à aeronáutica,  desconhece-se a causa!) " Bonita, reparaste na curva da sua sobrancelha?! " O outro olhando-o como quem não acredita no que ouviu: " Quem é que olha para a sobrancelha quando vê uma gaja com aquele par de airbags?" O outro, poeta, insiste: " Eu perdia-me naqueles olhos!" Diz o primeiro: " Ouve lá, estás doente, mano?! vai-te tratar!" O outro ainda refuta: " Uma mulher não se resume a mamas e rabo! " ao que o outro responde numa sonora gargalhada. " pois, pois, o importante é ser bonita por dentro! "

Comentários

  1. Pessoalmente, não me prendo por nenhum dos dois "acessórios" isoladamente. Uma mulher com umas mamas lindas mas o resto tudo sem história, não me desperta particularmente a atenção. É como um Fiat com jantes da Porsche. Não funciona.
    A mulher que eu desenharia, se fosse inventar a mulher perfeita, era a Cláudia Vieira. Ponto.
    Como vês, não ligo muito ao volume dos "acessórios".
    De resto, sou dos tais esquisitos (segundo a tua descrição): reparo muito nas mãos, nos pés, nos olhos, na boca. Atrai-me particularmente uma cintura estreita e uma barriga lisa.
    As mulheres são uma beleza :-)
    ZM

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  2. A Cláudia Vieira aumentou o volume dos acessórios!:)

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  3. Lá está, ficou perfeita :-)
    Não tenho nada contra a silicone.

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