A lojeca da Worten no Modelo de Angra é de fugir e só lá entro sob protesto! Ou por especial pedido dos meus filhos. O meu filho mais novo tinha umas poupanças e quis ir comprar o seu presente de natal, o que me pareceu bem. Não conseguindo fugir ao inevitável lá entramos no sitio, repleto de gente e com uma alminha a atender. Nada no seu corpo evidenciava um andar mais rápido, um olhar mais acutilante para responder lesto às solicitações de uma manada de gente num domingo à tarde, muito pelo contrário. Dirigi-me ao funcionário e perguntei: não há mais ninguém a atender? Alguém para a caixa?! Olhou para mim com olhos de quem olha e não vê, respondeu-me que o outro funcionário tinha saído para atender alguém dentro do supermercado (!!!) Parece-vos bem que num domingo à tarde, com um maranhal de gente a cirandar por ai, haja duas pessoas a atender e uma delas em parte incerta?! Olhou para mim com ar de quem ouviu mas não processou e encolheu os ombros retomando a sua empreitada, devagar, suavemente! A bufar de impaciência fui fulminada pelo meu filho do meio, como ele se intitula quando protesta, afirmando ser o mais negligenciado; o filho de 14 anos que sente vergonha da mãe em quase todos os momentos em que lhe é dado conviver com ela em ambientes públicos " MÃE! Está calada!" voz sibilina para não dar nas vistas, ele que gostaria de ter uma capa invisível para usar nas raras ocasiões em que vê a luz do sol. Ia já a abrir a boca a pedir o livro de reclamações mas fechei-a em menos de um farelo e protestei " estás a mandar-me calar porquê? não tenho razão?" Pergunta inútil, nesses momentos, os filhos não querem saber se os pais têm ou não razão, querem é que eles não os envergonhem e que se mantenham calados, que não armem confusão e principalmente que não possam ser identificados com aqueles cotas arruaçeiros e estridentes! Olho em redor, em busca de socorro, para a carneirada que espera paciente, nem um sorriso cúmplice, um piscar de olhos encorajador, um agradecimento no olhar, nada! Olham para mim como se olha para uma melga aborrecida e inoportuna! Eram umas dez pessoas que se amontoavam no balcão, o funcionário do mês, de eficiência supersónica continuava a carregar botões de um teclado, só eu bufava, abanava as ancas, sujeita a uma apoplexia! Virei-me e disse baixinho " fiquem aí então, pacientemente à espera que o paquiderme vos atenda que tenho mais que fazer" E eles, filhos, impacientes por natureza, de tolerância zero aos erros constantes da mãe, olham-me borregos e aguentam firmes na fila, tenazes como ferro com o que lhes agrada , corajosos como mártires e pacientes como santos! Apareceram meia-hora depois, de rosto luminoso e de presentes na mão.
Receitas da Ilha Terceira
1. Queijadas de Leite Após o passeio ao Algar do Carvão dos profs houve a merenda! Eu fui motorista pelo que livrei-me dessa questão mas os meus colegas trouxeram coisinhas boas para comer e nos doces houve um excelente bolo de laranja e um pedaço de felicidade chamada de Queijada de Leite! Que coisa divinal! É claro que as 500 calorias gastas na caminhada foram logo repostas a dobrar nas duas e três queijadas engolidas de sopetão, tipo Monstro das Bolachas! Pedi logo a receita porque fiquei verdadeiramente impressionada! E não fosse dar-me a lazeira aqui fica a prova que as fiz e as comemos com grande gula! Receita (dá para 24 queijadas) 400 gr açucar 4 ovos 50 gr manteiga (se fosse a Niggela punha manteiga sem sal e adicionava uma pitada de sal mas como não sou tão refinada é mesmo manteiga com sal) 100 gr de farinha 1/2 litro leite Batedeira com a mistura, deitar em forminhas, polvilhar com canela q.b. forno a 180º uns 40 minutos. A ...
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