Era uma vez alguém que se casou. Foram muito felizes até um dia. Um dia a coisa descambou e ela fugiu dele e ele não quis. Fez-lhe a vida negra. Ela é a Arminda e ele o Maurício. Ao Maurício não lhe apeteceu que a frase " e foram felizes para sempre" terminasse e foi atrás dela a fazer cenas e a rebentar pneus do carro do Justino que veio a ser o novo namorado da Arminda, a ver se se esquecia do pesadelo do Maurício. Mas a modos que o Justino era um pouco para o amalucado e se bem que à Arminda lhe apetecesse arejar do casamento maluco não lhe apetecia logo de chofre outro maluco ainda que de uma forma diferente de maluqueira. Aproveitou o Justino mais um bocadinho e depois, porque há limites para o que uma mulher consegue aguentar, mandou o Jaime ir fazer disparates para outro lado. O Justino foi porque o Justino é uma pessoa que se ajeita muito bem às circunstâncias e gosta de ver toda a gente feliz à sua volta. No entretanto, o Maurício que não é de se ficar e porque a historia vergonhosa da Arminda com o Justino já lhe está a extravasar pelas narinas e a fazer pressão nas meninges, vai daí e resolve enrolar-se biblicamente falando com a ex do Justino, a Mariazinha que também um pouco incomodada que o Justino se meta com outras mulheres, achou desde logo poético e de justiça divina ir para a cama com o ex da actual do seu ex. A Arminda farta de estar sozinha tem uma epifania na visão de um namorado de outrora, o Romeu , de nome romântico e adequado aos anseios do momento e pede-lhe para lhe fazer um filho. O Romeu, que vê na Arminda a Julieta que nunca lhe chegou fez-lhe a vontade mas envergonhado pela impetuosidade movida pelo desejo não a quer ver desonrada e pede-a em casamento, A Arminda aceita feliz a ver se finalmente se acalma que tanta rebaldaria, não lhe faz bem. Já começa a sentir enjoos e não é do ser que lhe cresce no ventre, sempre foi dada a náuseas a andar em coisas, o remoinho da sua vida afectou-lhe o ouvido interno. A rematar a história o Maurício tristemente preterido e a achar que a vida não faz sentido, toma uma dose cautelosamente abusiva de benurons, com vontade de morrer mas nem por isso a ver se a Arminda se apieda dela e acaba com toda aquela loucura. Recupera na cama do hospital, não morreu , o que foi um alivio, onde já se viu morrer a sério, só se fosse tolo! E no entanto continua tolo, vivo e sem a Arminda, o que não era mesmo nada do que estava à espera. A Arminda essa, prepara o casamento com o seu Romeu e depressa não se vá arrepender no entretanto. O Maurício carpe as magoas num programa de rádio a que intitulou " Sentires" e manda directas à Arminda sobre o seu amor eterno. A Arminda assobia para o lado mas vai ouvindo uma e outra quanto a nostalgia lhe dá para isso.
Há pessoas que nos amam..
Há muito tempo que não vinha aqui. Não sei o porquê de andar arredada destas escritas minhas a não ser a circunstância de não me apetecer dizer grande coisa. Ou de não querer fazer deste blogue um permanente local de escárnio e maldizer na versão mais soft. Ser escarninha já deixou de ter piada. Esgotei o stock de veneno. Já não tem grande piada observar o comportamento humano e dissecar cada gesto, atitude ou acção com a ironia de quem , honestamente sabe, que o gesto que critica, é um erro que comete. Somos uma mistela de gente que, a maior para vezes, não faz um corno de ideia do que anda a fazer neste mundo. E faz merda atrás de merda a maior parte das vezes perdidos e sem saber como sair desta confusão mais ou menos inteiros. E não faz mal. Não faz mal porque com mais tentativa e erro, o que se quer é um quinhão de ser feliz sem que se peça mais do que a conta, a ver se dá para todos. E se, para os nossos, esse quinhão seja assegurado. É um desejo simples,...
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