Prima donna

   De vez em quando acontece... surge alguém desequilibrado! Não há forma de prever, não há sensores  nem indicadores fisiológicos que nos eriçem os cabelos da nuca como forma de aviso ante a desfaçatez; os doidos, os borderlines sociais, os desarticulados do comum bom senso aparecem não se sabe de onde nem porquê,  impõem-se e estrelam enquanto abrimos a boca num espanto; reviram e concentram a atenção em si próprios, num exercício de narcisismo com consequências para os outros, nunca para o próprio, protegidos que estão numa redoma onde não se beliscam, sequer;  fazem estragos e arreliam, constrangem e desgastam, e partem incólumes mas não sem antes, se consumirem em autos de flagelação e pena pungente de si próprios; são os mártires, os desalinhados, os incompreendidos, os iluminados, os de sensibilidade ardente e de franqueza suprema, os que falam e os que escrevem o que querem e quando querem e sobre o que querem, e onde, de tudo o que dizem, se nota delicadeza, ardor, paixão, génio, grandeza de alma, e em igual medida...e em suprema grandeza,  a estupidez, que sendo uma segunda pele, se conjuga com arrogância, arbitrariedade, incoerência, inconsequência, inconstância e um enorme, um profundo e irreprimível bocejo. 

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