Ainda que o termo de raça dentro do ser humano esteja em
desuso há quem o faça e que insista nas suas derivações linguísticas mais ou
menos preconceituosas numa tentativa de
separação das diferenças mas esquecendo-se que é maior aquilo que nos une
do que aquilo que nos separa; e no entanto também eu fico ofendida com certas
utilizações da língua em que não me revejo: eu também não gosto que me chamem de
branca ou branquela e outras palavras da mesma família; eu não devo chamar de preto a alguém de “raça” negra, por óbvia inexactidão da palavra; a mim não me devem tratar por branca, por óbvia inexactidão da palavra; é que eu não sou branca da cor do papel assim como o de raça negra não é
preto da cor da fuligem, e no entanto sou branca para tanta gente e isso
chateia-me; chateia-me por até nem gosto da cor branca, é aborrecida e monótona
e só fica bem nas paredes e nos lençóis da cama; e depois há esta coisa estranha de pertencer ao grupo dos que não têm cor em oposição a gente de cor, porque alguém disse, provavelmente algum ser desbotado de tons a tenderem para o esverdeado; não quero pertencer a esse grupo, isto deixa-me deixa-me mais lívida que a
minha cor habitual. É incoerente, porque umas vezes sou branca e outras vezes já não tenho cor, posso não tem uma corzinha tão bronzeada e só a
conseguir à conta de sol mas ainda assim tenho alguma corzinha, anda alí pela cor-de-rosa
meia clara com algumas pinceladas de vermelho ou amarelo em dias mais biliosos, mas se pensarmos bem percorro mais camadas do arco-íris do que a gente de
cor de tons acastanhados pelo que quero ser também incluída no grupo das pessoas de cor. E nem é por inveja, é por uma simples e mera constatação: Eu tenho cor e não prescindo dela, é uma mescla de tons que se confunde, gradação de cor de que sofrem todos os outros, os pretos e os amarelos e vermelhos! E nisso reside a nossa menor diferença.
Há pessoas que nos amam..
Há muito tempo que não vinha aqui. Não sei o porquê de andar arredada destas escritas minhas a não ser a circunstância de não me apetecer dizer grande coisa. Ou de não querer fazer deste blogue um permanente local de escárnio e maldizer na versão mais soft. Ser escarninha já deixou de ter piada. Esgotei o stock de veneno. Já não tem grande piada observar o comportamento humano e dissecar cada gesto, atitude ou acção com a ironia de quem , honestamente sabe, que o gesto que critica, é um erro que comete. Somos uma mistela de gente que, a maior para vezes, não faz um corno de ideia do que anda a fazer neste mundo. E faz merda atrás de merda a maior parte das vezes perdidos e sem saber como sair desta confusão mais ou menos inteiros. E não faz mal. Não faz mal porque com mais tentativa e erro, o que se quer é um quinhão de ser feliz sem que se peça mais do que a conta, a ver se dá para todos. E se, para os nossos, esse quinhão seja assegurado. É um desejo simples,...
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