Pensar na vida...
Pensar na vida... Há quem o faça no ano novo, com a promessa de um novo recomeço. Há quem o faça sem promessas, simplesmente pensar na vida. Eu penso, penso muito! Quando tinha vinte anos pensava que ia morrer antes dos trinta. Aos oito anos tinha a certeza absoluta que não ia chegar aos nove. Nunca tinha beijado um rapaz na boca, os beijos que dava ao espelho, que o deixava todo embaciado e babado, não me satisfaziam. Não ia ter bebés! Não ia fazer todas as coisa que os adultos fazem! Que imbecil! Passada a barreira dos nove, estive uns anos ocupada a crescer saudável, a dar cabo do juizo dos meus pais, até que aos 17 anos me deu forte maluqueira: agora é que ia ser, que iria morrer de uma forma horrível. Desenvolvi um gosto obsessivo por ligar e desligar interruptores de luz, acertar os livros nas estantes por tamanhos e emparelhar os pares de sapatos por texturas e cores. Saia de casa e entrava em casa uma dúzia de vezes para me conve