tag:blogger.com,1999:blog-92023408355070980772024-02-07T23:56:27.555-01:00Retratos da Ilha TerceiraOnde se fala da vida, das pessoas, das suas loucuras e desta terra tão cheia de tudo...Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.comBlogger359125tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-32527951393803057892021-06-06T01:00:00.006+00:002021-06-06T19:32:59.996+00:00Há pessoas que nos amam..<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Cx1ean2gg8ES_dvF3xF-8Pj0rSla7fb9OA_SbnuOwE_U1kwC5IZcLIaLNrfh0wuARo2UR9qUe6rGGSkXBkd8zCvzXtzmS8FR7gzN0F8_XMmtt8D9bZDqBCatYtU3jyyWNkn1dccPwXo/s1130/received_133749528328469-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1046" data-original-width="1130" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Cx1ean2gg8ES_dvF3xF-8Pj0rSla7fb9OA_SbnuOwE_U1kwC5IZcLIaLNrfh0wuARo2UR9qUe6rGGSkXBkd8zCvzXtzmS8FR7gzN0F8_XMmtt8D9bZDqBCatYtU3jyyWNkn1dccPwXo/s320/received_133749528328469-01.jpeg" width="320" /></a></div><br /> Há muito tempo que não vinha aqui. Não sei o porquê de andar arredada destas escritas minhas a não ser a circunstância de não me apetecer dizer grande coisa. Ou de não querer fazer deste blogue um permanente local de escárnio e maldizer na versão mais soft. Ser escarninha já deixou de ter piada. Esgotei o stock de veneno. Já não tem grande piada observar o comportamento humano e dissecar cada gesto, atitude ou acção com a ironia de quem , honestamente sabe, que o gesto que critica, é um erro que comete. Somos uma mistela de gente que, a maior para vezes, não faz um corno de ideia do que anda a fazer neste mundo. E faz merda atrás de merda a maior parte das vezes perdidos e sem saber como sair desta confusão mais ou menos inteiros. <p></p><p> E não faz mal. Não faz mal porque com mais tentativa e erro, o que se quer é um quinhão de ser feliz sem que se peça mais do que a conta, a ver se dá para todos. E se, para os nossos, esse quinhão seja assegurado. É um desejo simples, amar e ser amado. Saúde, ter comida para encher a barriga e uns extras se não for pedir demais.</p><p>Mas o que eu queria mesmo dizer hoje e porque estas criaturas me têm ocupado o espírito e o coração nos últimos tempos, é que os amo a ambos, com a força imensa que me vem cá de dentro. </p><p>E que este ano e o outro que passou concorrem possivelmente aos anos mais profundos da minha existência. Como mulher e como irmã. </p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-78497530582903957892019-05-16T13:23:00.002+00:002019-05-16T13:24:43.342+00:00Vizinhos fofinhos<div style="text-align: justify;">
Quem já viu o filme Duplex com a Drew Barrymore e o canastrão do Ben Stiller, um filme que conta as peripécias angustiantes de um jovem casal a braços com a vizinha do andar de cima que lhes torna a vida num inferno? Viram? Pois se viram, é ou não é desesperante e digno de dó todo o sofrimento que aquela frágil velhinha de quase 200 anos, tão aparentemente fofinha mas tão ruim, consegue infligir nos dois? Apetece ou não agarrar-lhe pelos pés e pô-la a rodar tipo lançamento do martelo e lança-la pela janela? A mim apeteceu-me e se me atrevo a ver novamente o filme, fico logo irritada e a hiperventilar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pois é, eu afirmo solenemente e sem sombra de exagero que, na minha vida e no andar de cima, não existe uma frágil velhinha mas dois velhos, cheios de saúde e veneno a infernizar-me a vida. A rua da minha casa tem, umas 30 habitações de cada lado, umas de dois pisos e as outras de piso único. As contas, feitas por alto, darão umas noventa famílias. Todas essas famílias me parecem genuinamente fofinhas. Todas menos a família de velhos secos e agrestes que vivem por cima de mim. Acertei em cheio, portanto! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A casa onde vivo, tem uma zona de passagem que me pertence mas que tenho dar serventia aos vizinhos de cima, para acederem a uma cave cheio de tralhas e a cheirar a mofo, onde eles vão muitas vezes para se impregnarem de azedume e a um jardim minúsculo cheio de arbustos, onde para lá entrar é preciso uma catana do mato e fato de mergulho anti-arranhões. As persianas da casa dos vizinhos de cima estão sempre a meia haste, sem duvida, para servir de zona de espionagem. Se há coisa que tenho a certeza é que os dois me controlam os passos. Não posso dar um passo em falso que tenho o tipo, ela como toda a boa mulher casada, manda o marido fazer. E ele faz. Aliás, é a única coisa que faz, moer-me o juízo e jogar golfe todos os dias. Isso e mictar todas as manhãs, às 6 horas em ponto a fim de servir de despertador. Esqueçam os toques de despertador mais estridentes e as bofetadas dadas com o braço atrás. Se querem acordar devidamente, oiçam o fio do chichi do vizinho de cima. Aquele fio que nunca mais acaba, em que o procedimento leva, no mínimo, 2 minutos, como se tenha um problema de prostata, o chichi da gente velha, que é por fases e por mudanças de intensidade. Nunca repararam? Levam mais tempo do que encher um garrafão de água de 5 litros.<br />
<br />
Os vizinhos de cima, como estão reformados e têm muito tempo livre andam sempre a ver se arranjam coisinhas para implicar, eu sou a ocupação favorita deles.<br />
<br />
Tudo começou quando eu, desprevenida me armei em parva e me fui apresentar, cumprindo as regras de boa vizinhança. Parva, antes tivesse levado um bolo impregnado em estricnina. A velha (e reparem que utilizo a expressão velha, com toda a força da palavra), para atalho de conversa e para parar de me armar em fofinha veio logo dizer que eu tinha meio telhado para pagar (telhado que se formos a ver bem só lhes serve a eles). E que a zona de passagem que liga aos vizinhos, os tais do filme mais Kusturicano de sempre, devia levar uma vedação bem alta, gradeamentos em ferro com ponteiras no topo, para empalamento de quem se atrevesse (gradeamento a pagar por mim somente, claro). O tubo para a salamandra que queria fazer (e fiz) iria descaracterizar a fachada, esquecendo-se que as persianas e varadins em ferro da casa deles são do mais feio de que há memória só tendo concorrente nas maiores preciosidades da Ribeirinha.<br />
<br />
Já falei da passagem, não falei? Pois, aquela passagem, que me pertence mas que eles fazem questão de usar para o necessário mas fundamentalmente para o desnecessário, é sempre fonte de discórdia. Ou porque a passagem está suja e vai terra para os esgotos e depois lá vão os esgotos, ou porque coloquei uma porta encostada ao muro na passagem (já mencionei que a passagem me pertence?) e esse muro colide com a noção de estética do vizinho de cima porque se encontra ligeiramente encostada ao jardim selvático onde ninguém entra e muito menos ele, que é alto e desengonçado mas no qual já percebeu que uma das minhas cadelas caga, com vontade, diga-se! Aliás, ter a cadela a cagar no quintal dele e a fazer alguns buracos na terra é alguma consolação para mim. Mas faz-me espécime, como é que aquela alminha consegue perceber que a cadela caga no quintal dele? Será que tem um furão amestrado que solta no quintal e que lhe faz o trabalho de espionagem? Há coisas que me escapam, mas que caga, caga (repare-se que uso a expressão "cagar" propositadamente e cada vez com maior prazer). Outro dia bateu-me à porta e disse como introdução: " não quero o seu cão a cagar-me no quintal! e aquela porta o que está ali a fazer? ". Pedi desculpa pela cadela, afiancei que lhe iria limpar o quintal o mais rápido possível, afirmei que a porta estava no meu espaço. Ele não concordou e ao desculpar-me e tentar fechar a porta pôs-me o pé na porta. Assim! Quando lhe bati a porta no nariz ficou a rosnar do lado de fora durante uns segundos que eu ouvi. Uma coisa de urso mesmo.<br />
<br />
Aquela passagem dás-lhe cabo do neurónios de uma forma que ando, desde há algum tempo, a congeminar coisas para os deixar mais irritados. É que isto pega-se. Se se lembram do filme, a coisa atinge proporções maquiavélicas e torna-se doentio. Por agora limito-me a achar piada chateá-los! Afinal de contas se eles precisam de uma ocupação e me escolheram a mim, tenho de tornar-lhe a vida o mais satisfatória possível. Tenho muitas ideias, não tenho é tempo. E no entanto, com vontade tudo se arranja. É uma verdade para a vida. Tenho imaginação e tenho vontade. Ainda a procissão vai no adro. Prevêm-se tempos entusiasmantes! Haja saúde para isso.<br />
<br />
</div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-22799657698245138472019-04-30T09:29:00.003+00:002019-04-30T09:50:08.958+00:00O cinto<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> Quando nasci a minha mãe tinha 42 anos. O meu pai também! Antes de mim e da minha irmã, tinha havido outro filho que morrera. Desde que me conheço com capacidade para pensar, me dei conta, no meu entendimento de criança, em que tudo parece sobre dimensionado e o mundo é visto com uma importância gigantesca, que o meu irmão morto, antes que ambas tivéssemos nascido, era um ser perfeito e que morreu nessa perfeição sem mácula. Tinha nove anos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> Foi em Lourenço Marques. Quando tomei consciência de que o mundo não é um lugar sempre seguro e sempre bom e sempre pacifico e sempre prazenteiro, foi-me dito pela minha mãe, com sofrimento na voz, que a dor sentida por ela, permanecia e sempre a acompanharia até à sua morte. A imagem que guardo dele é a de um ser intocável na sua perfeição: excelente menino, obediente, alegre, muito amigo de sua mãe e um excelente aluno. Era assim e nestes termos que éramos convidadas a reverencia-lo, ao mano. O nosso mano vivia nas fotografias da sala e do quarto dos meus pais e em duas delas vestido com a farda da mocidade portuguesa. Segundo a minha mãe, a farda era obrigatória mas nunca passou disso, nem marchas nem concentrações massivas de jovens de apelo de amor à pátria ou lavagens cerebrais ideológicas precoces. Mas o que recordo dele é a sua imagem de farda vestida, todo prezado, um pequeno soldado preparado para a luta.
Num canto do seu guarda-fatos a minha mãe guardava, com a dor de toda a saudade acumulada, os livros e os cadernos da escola e todos os desenhos e postais de dias da mãe e do pai, nos quais o filho, escrevia o quanto os amava, postais com uma imagem de um santo, tão bem ao gosto do catolicismo conservador do Estado Novo. Guardava também alguma roupa, o vestidinho do baptizado e, da farda da Mocidade Portuguesa apenas o cinto, em couro e com um S de metal desenhado como fivela.</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> Pequena que era nunca me questionei sobre o significado do S do cinto, para mim não era uma inicial, era um desenho. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> Por altura de Abril de 74 ainda vivíamos na Beira em Moçambique e regressada a Almada pouco depois da revolução, percebi que algo muito importante tinha acontecido. Sentia a comoção dos novos tempos nas conversas dos meus pais. Sentia o frenesim, a discussão indecifrável de política dos adultos, cantava "uma gaivota voava, voava", canção que repetia até à exaustão e habituara-me a trautear o hino do Movimento das Forças Armadas. Tinha 7 anos mas recordo imagens, sons, fragmentos, a televisão a preto e branco com as notícias frenéticas, entusiasmadas dos repórteres. Sabia que algo muito solene tinha acontecido e recordo ter decidido, pouco tempo mais tarde que pertencia ao Partido Comunista. Provavelmente porque tinha um tio, irmão da minha mãe, um bonacheirão comunista ferrenho que sempre que a visitava lhe oferecia um livro do José Saramago e a mim pastilhas elásticas e nos tentava doutrinar, a cada visita. Do General Ramalho Eanes recordo um personagem austero e lembro-me de sentir que aqueles óculos de massa escuros e grossos, me causavam algum respeito. Também gostava do camarada Vasco Gonçalves e do Pinheiro de Azevedo, não porque percebesse nada do que diziam mas porque me pareciam confiáveis. Os campos de papoilas que encontrava no caminho para a escola eram mais um símbolo do que sentia ser a liberdade. Apanhava umas quantas que prendia no cabelo e sentia-me parte daqueles tempos. Falava-se de liberdade, aquele dia, o 25 de Abril tinha sido o dia em que a liberdade tinha voltado. E eu, que sempre fora livre, na minha existência de criança em África, de pés descalços e vadia, ia tentando perceber em que medida, outros, dela tinham sentido falta. Ia apanhando fragmentos dos discursos políticos, os debates na televisão, naquele tempo de um único canal era uma consumidora ávida e lá em casa ninguém me proibia de ver televisão, via tudo, os programas dos miúdos e os programas dos graúdos. Não havia filtro mas não havia necessidade de haver filtros. Não era grande dilema para a minha mãe saber se a filha tinha maturidade para assistir ao programa do engenheiro Sousa Veloso ou se o Vitorino Nemésio a falar era de entendimento fácil para a filha mais nova. Era um tempo livre, eu era uma criança curiosa e os meus pais, uns pais permissivos amantes do conhecimento. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> Quase uma década passada, vinda de uma estadia de 5 anos na ilha Terceira, revoltada e em plena fase rebelde, numa das muitas incursões ao sótão, onde se encontrava sempre lixo interessante que já não sabia existir, volto a descobrir o cinto, guardado com outros objectos do passado. E era tão giro! Vivia-se o início dos anos oitenta, a época dos vestidos indianos com as malas de cabedal compradas numa ruela de Almada, malas que escureciam com o uso constante do tempo. Era o tempo das missangas e dos sapatos mocassins, aquele cinto ficava a matar, de couro curtido, muito hippie, achava eu. O S desenhado continuava indecifrável para mim; e assim eu, revolucionária adolescente, que ouvia os Trovante e Janita Salomé apanhava o cacilheiro na margem sul com o símbolo da ditadura à cintura, para vender tralha à feira da ladra. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> Alguns anos mais tarde, já depois dos meus gostos estéticos terem mudado e, vendo de novo o cinto, olhando-o com os olhos de quem já reflecte com cabeça de adulto, percebi subitamente o S e dei conta do pecado cometido. Lembro-me do meu coração se ter sobressaltado. A descoberta foi tão súbita que fiquei alguns instantes sem acção, sentei-me para ordenar o pensamento e reflectir no que fizera.
Findado o choque inicial e depois de ter exortado a Deus uma desculpa pateta, sorri com aquele sorriso enviesado de quem cometeu um mundo de travessuras e nunca foi apanhado. Nunca ninguém me dissera nada, nunca a minha mãe se dera conta? Qual a mácula pessoal por ter, durante tanto tempo, usado um símbolo de repressão de forma tão leviana? Durante uns tempos andei zangada com a minha estupidez mas com os anos fui-me desculpando. A vida é irónica e zomba tantas vezes de nós, suponho que rir dela é a forma mais honesta de desculparmos aquilo em que pecamos, sem disso nos termos darmos conta.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> O cinto, nunca mais o vi. </span></div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-9716919054775677022019-03-07T10:29:00.000-01:002019-03-07T12:19:17.980-01:00Vais fumar droga?!<div style="text-align: justify;">
No último dia de Fevereiro, o meu filho mais novo despediu-se na mim, na saída para a escola, com um: " Vais para onde, afinal?!", isto depois de lhe ter dito, pelo menos, umas 1568 vezes que ia dar um giro pela Holanda.</div>
<div style="text-align: justify;">
" Ah, Holanda! Vais fumar droga?" .</div>
<div style="text-align: justify;">
" Vou tentar!".</div>
<div style="text-align: justify;">
" Boa sorte!".</div>
<div style="text-align: justify;">
E pronto, foi o que se conseguiu de conversa no pequeno percurso para a escola, onde invariavelmente, ele me brinda com uma selecção musical que eu não pedi mas que tenho de aguentar, segundo ele para meu enriquecimento cultural das novas tendências.</div>
<div style="text-align: justify;">
Há 30 anos se eu perguntasse à minha mãe se ia fumar droga na Holanda levava um par de estalos. Há 40 anos eu não sabia que se fumava droga, ponto! De resto, e quando soube, nunca me passaria pela cabeça ter qualquer tipo de conversas desse teor com a minha mãe, com o meu pai, então, seria uma espécie de suicídio assistido. O máximo a que a minha irreverência juvenil chegou foi perguntar-lhe se o poderia tratar por tu. Não levei uma chapada porque não estava ao alcance da mão e mesmo assim tive de me esquivar. Eu cá achei que a pergunta era legitima, os meus amigos tratavam os pais por tu, o meu pai não foi da mesma opinião. </div>
<div style="text-align: justify;">
O Guilherme é rapaz para questionar por uma questão de desafio à autoridade, não porque se sinta confortável com o debate destas questões com o ser alienígena de nome Mãe. Com a mãe não se fala destes assuntos. Ter a mãe a dar corda à conversa e a desafiá-lo armando-se em progressista pós-hippie é mais do que um adolescente "conservador de pais" pode permitir. Andou a minha geração a desbravar terreno para que os nossos filhos sejam agora uma espécie de nossos pais, quadrados e intransigentes nos nossos comportamentos. Bem, na verdade, nem eu nos meus tempos de rebelde progressista, alguma vez imaginei que os meus pais tivessem sexo, tal cena é inimaginável, no que me diz respeito, fui concebida por intermédio divino do Espírito Santo. Ouvir, certo dia, a minha avó mais a minha mãe e tias a falarem de técnicas inovadoras de contracepção por intermédio de tripa de porco, foi chocante e cru e muito pouco esclarecedor. Imagino, o que será para os meus filhos, imaginar os pais a "fazê-lo"! </div>
<div style="text-align: justify;">
E, no entanto, dá gozo abanar estes miúdos!<br />
Se me pode perguntar se vou fumar droga, aguenta ouvir um tese de mestrado como resposta, como ouviu hoje quando lhe desliguei a musiquinha no carro e encetei uma resposta à pergunta de há uma semana: que fumei, gostei, sensações e descrições pormenorizadas dos procedimentos e rituais e que lhe trouxe um chupa chupa de erva para experimentar. Não abriu a boca, simplesmente ouviu e digeriu. Com o tempo aprende... ou não. É para não se armar em parvo, assim pensa duas vezes da próxima vez à pergunta se vou fumar droga na Holanda. </div>
<br />
<br />
<br />Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-55025137701971953862019-02-17T23:41:00.002-01:002021-06-06T01:34:51.379+00:00Retratos de mim pela Margarida Quinteiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx3mPuSAGtAkSG7KN5gQXLbJ0TWpfpenUgE_YVkQoDp_GnYKUYWTFq6Zlh_WDZQDJe91lJgU0P2C6t1I_xKVMvY5ybS8vkXwCg-LIVqG0kLQBv-814mDs0gMziRZ2Bi57Osk08wKenbgs/s1600/MQ-8162-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx3mPuSAGtAkSG7KN5gQXLbJ0TWpfpenUgE_YVkQoDp_GnYKUYWTFq6Zlh_WDZQDJe91lJgU0P2C6t1I_xKVMvY5ybS8vkXwCg-LIVqG0kLQBv-814mDs0gMziRZ2Bi57Osk08wKenbgs/s320/MQ-8162-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ5RP4rqfrVF4ORcmk56E0Ehx6mwUVmV5iqpM4nFfq4TPSiw0GWHnaspxaxrePfZAcjE91Upl_5NTG4AJ2IdwWXoFTL3Mt6x8Ero1tM5E9Wo9aLf2oRwHLvqlp_DYH-TyfoORzTWS8Hwk/s1600/MQ-8164-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ5RP4rqfrVF4ORcmk56E0Ehx6mwUVmV5iqpM4nFfq4TPSiw0GWHnaspxaxrePfZAcjE91Upl_5NTG4AJ2IdwWXoFTL3Mt6x8Ero1tM5E9Wo9aLf2oRwHLvqlp_DYH-TyfoORzTWS8Hwk/s320/MQ-8164-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh51gVLV4XV-Przr713wEIAakfpskzeUku6AgeWacaby0ZuYPn_w12pSyYWxtLPbcxD0xyaUN5QsNlndQiJoljtz3O15uBhDCHKL-ELQHAciInUuxcGRoU1exPy9NVFYoYN4ZSO9XQYiBc/s1600/MQ-8165-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh51gVLV4XV-Przr713wEIAakfpskzeUku6AgeWacaby0ZuYPn_w12pSyYWxtLPbcxD0xyaUN5QsNlndQiJoljtz3O15uBhDCHKL-ELQHAciInUuxcGRoU1exPy9NVFYoYN4ZSO9XQYiBc/s320/MQ-8165-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirv6VNNdZlyixbYCjDpNlF1okALjiYcllGlhk4_HncbIUcLiw2WI5YNcfxmhyphenhyphenHXQ2bk4n6jeLa9Fp2dv40KlHilEBL5FvKyQTskjh4W02g7P3SAA-DhC8pMU5-cLtOuGs7NAuc91zl7zE/s1600/MQ-8166-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirv6VNNdZlyixbYCjDpNlF1okALjiYcllGlhk4_HncbIUcLiw2WI5YNcfxmhyphenhyphenHXQ2bk4n6jeLa9Fp2dv40KlHilEBL5FvKyQTskjh4W02g7P3SAA-DhC8pMU5-cLtOuGs7NAuc91zl7zE/s320/MQ-8166-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7GyVtuW-uXFe1lEQv-NxjNkxXGau_33_I2yfdN2QuoKRFkHP2qTsERODOGhy2b261g6FVgW-19Gfry06JFvVp15TQW3NfI_LE9pFL29Ygi-XPzU_t-ub5kvr3T5CTBJEkI5iMtzclLwc/s1600/MQ-8168-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7GyVtuW-uXFe1lEQv-NxjNkxXGau_33_I2yfdN2QuoKRFkHP2qTsERODOGhy2b261g6FVgW-19Gfry06JFvVp15TQW3NfI_LE9pFL29Ygi-XPzU_t-ub5kvr3T5CTBJEkI5iMtzclLwc/s320/MQ-8168-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh54yse6EuDkW1V72A_t_DOOrsl2w5h8s3xEyAY7En5UJOCk4MT2yQyKGWWnDMI_BJ8mpgdkb0niCJef-fGBjPxJhhCgr7yeLS6aWrjOe6YjhyG21cUTztbiuRmEjM49dBCkjQ1Tv7pcqo/s1600/MQ-8169-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh54yse6EuDkW1V72A_t_DOOrsl2w5h8s3xEyAY7En5UJOCk4MT2yQyKGWWnDMI_BJ8mpgdkb0niCJef-fGBjPxJhhCgr7yeLS6aWrjOe6YjhyG21cUTztbiuRmEjM49dBCkjQ1Tv7pcqo/s320/MQ-8169-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2hSSusRsDvuU_K9faU_-5B3LC64X_hlUsSDRRI1FNSNswYIap5Id3WUMDtSr-ito0rpATzi7U2diRUYwzWUqaClCzXwFJyNs24CWO7fKr1rZVDG722_bRb6zvRO0WtfCViMrbBUIRjtA/s1600/MQ-8172-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2hSSusRsDvuU_K9faU_-5B3LC64X_hlUsSDRRI1FNSNswYIap5Id3WUMDtSr-ito0rpATzi7U2diRUYwzWUqaClCzXwFJyNs24CWO7fKr1rZVDG722_bRb6zvRO0WtfCViMrbBUIRjtA/s320/MQ-8172-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKIKpWV0lk6KAoV6r540F9fH98Ivjntc5KfMQfRz86eTW345pNeuhyphenhyphenxdCpxmNzUj_8MblDBmMYVEV_cmJRtkeXndQtlVoy5JrxIHzGTZu8d9p9qBxCDiDPAwTvvSeHOP53jPdnwBko6UA/s1600/MQ-8173-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKIKpWV0lk6KAoV6r540F9fH98Ivjntc5KfMQfRz86eTW345pNeuhyphenhyphenxdCpxmNzUj_8MblDBmMYVEV_cmJRtkeXndQtlVoy5JrxIHzGTZu8d9p9qBxCDiDPAwTvvSeHOP53jPdnwBko6UA/s320/MQ-8173-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg50fhX1a7-tdv5UD5MEeuXle8DlORUhCEve9hQ_sKBNGe0k0R2k06-Kr3C5KMfbxJocWt1JYIPkX2C4TaVc_a__3KRLwTmGW1Kv5A2H_G4ANqW0C1JtDdeDf0OysOf3M0IQOuS7pCjLIQ/s1600/MQ-8181-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg50fhX1a7-tdv5UD5MEeuXle8DlORUhCEve9hQ_sKBNGe0k0R2k06-Kr3C5KMfbxJocWt1JYIPkX2C4TaVc_a__3KRLwTmGW1Kv5A2H_G4ANqW0C1JtDdeDf0OysOf3M0IQOuS7pCjLIQ/s320/MQ-8181-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6GXpCvRwbeD-lj9gXqtJpnva3OXMzzTaM3KvhlIwtGMbn6pNQ1EuqYiLM3i46rmyAI3yKRZVIy-ED6igKsgrHRy1inmcqq9_S7prADB3iA2kgC6lz-SgaiQVhlr8zwLR26LAJV7ofHOI/s1600/MQ-8182-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6GXpCvRwbeD-lj9gXqtJpnva3OXMzzTaM3KvhlIwtGMbn6pNQ1EuqYiLM3i46rmyAI3yKRZVIy-ED6igKsgrHRy1inmcqq9_S7prADB3iA2kgC6lz-SgaiQVhlr8zwLR26LAJV7ofHOI/s320/MQ-8182-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXzwigAl7D-my1X5eUpKZxtcRAEEuZAH0Uz1DZUKivECzKoXtTxAfVqHjuoNGb9P66DJs-StzpDH5G-5qLQzHX_tsiMzpOmLJO9pyIOwR-vZJWZkICZ0kAthc7gZqHwdV3t2Pbwzvl8EI/s1600/MQ-8184-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXzwigAl7D-my1X5eUpKZxtcRAEEuZAH0Uz1DZUKivECzKoXtTxAfVqHjuoNGb9P66DJs-StzpDH5G-5qLQzHX_tsiMzpOmLJO9pyIOwR-vZJWZkICZ0kAthc7gZqHwdV3t2Pbwzvl8EI/s320/MQ-8184-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgchP5-SfzcHahpvvh2caf5Bn1AD9D0CmM8Ok-PNiaMMtjNpyoab0j7f0ctdX0-g7VTkUUkdqiFS2JjkjoZ3ZpH4rBAvIfl1OjG57HV6Ck6ITfTHicTh0YJw-MIGQzBG3SijK7DhlD8PDI/s1600/MQ-8190-01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgchP5-SfzcHahpvvh2caf5Bn1AD9D0CmM8Ok-PNiaMMtjNpyoab0j7f0ctdX0-g7VTkUUkdqiFS2JjkjoZ3ZpH4rBAvIfl1OjG57HV6Ck6ITfTHicTh0YJw-MIGQzBG3SijK7DhlD8PDI/s320/MQ-8190-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-56192785617643295182018-12-30T06:08:00.004-01:002018-12-30T06:10:16.339-01:00S. Tomé - Dia 8 - Ilhéu das Rolas<div style="text-align: justify;">
Ontem o dia foi do Ilhéu das Rolas e da costa sul ainda não explorada, desta feita de barco. Conhecemos o Shun, o nosso marinheiro e guia, professor e praticante de surf em uma das duas escolas de surf de S. Tomé: a escola de Porto Alegre. A outra fica em Santana. </div>
<div style="text-align: justify;">
Vou dispensar as palavras e mostrar as fotos. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwmTnSRF_A_xLKrTXCuftukNQyxqbDGyR1KQoGIgYB8-IzOYjcCo8MfyixF4DOQna5H0FfE2FsJh8tKub3G2_nRsVs-UjyQUdiucaT7n9OOw6eHsGbcjHO4VSMaTWP67FQKmmUBH2dXwc/s1600/20181229_115806.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwmTnSRF_A_xLKrTXCuftukNQyxqbDGyR1KQoGIgYB8-IzOYjcCo8MfyixF4DOQna5H0FfE2FsJh8tKub3G2_nRsVs-UjyQUdiucaT7n9OOw6eHsGbcjHO4VSMaTWP67FQKmmUBH2dXwc/s320/20181229_115806.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8-S4y1JGstVYVDssO-jQxBZB4prf57d1_HYBzbjNqeU_8n-B8L2nX4D02IjbHMiAIFJyA4gxJbSSG9yCQmDytEqVigOyi4oZUZbf8SJCIliQYnQwpnhKz2wvRCkc67g89C8_mh-8Vywo/s1600/20181229_115627.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8-S4y1JGstVYVDssO-jQxBZB4prf57d1_HYBzbjNqeU_8n-B8L2nX4D02IjbHMiAIFJyA4gxJbSSG9yCQmDytEqVigOyi4oZUZbf8SJCIliQYnQwpnhKz2wvRCkc67g89C8_mh-8Vywo/s320/20181229_115627.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiltrexoUENJ7RrBfwNK_TVi3I_Z885NA6vxwG4mXI4oNu6EvMZW7iQMDjNBbgnhOhqi4HTbg8Nan6QtXscClq1_K2ooy86ulNRD9FPSaasMRwu-jlE-LZKpOb4MB8epWXUIp0cSGBmCug/s1600/20181229_122959.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiltrexoUENJ7RrBfwNK_TVi3I_Z885NA6vxwG4mXI4oNu6EvMZW7iQMDjNBbgnhOhqi4HTbg8Nan6QtXscClq1_K2ooy86ulNRD9FPSaasMRwu-jlE-LZKpOb4MB8epWXUIp0cSGBmCug/s320/20181229_122959.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3OSVssE5ymqK9Ozsx_YjetoAGRnMhlPAkl02KlN71sUFLQvh8M42-AzU_ghFeE-Yb7CUdpjfJJ2MNukwxn_HOsYaIlBKLC7eW0QEQ0CPaymnJVto97PvuRNDyExMZzg6_Jc0W-zSSfDg/s1600/20181229_123302.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3OSVssE5ymqK9Ozsx_YjetoAGRnMhlPAkl02KlN71sUFLQvh8M42-AzU_ghFeE-Yb7CUdpjfJJ2MNukwxn_HOsYaIlBKLC7eW0QEQ0CPaymnJVto97PvuRNDyExMZzg6_Jc0W-zSSfDg/s320/20181229_123302.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMffyNeue7wLVZnDxsr5TtxXW4SFywXM-Y0KYtzsjWFvA1MFd2TpUzF3YAmVaXOQnFqeYgItVLqxLBWhsHBfQ_pisNIXUOan-ZIs20Tjm0qYoc8YNPGmzfL-RruKcEkkUD6rOaPSKh6LY/s1600/20181229_131346.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMffyNeue7wLVZnDxsr5TtxXW4SFywXM-Y0KYtzsjWFvA1MFd2TpUzF3YAmVaXOQnFqeYgItVLqxLBWhsHBfQ_pisNIXUOan-ZIs20Tjm0qYoc8YNPGmzfL-RruKcEkkUD6rOaPSKh6LY/s320/20181229_131346.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge0FPPrbYE0B9DWMQLZXdDRKZ_v3DsZVsQOXiQZy2dDwVkbXHaJcO_8itetpZkgwuazCNc5fQfqnD334mLCpD2iWY7juI82jLZxTLYZCmc5J719g7WvrzDX0i8ubSmclsos_heiiikO8k/s1600/20181229_131417.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge0FPPrbYE0B9DWMQLZXdDRKZ_v3DsZVsQOXiQZy2dDwVkbXHaJcO_8itetpZkgwuazCNc5fQfqnD334mLCpD2iWY7juI82jLZxTLYZCmc5J719g7WvrzDX0i8ubSmclsos_heiiikO8k/s320/20181229_131417.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj-6NH20lWdeHRGq4byCQznmpP_xUK_EQ000xzevHB-YR53dQuFPuxdFCXP0j9gEIaFyRuDY7CpfbjP_t427Izl9uOKClbuJb7mRLJeqKTN85iztsfBsD2mpFSqMzsjpvNvVlEEoEvyKQ/s1600/20181229_131435.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj-6NH20lWdeHRGq4byCQznmpP_xUK_EQ000xzevHB-YR53dQuFPuxdFCXP0j9gEIaFyRuDY7CpfbjP_t427Izl9uOKClbuJb7mRLJeqKTN85iztsfBsD2mpFSqMzsjpvNvVlEEoEvyKQ/s320/20181229_131435.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4mGyd2sNEhhuZ1Tu_VRuBeCgS1C_9hxV-jmfpOD4lcG7Y5gJP9tyjctk76B3yM2qLHfEYUI1DHFQao_1Amnn-1Z9JHPY-kBz3-Uu-HLAEH3w35BwM-ASWej2Rma4lIzs_ywC9eMBN5jg/s1600/20181229_131651.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4mGyd2sNEhhuZ1Tu_VRuBeCgS1C_9hxV-jmfpOD4lcG7Y5gJP9tyjctk76B3yM2qLHfEYUI1DHFQao_1Amnn-1Z9JHPY-kBz3-Uu-HLAEH3w35BwM-ASWej2Rma4lIzs_ywC9eMBN5jg/s320/20181229_131651.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxiwghEojA6djz1QQUeAtwjd6GDkWAe7WUDSbXZYF_6Krtl3rJOJye4HDPvxcAtFkvbwc-LYo6ofzrNoZZIuW0vSTE3p3hXzJhowpOCggAWIKUSYzztLnb1l8oUqqcQEaJqTBZZfUNklw/s1600/20181229_131707+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxiwghEojA6djz1QQUeAtwjd6GDkWAe7WUDSbXZYF_6Krtl3rJOJye4HDPvxcAtFkvbwc-LYo6ofzrNoZZIuW0vSTE3p3hXzJhowpOCggAWIKUSYzztLnb1l8oUqqcQEaJqTBZZfUNklw/s320/20181229_131707+%25281%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUTfiBSgYtb8Yc4GlNIea7aUAYnxZsd1o2ts1bFzBGNtI_KX0sJBTntNdPBQrgghsHC1B96vSQMXdrYoRPsl40GiiERF6pImjPTA9kXTAOH3x6ibeGw_uq9se4mpvmTLvp5abxujXO46I/s1600/20181229_154821.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUTfiBSgYtb8Yc4GlNIea7aUAYnxZsd1o2ts1bFzBGNtI_KX0sJBTntNdPBQrgghsHC1B96vSQMXdrYoRPsl40GiiERF6pImjPTA9kXTAOH3x6ibeGw_uq9se4mpvmTLvp5abxujXO46I/s320/20181229_154821.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdjyfRGwINOMdSAZDcJ9JgWjwbyV12Mh-Oxd3pWUkIhg-_tWYPEj5Z7K7vXF1wcyWLJ_W1MFaKNUyIyXlVJu8fr1iFSnOf_wP1bNCw69is-AlLTMtAez1Pytaw-OMLuEdaWdLfcq4gmIY/s1600/20181229_154835.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdjyfRGwINOMdSAZDcJ9JgWjwbyV12Mh-Oxd3pWUkIhg-_tWYPEj5Z7K7vXF1wcyWLJ_W1MFaKNUyIyXlVJu8fr1iFSnOf_wP1bNCw69is-AlLTMtAez1Pytaw-OMLuEdaWdLfcq4gmIY/s320/20181229_154835.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaUUi4z5wwZ7whhI-a6WZ4QxWVrPbbskADq-FxVElJrUnUXyLg5Qm0AKngStijiaEJva4ut_bnt_PTAorrigOVdRETRc2Nv8c_XuxYFQwIyzYir2WEALfGDWlyrWHe7vKVMudTE7Ww7NQ/s1600/20181229_111536-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaUUi4z5wwZ7whhI-a6WZ4QxWVrPbbskADq-FxVElJrUnUXyLg5Qm0AKngStijiaEJva4ut_bnt_PTAorrigOVdRETRc2Nv8c_XuxYFQwIyzYir2WEALfGDWlyrWHe7vKVMudTE7Ww7NQ/s320/20181229_111536-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxhQDFaC6aGqV617E9TuWQQS9KWMpv7l_CWTngT0zkNRTPSxReaMJSCdJYlyLGmxQYzMtLhMiyI2y300e4UjcoAIkjTElY8O6ws_9UGwYpivpte36WtlCAMCuxsHi4y7BLAx3LCvIRbKE/s1600/20181229_123140-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxhQDFaC6aGqV617E9TuWQQS9KWMpv7l_CWTngT0zkNRTPSxReaMJSCdJYlyLGmxQYzMtLhMiyI2y300e4UjcoAIkjTElY8O6ws_9UGwYpivpte36WtlCAMCuxsHi4y7BLAx3LCvIRbKE/s320/20181229_123140-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh-Rtbtj1ephaYdoj8F_2xDWNYkGm8ex3xHW_a6avhMqtzIiNS41OYmykB0wwKmV42E_2q2QqxEUFi16EG-AMUB2AfJhTmD6Xa7Hs0Te32A_XgOiXrmHfzw5ABIdSB7gipxKrINkBC4jU/s1600/20181229_125231-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="936" data-original-width="1600" height="187" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh-Rtbtj1ephaYdoj8F_2xDWNYkGm8ex3xHW_a6avhMqtzIiNS41OYmykB0wwKmV42E_2q2QqxEUFi16EG-AMUB2AfJhTmD6Xa7Hs0Te32A_XgOiXrmHfzw5ABIdSB7gipxKrINkBC4jU/s320/20181229_125231-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkID24oDqpI7t8gsJxzMPAd1kMnxvLqMTLM8qgHR_sAQnRQPlFfnpz8ZXbjTR6MMX-JJtyBBKkrgALglOf3nAgSlWuNvZnwLbelBTzxVCkeQ_lnHVgUeaDSQOHPyAI0KLVpme_hasCpuE/s1600/20181229_125238-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkID24oDqpI7t8gsJxzMPAd1kMnxvLqMTLM8qgHR_sAQnRQPlFfnpz8ZXbjTR6MMX-JJtyBBKkrgALglOf3nAgSlWuNvZnwLbelBTzxVCkeQ_lnHVgUeaDSQOHPyAI0KLVpme_hasCpuE/s320/20181229_125238-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBKyNYpLeqFurQDwfBqL7C1ntY8yiwMX_qLBQ2Qzi_JztQz1UGITpmtm74jbZCsj2SbphPQmjTsIWUUsDsn59oYWcP-JJfYaY3noheCq_SlZINLJVpFAodL9bjksd44YlzLgnRZ2sTYH0/s1600/20181229_131530-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBKyNYpLeqFurQDwfBqL7C1ntY8yiwMX_qLBQ2Qzi_JztQz1UGITpmtm74jbZCsj2SbphPQmjTsIWUUsDsn59oYWcP-JJfYaY3noheCq_SlZINLJVpFAodL9bjksd44YlzLgnRZ2sTYH0/s320/20181229_131530-01.jpeg" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhEHbpa-2UV2MvCYr_GKCW2O5jX9LxGUg-3nGfwcQhqJn6zAFLnBQXV8X9bp-DUGH0oFdiFlsNDZlm9xFcigMdqg4fxY1zyf9pEFhGudToVgUUbxTNO1yTAA0WbgC3-TVtpWK7h1Ekmfk/s1600/20181229_132158.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhEHbpa-2UV2MvCYr_GKCW2O5jX9LxGUg-3nGfwcQhqJn6zAFLnBQXV8X9bp-DUGH0oFdiFlsNDZlm9xFcigMdqg4fxY1zyf9pEFhGudToVgUUbxTNO1yTAA0WbgC3-TVtpWK7h1Ekmfk/s320/20181229_132158.jpg" width="240" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-64129029642614795082018-12-28T20:55:00.002-01:002018-12-28T21:09:31.030-01:00S. Tomé - Dia 5, 6 e 7 <div style="text-align: justify;">
Anteontem fui sempre para sul até Porto Alegre. De S. Tomé, cidade até Porto Alegre são 70 km de curvas e contracurvas, de vegetação luxuriante e paisagem de perder o fôlego. Foi dia de queimar quilómetros, de perceber a dimensão da ilha. E de perceber, também, como a ilha parece tirada dum livro do Robert Louis Stevenson ou de, como se de repente, do matagal cerrado pudesse surgir, fazendo estremecer as palmeiras a qualquer momento, um gorila gigante. A flora é riquíssima, as flores são exuberantes, as árvores altas ou de copas larguíssimas, de toda a ilha brota vida em excesso de cores, de formas, de tamanhos. Porto Alegre é uma aldeia piscatória no fim da estrada. É um porto pequeno com um aglomerado de casas caoticamente dispersas como, de resto, em toda a ilha. Aqui não me detive muito tempo, a fazer contas sem ter a certeza de ter gasóleo para o caminho de regresso. Certa que irei voltar noutro dia para fazer a travessia até o Ilhéu das Rolas e aí poder percorrer a aldeia a pé. Vim ligeirinha até a cidade a tentar poupar gasóleo o mais possível e a tentar lutar contra a estrada em péssimo estado e a vontade de parar em 100 em 100 metros para apreciar a paisagem e tirar mais uma foto. O cenário é tal que ficamos sempre com a sensação de que não tirámos fotografias suficiente, que aquela foto que perdemos nos fará imensa falta para completar todo o quadro. Não basta o deleite para os nossos sentidos, queremos perpetuar essas imagens. É uma paisagem avassaladora!</div>
<div style="text-align: justify;">
Tomei banho na praia das Sete Ondas, uma pequena obra-prima da natureza! Crianças apanhavam conchas, de formas muito curiosas, fiquei fascinada por elas e daí a um bom bocado, vieram, num grupo de 5 ou 6 trazer-me uma mão cheia delas. São assim as pessoas de São Tomé, generosas, curiosas, afáveis. Conheci a Beatriz e a Suzete, duas meninas de 10 e 12 anos com quem falei um pouco e que me encantaram pela sua doçura e simplicidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
Ao final da noite fui buscar, finalmente, o Fernando ao aeroporto, </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ontem foi dia de roças, de mais descoberta de praias e de um conhecimento ibérico.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tinha telefonado no dia anterior a reservar mesa para duas pessoas no restaurante da Roça de S. João, a tal da tv Na Roça com os tachos. No caminho para lá paramos na praia do Micolô, outra praia de postal. Começou a chover com trovoada ao longe, neblina, muita humidade no ar. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tivemos ainda tempo para dar um passeio a pé por S. João dos Angolares, ver a igreja por fora e visitar o cemitério, antigo, fechado (saltar muros é uma boa forma de visitar cemitérios). A chuva tornou-se inclemente e não o vi como desejaria mas parece-me que há muito tempo que ninguém é ali enterrado. </div>
<div style="text-align: justify;">
Após o almoço, em que partilhamos mesa com o casal galego Saul e Maria José, com os quais encontramos algumas afinidades, eu em particular com a Maria José, fomos à aventura das roças, a primeira a Roça do Micolô (abandonada e com uma casa absolutamente maravilhosa com toda a imponência de há um seculo atrás e ainda, flores e trepadeiras luxuriantes. Uma buganvilia ainda persiste, teimosa! De resto, o enquadramento paisagístico é do mais paradisíaco que já vi) e de seguida a Roça da Comunidade Açoreana e a Roça do Amparo I. Na roça da Comunidade Açoreana encontramos um grupo de pessoas disponíveis para falar onde as crianças vieram ter conosco e eu lhes ofereci a 2ª bola que tinha levado. A alegria que surgiu na carinha de todos é de envergonhar todos aqueles que entre nós se lamentam de barriga cheia. Conhecemos o Calu que nos levou até à Roça do Amparo onde descobrimos um grupo de jovens que nos cantaram algumas canções e onde estivemos, sem pressa, na conversa com as pessoas. Conheci outra Suzete, uma mulher jovem, muito jovem, linda a amamentar o 4º filho, uma coisinha roliça de 3 meses. Impossível não pensar que ela merecia ambicionar mais. </div>
<div style="text-align: justify;">
Com o Calu falei sobre o meu projecto, quis saber o que achava dele, se da parte da comunidade haveria disponibilidade para me abrirem as portas. Ele disse que sim. Já percebi que disponibilidade não falta, apenas dinheiro.<br />
Hoje fomos para norte, para descermos para sul pela costa oeste. Antes de passarmos novamente por Micolô, fomos ver duas roças, uma a do Monte Café e a segunda a Roça Saudade, onde nasceu Almada Negreiros e onde visitámos a Casa Museu e nos foi contado por um jovem local a história do nascimento dele. Distribuídos os últimos lápis e borrachas com grande confusão porque a criançada estava indomável, partimos rumo a Micolô onde tomamos banho rodeados de crianças curiosas, por vezes demasiado, comemos uns chocos deliciosos numa tasca de beira de estrada e fomos descobrir as várias praias que existem ao longo da costa, a praia do governador e a praia das conchas até a Lagoa Azul, onde a existência de uma cobra no mar acabou com as minhas expedições subaquáticas. Zarpamos para Neves onde descobrimos uma costa diferente da costa este até ao sul mas igualmente transcendental. Um pneu completamente fora dos eixos ia dando cabo do resto da tarde não fosse termos encontrado uma recauchutaria onde o pneu de socorro teve de ser usado. Esperávamos comer santola em Neves mas o dono tinha ido para uma festa da sua igreja, qual não sei, descobri mais umas quantas igrejas que não tinha referido em diários anteriores, e portanto, não houve santola para ninguém. A miséria em que as pessoas vivem por toda a ilha mas com maior incidência em Santa Catarina, a povoação de fim de estrada a oeste, tal como Porto Alegre o é a sul, é confrangedora. A confusão que existe, pessoas, carros, motas, porcos, galinhas, cães famélicos, lixo por todo o lado, casas encavalitadas em casas, quase todas em madeira sobre estacas, chapas de zinco, intercaladas com bananeiras e outras árvores de maior porte, em chão de terra pisado milhares de vezes, só nos confunde a nós, ocidentais, os locais convivem muito bem com toda aquela confusão. A terra é fértil em matéria prima, o mar também, apesar de pobres têm o privilégio de ter uma terra que lhes dá muito. Algum cultivo de legumes faz o resto. A maioria dos saotomenses subsiste do que a terra dá de borla e daquilo que eles conseguem plantar. Não vi fome mas também não vi abundância. Habituaram-se também à cultura da pedinchice ao turista o que ao fim de dois ou três dias a dar, é altura para dizer CHEGA! " Branca, doces, doces! " dizem eles, já de forma quase automática. E os mais velhos, mulheres sobretudo também pedem, olham para o branco e associam a dinheiro fácil. Essa prática é incentivada de pais para filhos. O regresso à capital foi feita de noite em estradas em péssimo estado e onde a confusão continua com grande circulação de gente e de veículos. Os saotomenses não dormem.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRj8PQ4Lz9JLhdeY5WuI0WJYkM4Y_FgCNEajWTHcGkrKlD75ApooVWnAdeU1uLQvn_50VU87Rc_mzncnmtsi3jbUKmSCHmOaKkWpjcd1qNUDk5R7cP-XZUrXCs8nDixfdUy_jHh50f_qs/s1600/20181227_115549-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRj8PQ4Lz9JLhdeY5WuI0WJYkM4Y_FgCNEajWTHcGkrKlD75ApooVWnAdeU1uLQvn_50VU87Rc_mzncnmtsi3jbUKmSCHmOaKkWpjcd1qNUDk5R7cP-XZUrXCs8nDixfdUy_jHh50f_qs/s320/20181227_115549-01.jpeg" width="180" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma flor absolutamente extragavante. Não sei o nome, parecem flamingos.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9YHm54RQrzbo76L6wtULRaLLAZ0jOGNefkiTc9QKgbfOf8vrbO_r36NmJUymvQuDlRDH_Lq_PLw4MYekH9f2eoUTcwRlhllqTBrWlaHm6HES0Kbwn8BfKqH2CVcasg4g9i2romVRqyCY/s1600/20181228_091749-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1015" data-original-width="1600" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9YHm54RQrzbo76L6wtULRaLLAZ0jOGNefkiTc9QKgbfOf8vrbO_r36NmJUymvQuDlRDH_Lq_PLw4MYekH9f2eoUTcwRlhllqTBrWlaHm6HES0Kbwn8BfKqH2CVcasg4g9i2romVRqyCY/s320/20181228_091749-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Roça da Saudade</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2NCgPZn4nCOeUhGzYw0wsOqI9vjEhyphenhyphengG5-040xdLojVv8U4GzTCK43eiAnyg4yl-kqTCF5F484yXNbcnkyGeNZxe5-IiooT2-EQlCJWC5pU1GskflUFalVKlnmln_rI2PETKM3FiPtjg/s1600/20181228_093704-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2NCgPZn4nCOeUhGzYw0wsOqI9vjEhyphenhyphengG5-040xdLojVv8U4GzTCK43eiAnyg4yl-kqTCF5F484yXNbcnkyGeNZxe5-IiooT2-EQlCJWC5pU1GskflUFalVKlnmln_rI2PETKM3FiPtjg/s320/20181228_093704-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Manifesto Anti-Dantas, um dos livros do espólio da Casa Museu de Almada Negreiros</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpKaG6iildSC1jQL3D2BLYj5Pr5gqif_AEJ47m4ToAS9i5eC6mRmOoW1np8xv3ttnYyl6o0yFpS7fnCBloLCKg6zx1Q4p99UUocP_m0mohxDOYKor9bCymNZE_Oi46sV7GhaTsYO0cTDo/s1600/20181228_131501-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpKaG6iildSC1jQL3D2BLYj5Pr5gqif_AEJ47m4ToAS9i5eC6mRmOoW1np8xv3ttnYyl6o0yFpS7fnCBloLCKg6zx1Q4p99UUocP_m0mohxDOYKor9bCymNZE_Oi46sV7GhaTsYO0cTDo/s320/20181228_131501-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Praia do Governador</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYDWpNaqIL-aeSjGqZo8ByjBXyoYfllpRvkI3q0dckiYLvmgcHMLIdUUG22DCGScG0m3t3AIkN8qq2Ic9rua3k2Dys-d7XHjQVgJzqR6ny-RMJDHcpvh4uskV7DDtrqquOZF6i2FhlcKU/s1600/20181228_144818-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYDWpNaqIL-aeSjGqZo8ByjBXyoYfllpRvkI3q0dckiYLvmgcHMLIdUUG22DCGScG0m3t3AIkN8qq2Ic9rua3k2Dys-d7XHjQVgJzqR6ny-RMJDHcpvh4uskV7DDtrqquOZF6i2FhlcKU/s320/20181228_144818-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A caminho de Neves</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-44829758994769297122018-12-25T17:56:00.000-01:002018-12-25T18:21:52.949-01:00S. Tomé - dias 3 e 4<div style="text-align: justify;">
Ontem conheci o Awoul de 20 anos, hoje conheci a Florência de 70. </div>
<div style="text-align: justify;">
O Awoul tem este nome estranho porque há o hábito aqui de juntar os nomes das pessoas mais chegadas, ou o dos pais, ou dos padrinhos ou no caso, o de um tio e do pai. No facebook tem um nome mais sonoro, é o Esparguete d'Açucar. Conheci o Awoul quando embiquei para a esquerda porque o trânsito no centro da cidade não me deixou virar à direita. Assim, fui para o interior, passei alguns vilarejos, todos alinhados ao longo da estrada até chegar a Trindade (antes disso existe o cemitério da Trindade que eu irei visitar nem que seja de fora, é muito interessante, muito velho, quase um jardim) onde tentei por gasóleo mas não havia. Dei a volta e deparei-me com um jogo de futebol. Parei mesmo por trás da baliza e quando fui a ver tinha metade do plantel a olhar para mim. Porque os rapazes e os homens sãotomenses não são acanhados chamaram-me logo e eu parei o carro. Veio o Awoul muito curioso e eu apresentei-me, com o Awoul aparece o Dani. Fiquei a saber que o Awoul é o treinador da equipa Capela Futebol Clube e que estavam ali no último jogo do campeonato distrital de futebol de 5. O Awoul quer dar atenção à equipa mas tem curiosidade em saber coisas; diz que não têm qualquer ajuda do estado, que os equipamentos e o restante material são eles que o compram. O piso do campo, o famoso "ringue de patinagem" está num estado lastimável e a chuva que caiu e a areia fazem os jogadores escorregarem. São bons jogadores, o jogo é bem corrido e não há coxos. Antes de me despedir trocamos contactos facebookianos e prometemos continuar a falar e quem sabe, poder ajudá-los. Quando cheguei à pousada decidi que uma das bolas que tinha levado era para ele e assim o disse, combinamos encontrar-nos no dia seguinte no mesmo local.</div>
<div style="text-align: justify;">
Às 14 horas em ponto lá estava o Awoul e um amigo. Ficou muito satisfeito com a bola, agradeceu delicadamente. O amigo aproveitou a deixa e veio contar que anda a formar uma banda de musica e que precisa de financiamento para o produtor. Perguntei ao Awoul se era verdade, este riu e disse que nada tem a ver com o assunto mas depois e respondidas mais algumas perguntas disse que posso confiar no amigo que é seu jogador na equipa e que é "rapaz bom". Dei-lhe algum dinheiro, mais um agradecimento delicado, de quem está verdadeiramente grato.</div>
<div style="text-align: justify;">
No regresso à cidade conheci a Dona Florência. Estava a pedir boleia na estrada e eu parei. Entrou, sentou-se, cumprimentou-me, agradeceu e começou a falar. Desde que entrou até que saiu, uns 5 km entre a vila da Trindade e Água Porca nunca se calou. Fiquei a saber que foi ver um dos filhos mas ele não estava, esperou, esperou até que se fartou e iria a pé se não tivesse arranjado boleia. Fiquei a saber que teve 9 filhos, 5 meninas e 4 rapazes e que 2 delas já morreram. Contou-me a tragédia da morte das duas mas falava tão rápido que mal percebi o que dizia. Sei que foram mortes trágicas, uma por arma de fogo, a outra envenenada. As circunstâncias das mortes perderam-se no meio da sua algaraviada. Já perto de casa perguntou-me qual o meu credo. Já percebi pela quantidade de igrejas que pululam pelas vilas e aldeias que este é assunto sério. Evangelistas, testemunhas de Jeová, adventistas, igreja universal, católicos. À pergunta da Dona Florência lancei um contra-ataque porque temi responder mal. Perguntei-lhe qual era o dela. Respondeu que era católica. Suspirei de alívio. Eu disse que também o era. Ali mesmo, agarra-me na cabeça e pespega-me dois beijos. Tive de travar não fosse ter um acidente, ia devagar, no entanto. "Sou católica, nasci católica e hei-de morrer católica e os meus filhos são católicos e batizados". Vê-se que despreza as outras igrejas. Ainda me disse cheia de orgulho que tem 48 netos e 4 bisnetos. "Olha para mim, estou boa, não estou?!" E ri-se com vontade. Chegamos finalmente à sua casa e dou-lhe um saquinho de rebuçados para os netos. O material escolar já o tinha despachado mais cedo. Voltou a agarrar-me na cabeça, mais dois beijos sonantes e agradeceu-me por todos os santos e alminhas. </div>
<div style="text-align: justify;">
Entre estes dois momentos houve um passeio até quase São João dos Angolares, que a noite me fez retroceder, numa paisagem de cortar a respiração; a deambulação pela zona mais bonita da cidade, a zona do forte de S. Sebastião e as grandes avenidas onde tudo lembra o nosso passado colonial. Quem viveu em áfrica antes do 25 de abril sabe do que falo; a missa de Natal na airosa Sé Catedral da cidade onde o padre estava inspirado e o coro juvenil cantava verdadeiras graças ao Senhor e não havia as fúnebres e por vezes desafinadas vozes de velhotas como as da igreja da Sé de Angra; a ida ao Jardim Botânico, uma selva majestosa por um caminho extenso de mato. Estava fechado, terei de lá regressar noutro dia; um banho na baía mais afastada da cidade onde o mar continua manso e as ondas vêm rebentar devagarinho na areia acastanhada. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quis comer alguma coisa de jeito. Dia de Natal à tarde. Tudo fechado! Salvou-me um boteco à frente do Hospital Central de S. Tomé onde comprei uma garrafa de água e vim para a albergaria onde jantei um prodigo jantar de torradas com manteiga e uma sagres bem fresquinha. Como sobremesa, uma fruta desconhecida mas saborosa, maracujás e 8 maminhas de preta.<br />
Hoje só há esta foto!<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHNIeRskexE3G2LiUw9Tz5xPrrwlmi_tyR-7_vqY1d20K39_-tRrIsuA_rv1aFk7LBgothyU-SkyqWkhSV6NmkthbuGHZWsLIQyWK9I6UJ7Y51jpdMmkV7bEkdhVamMJo9Szo0L9XzFVM/s1600/20181225_171807.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHNIeRskexE3G2LiUw9Tz5xPrrwlmi_tyR-7_vqY1d20K39_-tRrIsuA_rv1aFk7LBgothyU-SkyqWkhSV6NmkthbuGHZWsLIQyWK9I6UJ7Y51jpdMmkV7bEkdhVamMJo9Szo0L9XzFVM/s320/20181225_171807.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Estes três miúdos iam pela marginal fora até ao bairro do hospital onde moram. Foram apanhados por mim, pediam 5 dobras, disse-lhes que tinha cadernos e rebuçados, ficaram todos contentes. Mais um Ronaldo, o da esquerda, os outros dois já me esqueci do nome, são complicados. Observem o olhar meiguinho do do meio. </td></tr>
</tbody></table>
p.s - hoje já me chamaram de "garota" e de "bonita". Os homens de São Tomé são uns simpáticos atrevidos! </div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-5637774502554113192018-12-24T20:42:00.001-01:002018-12-24T21:59:15.727-01:00São Tomé - dia 2 <br />
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Estou
sem internet, escrevo no papel à moda antiga e depois actualizo o
blogue. Parece que aqui costuma dar um surto por toda a internet na
cidade, um pouco à semelhança com o que acontece com a luz na
Terceira. Bem, são ilhas, estão no atlântico, pode ser que se
explique por aí.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O
Fernando ficou em Angola, a distração saiu-lhe cara, só vem a 26 o
que significa que este Natal ainda vai ser mais radical do que
supunha. Hoje de manhã, ao pequeno almoço, a minha cozinheira, a
Sónia, disse-me que caso “o meu marido” (ontem ainda fui dizendo
que era ex mas aqui parece que esse reparo não colhe nenhuma
credibilidade, já o Nuno torceu o nariz, pelo que vai assim, de
marido, que é para facilitar a conversa) não viesse, eu passava o
Natal com ela. Agora digam-me, quantas vezes pessoas que mal nos
conhecem nos convidam para passarmos o Natal com elas? Só me
perguntou se gostava de dançar. Nem se discute esse assunto. Dançar
na noite de consoada com ritmos africanos é mais do que poderia
imaginar. Sempre achei que aquela coisa da árvore de Natal e do
peru e tal é demasiado stress, pressão, formalidade. Muito
sobrevalorizado. Amanhã vou ter com ela e perguntar se o convite se
mantém de pé!
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Quanto
a hoje e tirando a circunstância do meu jipe, aparentemente um rolls
royce dos todo o terreno, ser um chaço todo empenado, foi um dia de
descobertas e aproximações. Aproximei-me logo de manhãzinha quando
perto do mercado fui trocar euros por dobras. Um mano e o amigo fazem
disto vida, um saco de plástico repleto de dobras. A transação
fez-se, o aperto de mão da praxe e ala para o mercado para me perder
naquele mundo. Fruta, comprei fruta, mangas, maracujás, goiabas,
bananas.
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Gasóleo no jipe, cartão para o telemóvel, as indicações básicas para
me desenvencilhar e pisga-te. As vantagens das
ilhas pequenas é que é sempre à roda. A probabilidade de te
perderes é minima. Não convém, teres um furo também não é
aconselhável - o Nuno desculpou-se por ter chegado uma hora atrasado
ao nosso encontro com o facto de ter tido de ir mudar um pneu, “é
São Tomé leve-leve” disse a Sónia, “com muita calma”.
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Fui
para norte pelo lado este, passei pelas povoações de Santo Amaro,
Conde e Guadalupe. Segui o conselho do Nuno sobre um sitio bom para
comer, de beira de estrada e depois da Lagoa Azul, retrocedi e entre
Guadalupe e Conde, virei à esquerda e segui uma recta enorme que me
levou a Micoló onde tive o privilégio de comer numa tasca
improvisada com mesas de madeira protegidas por uns toldos esconços,
um peixe chamado concon acompanhado de fruta-pão. O peixe era
vermelho com grandes ovas, aberto e grelhado na brasa. A fruta-pão
do tamanho de melões quase esféricos é assada em forno de lenha e
depois descascado e servido às talhadas. Tem uma textura compacta,
de sabor quase neutro mas que no molho do peixe, com bastante
piripiri se torna delicioso. As mulheres que me atenderam, irmãs,
falaram comigo como têm falado todas as pessoas que vou encontrando:
simpáticas, directas, francas. Trataram-me por “Amiga” e
serviram-me a comida com o requinte possível em pratos imaculados,
talheres limpos e comida deliciosa. Falando um bocadinho com uma
delas, disse-me que tem 3 filhos, com 31 anos e que a irmã tem 4.
Que gostava de viajar pela Europa mas que não pode e, portanto, vai
sonhando. Diz isto com um sorriso de resignação, a pingar suor pelo
calor do fogareiro. São bonitas, airosas, risonhas mas cansadas.
Enquanto almoço, ouço o choro de um bebé, aquela dos 4 filhos traz
para fora um bebé de meses e dá-lhe de mamar ali perto. As mesas
vão-se enchendo de homens que almoçam o mesmo que eu, olham para
mim não sem alguma curiosidade mas sem me perturbarem. Todos me
cumprimentam educadamente. Ainda tive tempo de falar com umas
crianças que enchiam baldes numa torneira pública, da época dos
portugueses datada de 1972. Impossível não meter conversa. Para
estes sou a “dona”. Eu iniciei mas após dar o primeiro passo,
atrevidos começam na conversa comigo. Um, um rapazito de 11 anos diz
que namora com a miúda mulata, um palmo maior que ele. Ela nega. Ele
ri-se. Outro, mais velho de 16 anos, conta-me que não vai à escola,
não tem mochila. Pergunta-me se lhe dou uma mochila, digo-lhe que
não tenho, que lhe posso dar cadernos. Prometo voltar ali, eles
andam sempre nas redondezas. Apercebo-me que os locais, as crianças,
se habituaram a ver nos brancos, no turista, uma fonte de pedinchice
instituída. A verdade é que eles têm muito pouco.
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Já
antes, na Lagoa Azul, um paraíso natural e local de peregrinação
turística, meti conversa com o Amador Vaz, cabeleireiro de homens
(“mas que se ajeita também com mulheres”)a fazer uns biscates
como guia turístico. Queria saber que árvore era aquela debruçada
sobre a praia, um embondeiro, respondeu. Aquela zona está cheia
deles, embondeiros e zimbreiros. O Amador quer ir para Portugal mas
diz que os vistos estão muito difíceis. É preciso que o empregador
de destino lhe faça um termo de responsabilidade muito bem
fundamentado. Vou-lhe puxando pela língua e ele diz-me que o governo,
recém-eleito não quer trabalhar para o povo, dá o exemplo das
estradas, num estado lastimável por toda a ilha com camiões a
percorrê-las todos os dias vindos da zona industrial de Neves onde
existe a fabrica de cerveja Rosema e outras. Diz que os chefões só
tiram para fora para construírem as suas casas na Europa. Muitos
desempregados. Que o governo deveria investir no turismo e ter mais
atenção à gatunagem nos sítios turísticos, é uma imagem que ele
não gosta de mostrar a quem vem de fora, é uma vergonha. Tem 5
filhos de 5 mulheres, diz que agora, mais velho, já acalmou. Não vê
futuro em São Tomé, para ajudar os filhos tem de sair. Fiquei com o
contacto dele.
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A
cidade de São Tomé, à luz do dia é uma sombra do que deveria ter
sido há algumas décadas atrás. Sem nostalgias do passado. A
marginal acompanha as duas baías calmas que terminam na cidade. É a
marginal ex colonial tipica de avenidas amplas e árvores frondosas.
O mar que bate no muro é manso, sem ondas e repleto de lixo. Os
passeios esburacados, sujidade por todo o lado. Motas, muitas motas,
centenas de motas, é a mota-táxi que não pára, esta gente não
pára, há bulício em qualquer altura do dia, a noite parece o dia
dada a confusão. Sons de musica por todo o lado. Não há motas de
cilindrada abaixo de 125cm3, bicicletas são raras. O Sãotomense é
um taxista por vocação e necessidade. Todos usam as buzinas com
alguma prodigalidade. São cautelosos sem desacelerarem. Conduzir o
jipe nas estradas principais da cidades, repletas de gente nos
passeios e várias filas desordenadas de veículos é um exercício de
paciência e permanente bom humor, não vais lá zangado. Ainda não assisti a nenhum toque,
surpreendentemente todos passam ainda que, sempre fora de mão. Os
máximos são utilizados como médios, os piscas são substituídos
pelas buzinadelas. Se és buzinado significa que vais ser
ultrapassado, se fazes asneira és buzinado e no entanto, não te
tratam com desrespeito. De certa forma, e de uma forma pouco
ortodoxa, os Sãotomenses convivem civicamente na estrada. </div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Assisti à chegada de alguns barcos de pesca. A língua de praia mais
próxima da cidade estava cheia de homens a descarregarem os barcos e
mulheres a arranjarem o peixe, espadarte para nós, peixe andala para
os Sãotomenses.
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
No regresso ao carro passei para o outro lado da estrada e dou com mais uma cadela, esta mais gordinha, prenha talvez, a assaltar o caixote do lixo. Vendo-me salta do caixote e ouço através de mim uma voz jovem a censurar-me com um sorriso: " não faz isso, está a afugentar o animal do seu alimento!". Eu rio-me e digo-lhe que ela vai voltar e ele, como todos são, educado apresenta-se imediatamente dizendo "eu sou o Ronaldo" e eu sem inspiração " mas não o Cristiano" e ele rindo-se de quem está fartíssimo de ouvir a mesma responde " não, eu é que dei o Cristiano para ele!". Despedimo-nos a rir. </div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Andar
pelas estradas nas aldeias obriga a entender este mundo com um olhar
diferente. Esquecer a minha educação ocidental e embrenhar-me na
vida “desarrumada” deste povo. Quem sofre de OCD irá padecer
mais um pedacinho. As casas erguidas em estacas ao longo dos
caminhos, os anexos e os arremendos das casas, a desordenamento dos
povoados, quase sempre erguidos à beira da estrada com botecos,
salões de beleza, barbearias, conserto de pneus, muitos em
contentores pintados de cores garridas, povoados inteiros que se
alongam sempre na estrada, tornando difícil a passagem de gente e
veículos; as mulheres que lavam a roupa enquanto crianças nuas
brincam nos riachos que vamos vendo ao longo da estrada, os estendais
de roupa no capim que aflora os caminhos. É um impacto grande por
mais avisada ou elástica que uma pessoa seja. Quebrado o primeiro
choque, o que sobra é deslumbramento.
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvg0SG5mLPbQWVoHV3Q2l0OepaNA-GE6bkQze6l05OQWKiUdbtAIP7pRvkQUTrhCcIJ0t-c6dP-GIzVhqHPuko2FP1QezTXZ_mvhXi91JGoK0DjhyphenhyphenFnXYyk5bT-o-2lf4V_T0R-cD8QPk/s1600/20181223_134818-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvg0SG5mLPbQWVoHV3Q2l0OepaNA-GE6bkQze6l05OQWKiUdbtAIP7pRvkQUTrhCcIJ0t-c6dP-GIzVhqHPuko2FP1QezTXZ_mvhXi91JGoK0DjhyphenhyphenFnXYyk5bT-o-2lf4V_T0R-cD8QPk/s320/20181223_134818-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Almoço</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-VH7Crthu0VGqMqOpA34o6OIzDzjqlLgvj1ybT-NMmqKbMEXIG0Xiz8Z-TzPXo3yFZ3EGB0RA4DNIkWhcsiAhMg3tR38OJ8aqMfAqaqsScO2DrwHHrRRmr8rGQXSkdj-z9kEZ9NAB5oM/s1600/20181223_135325-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-VH7Crthu0VGqMqOpA34o6OIzDzjqlLgvj1ybT-NMmqKbMEXIG0Xiz8Z-TzPXo3yFZ3EGB0RA4DNIkWhcsiAhMg3tR38OJ8aqMfAqaqsScO2DrwHHrRRmr8rGQXSkdj-z9kEZ9NAB5oM/s320/20181223_135325-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdgdQoKf06YOjn0vL5jhOy3NBqBo-8kUci7_ivXcdoYocyX6AqDpFQmOayEJW4TtoWwxgzxvkCVwxjXEGkfbUa1Y405fGGmBNzJI5Ab096flL6bLsRoaJdb6Dl6Otgm3A4rzfFMF3QPXs/s1600/20181223_141523-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdgdQoKf06YOjn0vL5jhOy3NBqBo-8kUci7_ivXcdoYocyX6AqDpFQmOayEJW4TtoWwxgzxvkCVwxjXEGkfbUa1Y405fGGmBNzJI5Ab096flL6bLsRoaJdb6Dl6Otgm3A4rzfFMF3QPXs/s320/20181223_141523-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOfkoOkEZeuTb4nBIci8gSkms5fEIUboWlSADUaTN0VgPTk55cS_dCV76EKL1G26w8xTvxUIW-XUeY4Tv1SerhJXt6e-J_0MgJ1mk8YXQtoDVwQFddnZoH5Z83Wc5KGISkkBglQpKeOIw/s1600/20181223_135231-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOfkoOkEZeuTb4nBIci8gSkms5fEIUboWlSADUaTN0VgPTk55cS_dCV76EKL1G26w8xTvxUIW-XUeY4Tv1SerhJXt6e-J_0MgJ1mk8YXQtoDVwQFddnZoH5Z83Wc5KGISkkBglQpKeOIw/s320/20181223_135231-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As minhas cozinheiras em Micolô</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhenRpEvdTzoHs_TIVxCtWnT2xpAlkZ9IKsux8q8mW0Zte3UUtd7LohdCnaqY-YuoCL5k8FKPMrm8d0b2GqauWJHndMOtVGfglN44G3knITIuI8FOOZHw4uCNceEGBFjGI1zAdRaX2im18/s1600/20181223_145021-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhenRpEvdTzoHs_TIVxCtWnT2xpAlkZ9IKsux8q8mW0Zte3UUtd7LohdCnaqY-YuoCL5k8FKPMrm8d0b2GqauWJHndMOtVGfglN44G3knITIuI8FOOZHw4uCNceEGBFjGI1zAdRaX2im18/s320/20181223_145021-01.jpeg" width="180" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Marginal</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUYTSIAiLx8yIL6-QiQek_iNDSduepdZTU2WIKKgRlhg54uGuuNCKCPuu7H6j5Ng6HLswFJtT-1GvHk3EzHgZIf0LopUnYxEFTtFRVGpQXvOKaDeL_zrRJd1xYbI2ZfnEMb7XAIzNMY_g/s1600/20181223_145239-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUYTSIAiLx8yIL6-QiQek_iNDSduepdZTU2WIKKgRlhg54uGuuNCKCPuu7H6j5Ng6HLswFJtT-1GvHk3EzHgZIf0LopUnYxEFTtFRVGpQXvOKaDeL_zrRJd1xYbI2ZfnEMb7XAIzNMY_g/s320/20181223_145239-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq4aiuXZmeP4KQjT9Z1T-B6tUsIxNcpNTWWq3FBy5ZKDzedrE-Pqnln55nwUwtJ6U9J5Cd7QORsL1sn_6tyHcwjdn4IxMsDVY_J5hCtx0ZhHpFwefgESZaf9u9X7vv5A6XcSJFkjxiYeU/s1600/20181223_145437-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq4aiuXZmeP4KQjT9Z1T-B6tUsIxNcpNTWWq3FBy5ZKDzedrE-Pqnln55nwUwtJ6U9J5Cd7QORsL1sn_6tyHcwjdn4IxMsDVY_J5hCtx0ZhHpFwefgESZaf9u9X7vv5A6XcSJFkjxiYeU/s320/20181223_145437-01.jpeg" width="180" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7hbYJiTXYa0mJ7BEaE-GpJ2rTUHJ_1pabVIWc8oY_RQbF2I0eE_SZ4ZV_YMUlsutdLNonFF0Bvypvpyh_8UPPx-1bnZpCO0iRqHj1Q8aoeFVdryxYzT7q9uWA19bMAZ0qrVmzI81TZBs/s1600/20181223_145819-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7hbYJiTXYa0mJ7BEaE-GpJ2rTUHJ_1pabVIWc8oY_RQbF2I0eE_SZ4ZV_YMUlsutdLNonFF0Bvypvpyh_8UPPx-1bnZpCO0iRqHj1Q8aoeFVdryxYzT7q9uWA19bMAZ0qrVmzI81TZBs/s320/20181223_145819-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Prime minister house</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT9dODogHeIpMZi9QQhdvuT7MU6ROmMQ1urHew08UCS-i65gvegej6zaU7zZ8IdnpsGRm1EWLwFFXRzFktElLGxJLgFfyw-MT41M6RMr2WiuM1KnKQgm5HPuzEplTB9jwTgjI0V8DgzXU/s1600/20181223_150213-02.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT9dODogHeIpMZi9QQhdvuT7MU6ROmMQ1urHew08UCS-i65gvegej6zaU7zZ8IdnpsGRm1EWLwFFXRzFktElLGxJLgFfyw-MT41M6RMr2WiuM1KnKQgm5HPuzEplTB9jwTgjI0V8DgzXU/s320/20181223_150213-02.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM1Z7PMnh5BKBcU_XAWReJfOjVx5Mt0UsNjXpBmxHwA4ZKJD1S_byfDqenHXO9J3LUV_XdS3I9-T1rgfl3lttMeODlhmsQ4I_E13aZfDPpU5KNC-TP7EJLkltCCPfx1fwhvgaMCoRzMfc/s1600/20181223_151258-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM1Z7PMnh5BKBcU_XAWReJfOjVx5Mt0UsNjXpBmxHwA4ZKJD1S_byfDqenHXO9J3LUV_XdS3I9-T1rgfl3lttMeODlhmsQ4I_E13aZfDPpU5KNC-TP7EJLkltCCPfx1fwhvgaMCoRzMfc/s320/20181223_151258-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Esta está gordinha - a fazer pela vida</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2XCOT0erL-dfyihn5nGKTVqw0AqpHOQNLLVBNgaQ-DwUqVGodTnpj7Bfc4Jbgk6naro5qSe8x9wTjHdss4_tFztzsXwF6FlFoYai8gYMYjFUOnnDwlXnsp5-aZU_vuFVk9WH1Y6XW2TY/s1600/20181223_145437-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2XCOT0erL-dfyihn5nGKTVqw0AqpHOQNLLVBNgaQ-DwUqVGodTnpj7Bfc4Jbgk6naro5qSe8x9wTjHdss4_tFztzsXwF6FlFoYai8gYMYjFUOnnDwlXnsp5-aZU_vuFVk9WH1Y6XW2TY/s320/20181223_145437-01.jpeg" width="180" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDkS1WDLw9harXZCO5lBzpMArTBxyST59hRy4fHHEKTCdpTcvicC6_w5jdS5Pdy1QV0Xkm9e2DjFamlWW5ypewPuBSCObffOZ2ilXoSjppJww6sW1-FC_675D0eaBL_jCYDsSvPXYsuMM/s1600/20181223_145618-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDkS1WDLw9harXZCO5lBzpMArTBxyST59hRy4fHHEKTCdpTcvicC6_w5jdS5Pdy1QV0Xkm9e2DjFamlWW5ypewPuBSCObffOZ2ilXoSjppJww6sW1-FC_675D0eaBL_jCYDsSvPXYsuMM/s320/20181223_145618-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyXDfu2_DN3PCnuIEpnufsq9KOxAUwUP9Vi_w9WTfgaXQT_m0rYaoHob6bP2yaw6imrdWepJ3l192dCoOEi97P1gpdANazJSMGhxUuKEZk0uXDYnyaplh9_EzjiFWmp_EHO2VjMYwiszU/s1600/20181223_145721-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyXDfu2_DN3PCnuIEpnufsq9KOxAUwUP9Vi_w9WTfgaXQT_m0rYaoHob6bP2yaw6imrdWepJ3l192dCoOEi97P1gpdANazJSMGhxUuKEZk0uXDYnyaplh9_EzjiFWmp_EHO2VjMYwiszU/s320/20181223_145721-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZPtFrDpdPHsW8fah0x5u587sw9YcALFFrU82GOWB6bwjUpLPubhUSvGv1U9PSbrV6HN84GMSynOVYfxX6cnQhH0FDYyNS5Pi-zGz_OlS22zpCh9wCE1y00g68ZYqeCQfsHPGWubSGBYM/s1600/20181223_145732-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZPtFrDpdPHsW8fah0x5u587sw9YcALFFrU82GOWB6bwjUpLPubhUSvGv1U9PSbrV6HN84GMSynOVYfxX6cnQhH0FDYyNS5Pi-zGz_OlS22zpCh9wCE1y00g68ZYqeCQfsHPGWubSGBYM/s320/20181223_145732-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVW9M3w81lx7apa_TrXO8_mWcU1RIQJMV159_jLCEgeatfy4Unj7dY9nFWvehTldh8wT-YUuoSC32QAwJWN4tpmYDNP3QXclnEPBFePAzDDsiSoblujYOS1_tp6AmxDVMagg0Zkz36RtY/s1600/20181223_145221-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVW9M3w81lx7apa_TrXO8_mWcU1RIQJMV159_jLCEgeatfy4Unj7dY9nFWvehTldh8wT-YUuoSC32QAwJWN4tpmYDNP3QXclnEPBFePAzDDsiSoblujYOS1_tp6AmxDVMagg0Zkz36RtY/s320/20181223_145221-01.jpeg" width="180" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7i8PLLIJWluBxFeEM5JGBqcrGVSbe7cstCF5Y8THWxez91Y5WA9qRpHOBzI19VRQaEb5l6iP_D_Jen3vwgUAVCE-YE4ET_Zp0jg1JkWsEUz-ppX-ydyqalPL9F18lsAVmPws8nqzRywU/s1600/20181223_150348-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7i8PLLIJWluBxFeEM5JGBqcrGVSbe7cstCF5Y8THWxez91Y5WA9qRpHOBzI19VRQaEb5l6iP_D_Jen3vwgUAVCE-YE4ET_Zp0jg1JkWsEUz-ppX-ydyqalPL9F18lsAVmPws8nqzRywU/s320/20181223_150348-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhbclriJYWz4oDidZTe50px8r0AjpefmGqgt57N6DvtYeQelNPNoz8I1BhCpI27lNxg1hjHtjgA5VTcksUYgcjpO-mHGowvgLf9E50EP8DEt0hfRzfRKc60P0B4834D5zwtTVIfw6lquI/s1600/20181223_150657-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhbclriJYWz4oDidZTe50px8r0AjpefmGqgt57N6DvtYeQelNPNoz8I1BhCpI27lNxg1hjHtjgA5VTcksUYgcjpO-mHGowvgLf9E50EP8DEt0hfRzfRKc60P0B4834D5zwtTVIfw6lquI/s320/20181223_150657-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixpv8ijaZKglKFfhQrzs2YoFHJoszFxMLIzGa9Qgbsf3SwCWrQVKFYsDzsskDomt7boOvM2bVdQ1sWSV03XC80_VywlJxgiuhbxrTXnRYiQxDNKQZn4t4uUdLbv-2yO8HSm-EznS5_fOo/s1600/20181223_150714-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixpv8ijaZKglKFfhQrzs2YoFHJoszFxMLIzGa9Qgbsf3SwCWrQVKFYsDzsskDomt7boOvM2bVdQ1sWSV03XC80_VywlJxgiuhbxrTXnRYiQxDNKQZn4t4uUdLbv-2yO8HSm-EznS5_fOo/s320/20181223_150714-01.jpeg" width="180" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp39t3OrA1KmULhszJ5pkkwWP5EXWqh488qKdQ8lGesV5FCMjGqUfRBi6aC7VX436yy5BoKVqltQtKTvFzvyZnKCC9pU0lpeZTBEklwpXlm_aMP45AdXsYwTYF-XpO5756HxeuenO828Q/s1600/20181223_123243-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp39t3OrA1KmULhszJ5pkkwWP5EXWqh488qKdQ8lGesV5FCMjGqUfRBi6aC7VX436yy5BoKVqltQtKTvFzvyZnKCC9pU0lpeZTBEklwpXlm_aMP45AdXsYwTYF-XpO5756HxeuenO828Q/s320/20181223_123243-01.jpeg" width="180" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lagoa azul - a norte</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyuqDkiXEX82gzXCV8DtS4-0XZG-oQNqGuIbm5nxUScJrmIP1L_506eZxmIC-UpUPV6wIdnoJskJsi0oRjR3I5wptK8qBq2LTkSj73Kc-KR-OQOrfjw34tJ9-Zs2VgN_RqVZDYOU5MZBk/s1600/20181223_125748-01+%25281%2529.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyuqDkiXEX82gzXCV8DtS4-0XZG-oQNqGuIbm5nxUScJrmIP1L_506eZxmIC-UpUPV6wIdnoJskJsi0oRjR3I5wptK8qBq2LTkSj73Kc-KR-OQOrfjw34tJ9-Zs2VgN_RqVZDYOU5MZBk/s320/20181223_125748-01+%25281%2529.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Yx48KKkJ8FN5GZmcuYZUwtDG-3o9O8Labc5aFbOj6EeoZ8hZscBvxEYj7W0DXKqurAdbgOGBrdR55meay-TFDeSMl6bw-5paM1SkIFjyqK1yuYy4MsHoUw4XU4Vy43wqc1aDzx4umjM/s1600/20181223_123003-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Yx48KKkJ8FN5GZmcuYZUwtDG-3o9O8Labc5aFbOj6EeoZ8hZscBvxEYj7W0DXKqurAdbgOGBrdR55meay-TFDeSMl6bw-5paM1SkIFjyqK1yuYy4MsHoUw4XU4Vy43wqc1aDzx4umjM/s320/20181223_123003-01.jpeg" width="180" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">embondeiro</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmVhsaOWBnMjK0Yvd44m2bqpE7IGCdmLZCE4TzUVLRJOf51vfsd2L1bYKWMhIgH8dCs9Ot1eOTIc3FqoHI98OcR1vZiHxWTMQv9wGbMbYr7UhFN6uwsCiHAKiFHYFe3lKag5c3lHo7M4E/s1600/20181223_125656-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmVhsaOWBnMjK0Yvd44m2bqpE7IGCdmLZCE4TzUVLRJOf51vfsd2L1bYKWMhIgH8dCs9Ot1eOTIc3FqoHI98OcR1vZiHxWTMQv9wGbMbYr7UhFN6uwsCiHAKiFHYFe3lKag5c3lHo7M4E/s320/20181223_125656-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">lá fui ver o azul sempre a pensar em cobras</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlTQ7NOXyLTEYoZSSJ94of4e5G3PCfs_ZEIhLJkeQyRvLHvzNX-u_qTUiGZCH1vc_4730WtPUY-uLTHr-pNSxuAYqJN7TJ5ylwE10KiwtF8-c3fByCjOj5E7oYXGcImwpyHr-sog0fgbg/s1600/20181223_125751-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlTQ7NOXyLTEYoZSSJ94of4e5G3PCfs_ZEIhLJkeQyRvLHvzNX-u_qTUiGZCH1vc_4730WtPUY-uLTHr-pNSxuAYqJN7TJ5ylwE10KiwtF8-c3fByCjOj5E7oYXGcImwpyHr-sog0fgbg/s320/20181223_125751-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-53193257714497515402018-12-22T20:11:00.003-01:002018-12-22T21:08:21.676-01:00São Tomé - dia 1<div style="text-align: justify;">
Este principio de dia seria sem história não fosse o meu parceiro nesta viagem ter tido o péssimo gosto de perder o avião, estando no aeroporto! Ou seja, as perspectivas de vir amanhã são de 60% segundo o funcionário da TAAG, gosto do pormenor do número sessenta, normalmente o pessoal quando lança um numero vai para os ímpares, 50% ou 75%. Se os 60% não se confirmarem passarei o Natal sozinha. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tirando essa questão não sei muito bem por onde começar! À primeira vista a ideia é que nos estamos a aproximar da ilha de São Miguel. Depois repara-se que a vegetação é diferente e que a costa não é tão abrupta e rochosa. E de repente surgem as praias com os seus tons de mar, azul e verde a confundirem-se. </div>
<div style="text-align: justify;">
O bafo quente e húmido é pungente e percebe-se que a terra é nova. Do teu lado direito vês uns ilhéus, os"Ilhéus das Cabras" dizem-te. </div>
<div style="text-align: justify;">
E depois, depois é um suceder de caos organizado, gente, motas, carros, jipes, crianças já vividas a tirarem-nos a pinta " Branca" e a pedirem. Primeiro moedas, respondo que não. Vem a caneta a seguir, antes a caneta que coisa nenhuma e aí já concordo. Falo com um, pergunto-lhe a idade, tem 18 anos, diz que anda no liceu, chumbou o 9º ano, pergunta-me como me chamo, respondo e e diz "Daí". E eu digo, "não dou" e ele insiste " Não , Daí é o meu nome! " E eu rio e ele ri-se e apertamos as mãos simplesmente. Levou uma caneta mas ter-lhe-ia dado muito mais. Mas não posso. </div>
<div style="text-align: justify;">
Os cães, infalivelmente ossos, só ossos, ou então de barrigas inchadas com parasitas. O primeiro que vi era um cachorro, brincalhão, ainda comecei neste meu hábito ocidental de penar por todos os bichos mas parei a tempo, uma freira que passou falou-me do que lhes fazem, maldades várias e resolvi que, por uma vez, iria desligar esse assunto e aceitar que nada posso fazer quanto a isso. </div>
<div style="text-align: justify;">
O Nuno veio-me buscar. O Nuno vai-nos alugar um jipe, grande como o demónio. Simpático, deu-me as indicações básicas para me orientar na cidade. Quando chegámos ao miolo o caos era completo com feirantes de rua a venderem tudo, e mais cães, invisíveis ao olho humano, ninguém lhes passa cartão, vivem de ar e vento. A prática de venderem nas ruas, diz o Nuno, até serem corridos pela polícia é coisa recente e trazido por africanos do continente. A certa altura diz-me ele que tem de ir buscar uma coisa, vira à direita e encontramo-nos na rua da casa do primeiro ministro. Sai do carro a dizer " tá a ver, qual o país onde o primeiro ministro está a nossa espera, é nosso amigo e anda pelas ruas como qualquer um?!" E lá estava o primeiro ministro da republica de São Tomé de boné tipo rapper, num jipito de segunda ordem na palheta com o tipo da agência de aluguer de automóveis. </div>
<div style="text-align: justify;">
O resto foi a Albergaria Porcelana que é toda em madeira, modesta mas decente e limpa com a Sónia Marlene, uma negra bonita de 37 anos e de riso fácil e alegre, mãe de 3 filhos e que me preparou uma omeleta com micocó (uma erva que usam para todos os fins culinários), cheia de piripiri e banana-pão frita. A acompanhar, a Rosema, cerveja leve São Tomense, garrafa de meio litro que minis é coisa que o pessoal de cá não conhece. 115 dobras custou o jantar e mais uma garrafa de água de Penacova. 1 euro são 25 dobras, o jantar ficou em menos de 5 euros. Dei-lhe 10, agradeceu gentilmente e já ficou reservado material para os filhos. No trato por tu, desde o início ao qual respondi da mesma forma, deu-me algumas indicações para saber lidar com a criançada, coisa que a Ana e a Anaísa, duas raparigas que cá estão tb hospedadas, do norte, também fizeram. "Vais ser chamada de branca, habitua-te! ". Estão cá há uma semana e tencionam estar mais uma. Dizem que, da próxima vez, não ficam hospedadas na cidade, é demasiado o caos, o lixo, a sujidade. Aconselham-me a sair, dão-me dicas sobre como sobreviver no transito, " se quiseres ultrapassar, tens de apitar e muito senão, as motas, verdadeiros kamikazes viram-se para ti e gritam "não há buzina?!!!!". É tudo ao contrário!". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cheguei já de noite, com a emoção das luzes só vi a cidade na sua forma escura. </div>
<div style="text-align: justify;">
E já me coço, esqueci-me de besuntar a cara. Cheiro a uma espécie de desinfectante. Ainda não me picaram os pés, eu que sou atreita a todo o tipo de picadas de insectos. E os comprimidos para a Malária parecem estar a aguentar-se bem. Estou constipada, foi do banho de lua quase cheia. São 22 horas, mais duas que nos Açores, lá fora, nas ruas esburacadas o trânsito continua. Parece que este pessoal não dorme. Hoje não vou para lá passear, as ruas nem sempre têm luz, não me apetece aventuras. O Nuno diz que não há perigo, já me indicou os spots da moda. Não vim aqui pelos spots da moda. Por agora, só quero ver esse mercado de dia, se for como o vi de noite, a coisa promete.<br />
<br />
A Sónia Marlene continua a rir-se, a Ana e a Anaísa foram para lá meter-se com ela.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyZNzeEpBztBnmay53NtcSnlLsgCHbChQnY_vde87MWz9sMhuGjlCRwe-XoGQ7m6OSqYNb4WitGiktkVyoYcxTgfInCER-UUm1NZyjsQbfGffAdk-lQks8ZKnbuoO2UdatFabc0eSHKr4/s1600/20181222_122513-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyZNzeEpBztBnmay53NtcSnlLsgCHbChQnY_vde87MWz9sMhuGjlCRwe-XoGQ7m6OSqYNb4WitGiktkVyoYcxTgfInCER-UUm1NZyjsQbfGffAdk-lQks8ZKnbuoO2UdatFabc0eSHKr4/s320/20181222_122513-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sahara ??? </td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih63GuNRe6kRfIjD88k6H6ppp4tkWGFre0RcoV4q6zHcR5s6SrY9uSI2MNFAw_BcOM8nIinTY5HOWp6uKittIg7ibBlKC1bPMU7-RBGlvPJjjz4iOH12Mh41qQ3d6nziv8UtuesEuAUNs/s1600/20181222_113118-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih63GuNRe6kRfIjD88k6H6ppp4tkWGFre0RcoV4q6zHcR5s6SrY9uSI2MNFAw_BcOM8nIinTY5HOWp6uKittIg7ibBlKC1bPMU7-RBGlvPJjjz4iOH12Mh41qQ3d6nziv8UtuesEuAUNs/s320/20181222_113118-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhvCqPJ1Cz3vYgmnRKEPA7UVfjnkzQzK5Z01gD40l_MtVw_PVCabUk79mkjUEcrpkR8wfJTAW7tieHR4F6Pcx5K3JVVcds1974nOQIu-sklC5Y3KlXEwNshnBL2XKsaxB1flx8ZS2hZ40/s1600/20181222_155330-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhvCqPJ1Cz3vYgmnRKEPA7UVfjnkzQzK5Z01gD40l_MtVw_PVCabUk79mkjUEcrpkR8wfJTAW7tieHR4F6Pcx5K3JVVcds1974nOQIu-sklC5Y3KlXEwNshnBL2XKsaxB1flx8ZS2hZ40/s320/20181222_155330-01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj25jB5yHR8bnd5SLpPWOgdgOhuLzqZ5wxHlXfvY1kUQAyByC-pquS3-vF3ttAaxRyTzKM9b4HLs_bWDEIgGtyR3dAEj2lIo5Y7OjDkqFT1ppNST0Gmxl2gU_mSGBcQoKSdS4sLodGOSZQ/s1600/20181222_160412-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj25jB5yHR8bnd5SLpPWOgdgOhuLzqZ5wxHlXfvY1kUQAyByC-pquS3-vF3ttAaxRyTzKM9b4HLs_bWDEIgGtyR3dAEj2lIo5Y7OjDkqFT1ppNST0Gmxl2gU_mSGBcQoKSdS4sLodGOSZQ/s320/20181222_160412-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Accra - Gana</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV6kUkkWPWfQFVs1wUnQJfcJ7xJFCziS_ghYIZX6GoXZfJ8vkhhyphenhyphentvLL3P_EIRnlnS4aAtpoce34gBcQwVKhbdwlniVoNTNCY-lsc86-5RBvvFW5yucOdB9a2A-sw6CgnqYT3uivEEdPk/s1600/20181222_181940-01+%25281%2529.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV6kUkkWPWfQFVs1wUnQJfcJ7xJFCziS_ghYIZX6GoXZfJ8vkhhyphenhyphentvLL3P_EIRnlnS4aAtpoce34gBcQwVKhbdwlniVoNTNCY-lsc86-5RBvvFW5yucOdB9a2A-sw6CgnqYT3uivEEdPk/s320/20181222_181940-01+%25281%2529.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Primeiro vislumbre</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRNsoKpKyX1oncKWcznYXuL9XDWEWVbm4WdUor6s_3tBr1mbZHnlQ93dGaRiBjYpAy81EqJzRgnSmcuVimtamosu7arLib-he7jEmrrLzUBWVwxEb8kMZTUHkZB0m6CXeDgv9zTQQlDIQ/s1600/20181222_182422-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRNsoKpKyX1oncKWcznYXuL9XDWEWVbm4WdUor6s_3tBr1mbZHnlQ93dGaRiBjYpAy81EqJzRgnSmcuVimtamosu7arLib-he7jEmrrLzUBWVwxEb8kMZTUHkZB0m6CXeDgv9zTQQlDIQ/s320/20181222_182422-01.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ilhéus das Cabras</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-88033635269251245162018-12-21T15:39:00.001-01:002018-12-21T16:28:58.458-01:00São Tomé e Princípe - o início<div style="text-align: justify;">
2018 foi um ano fora de série, verdadeiramente fora de série.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ano de resoluções, umas pensadas, outras empurradas. Mas, de todo o modo, resoluções. </div>
<div style="text-align: justify;">
Este é o ano do início de São Tomé e Príncipe. Este é o ano em que eu redescobri uma velha ideia na minha irrequieta cabeça: ir viver para São Tomé e Príncipe. Viver um ano, passar uma temporada, estar uns tempos. Viver simples e ajudar quem precisa ser ajudado. Quem quer, quem desespera por ajuda. Sentir que posso fazer mais qualquer coisinha do que consigo e me deixam fazer aqui. Trabalhar por gosto, não por obrigação. Sair desta máquina infernal da rotina ocidental e aprender a levar chapadas e levantar. Aprender a viver com pouco e não ansiar por mais. Embrenhar-me numa forma de vida que não sei mas que anseio por saber. Dar uma parte de mim porque quero e porque me querem. Ver, sentir, cheirar, ouvir sons e cores e gentes. </div>
<div style="text-align: justify;">
Inicio aqui. Este vai ser o meu diário do que vejo e do sinto nessa terra onde anseio chegar. Quem quiser que me acompanhe! </div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-30235053402404107472018-10-28T20:55:00.001-01:002018-10-28T21:37:06.868-01:00O beijo da avó<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"> A minha mãe mandava-me beijar os avós. Quer dizer, a minha mãe não mandava, sabíamos que tínhamos de dar beijos aos avós. Mas não só aos avós, aos tios, padrinhos, primos e desconhecidos, tios dos primos dos padrinhos e amigos dos tios dos afilhados. Essa era uma tarefa da mãe, não do pai, não me lembro do pai dizer para beijar fulano ou sicrano. Devia ser uma competência de mãe, da minha mãe era. Quando íamos ao alentejo, à aldeia da minha mãe, no percurso a pé para a casa dos meus avós passávamos por uma casa, numa esquina de porta sempre aberta, onde trabalhava um sapateiro, um homem que me parecia muito suspeito porque era aleijado e tinha um rosto estranho, facto a que a minha mãe não era sensível e </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">eu era obrigada a beija-lo, com uma certa repulsa, confesso. Mas beijava e ele sorria muito naquele seu rosto estranho e falava e a minha mãe falava e conversavam sobre a vida e sobre a sua juventude, por vezes. Para mim aqueles momentos eram penosos mas eram os rituais da minha mãe. Sabia que seria sempre assim quando fosse a Santa Luzia. Continuando rua acima haviam mais umas quantas velhas que me beijocavam, alguns beijos eram molhados e um antro de bactérias. Em chegando a casa dos meus avós ia vacinada e mais beijo menos beijo, até podia ser o cão, um enjeitado feio cheio de pulgas, algures no quintal, para onde eu fugia, para ver as galinhas e as mulas. Mais beijos de despedida e tinha eu sido beijocada sem apelo nem agravo. Feita a peregrinação à Santa Luzia continuávamos viagem para a aldeia do meu pai, Garvão, que distava uns 12 km e nos dias que lá ficávamos havia tempo para ser beijada por meia aldeia. Todos velhos ou quase velhos, ou com cara de velhos mas novos. O avô José estava entrevado depois de uma trombose, tinha uma espécie de cinto que lhe ligava o pé esquerdo à mão esquerda, ou o pé direito à mão direita, já não sei bem qual o lado, parecia uma marioneta e arrastava-se pela casa do quarto para a lareira e da lareira para o quarto. Tinha uns olhos azuis claros e aguados de muito chorar. Arrastava a voz a falar e contava histórias que a avó Augusta desdizia muitas vezes ralhando com ternura, e este diálogo entre os dois fazia o meu avô rir e chorar ao mesmo tempo, umas vezes chorava mais do que ria, outras vezes o riso saia baixinho mas com gosto. A avó continuava as histórias que todos ouvíamos sem falar, um tio acrescentava um pormenor, enquanto assávamos bolotas nas cinzas da lareira e eu espevitava o lume fascinada. Desta avó eu recebia os beijos com alegria. Tinha o rosto cortado de rugas e dois dentes, um em cima e outro em baixo, um abraço quente e um cheiro que era só dela. Sinto-o! Era sempre com pena que regressávamos a casa. Beijava o avô que chorava sempre na despedida, beijava os tios, os primos, as vizinhas e quem mais aparecesse no momento. Beijava a avó que escondia uma notinha na minha mão para que ninguém visse mas que todos viam porque eu mostrava à mãe. Lembro-me desses beijos da avó; como não tinha dentes, o beijo era sonoro. E eram beijos que a avó não se ficava por apenas um. E eu gostava desses beijos sonoros e descoordenados. </span></div>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">Hoje, tanto anos depois o que recordo quando regresso e menos do que desejaria, é a porta do sapateiro em Santa Luzia, aonde passo sempre procurando ouvir a alegria na voz da minha mãe no regresso ao amigo, as portas onde, das janelas, as velhas se debruçavam e a casa que já não é dos meus avós. Recordo os avôs, todos eles, os seus abraços e os seus beijos, uns mais contidos do que outros, recordo menos a avó Bárbara que morreu ainda era eu pequenina e era gorda e eu achava que ela era muito gorda mas era a minha avó, recordo mais a avó Augusta que já velha de noventa ainda matava e depenava as galinhas sozinha e nos comprava na padaria da rua os bolinhos que sabia que os netos mais gostavam. Recordo as tagarelices da minha mãe, dos meus avós, dos tios, dos primos, de todos aqueles que fizeram parte da vida dos meus pais. A confusão maravilhosa da reunião da família grande. Recordo a avó e os seus beijos, muitos e repenicados, recordo os beijos dos outros avós, recordo todos os abraços e beijos e palmadinhas na cara, os mais desajeitados. E tenho saudades de cada um deles!</span></div>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;">
</span>Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-645155204495227462018-10-15T13:40:00.002+00:002018-10-16T09:44:57.471+00:00Rescaldo<div style="text-align: justify;">
A primeira nota que tiras da tua recente separação do homem com quem viveste 5 anos e, quiçá, a mais importante, é que já não tens ninguém que te faça massagens aos pés que sabiam tão bem, nem massagens nas costas, nem bem... massagens a coisa nenhuma. Se queres tirar os nódulos de stress ali na zona das omoplatas, encostas-te a uma quina de uma porta e roças-te como os ursos fazem quando querem marcar o território. Serve! Coçar o ponto mais inacessível das tuas costas quando as sentes a ferver de comichão também já não será possível, tens sempre a colher do esparguete que faz o mesmo serviço e não arranha tanto. Deixas de receber mensagens do tipo "olá gata, baby, amor ou querida" e passas a ser, quando há mensagens a B., uma consoante. Também já não tens ninguém a dizer-te que tens pêlos a crescer-te na parte posterior das coxas quando estás na praia a ver se relaxas. A relevância da informação é tal que só te apetece que ele próprio te arranque os pêlos com os dentes. Ter pêlos nas pernas, nas axilas, na zona do pipi é como ter borbulhas no rabo e tu vês tantas meninas de cu de fora com borbulhas e os seus namorados orgulhosos de ver as suas namoradas de fartos rabos bulbosos de fora. " É o meu rabo, são as minhas borbulhas" parecem eles dizer!. Vou dar um exemplo da importância do pêlo para algumas pessoas a quem atribuem importância ao pêlo: Imagina que estás numa tertúlia qualquer, num grupo de intelectuais mais ou menos sebosos, e com as fragrâncias que exalam te dá um súbito acesso de espirros, porque a ti tudo te faz espirrar, e com o espirro e porque não tinhas um dos esfíncteres avisados, soltas uma flatulência nem sequer ruidosa ou especialmente cheirosa mas que a ti te soa como um trovão; disfarças tossicando, até que podia ser um simples ranger de cadeira, disfarças e passas ao lado. É esta a importância atribuída ao pêlo pelas pessoas que sofrem de caetofofia. Uma hecatombe!<br />
Estares sozinha significa que se, ao final do dia não tens pão em casa, ficarás sem pão em casa. Se precisares de sal para terminares o jantar, o jantar estará insonso porque toda a gente sabe que o sal é um dos maiores malefícios alimentares. Não vale a pena vires com uma vozinha melosa a dizer " Apetecia-me tanto um chocolatinho" porque as gatas olharão para ti com aquele olhar que só os gatos têm, de que estão a perceber tudo mas que se estão completamente a cagar para o assunto. Pequenos almoços na cama acabaram mas tens sempre a cria mais nova a entrar pelo teu quarto a perguntar " o que é o almoço?!"<br />
Já podes deixar o teu carro num esterco sem te sentires culpada por deixares o teu carro num esterco. Pões um saquinho de plástico a servir de caixote do lixo e o esterco condensa-se todo no mesmo sitio, há limpeza melhor do que essa? Lavagens de carro, esperas que chova, no inverno estás mais safa, no verão pões uma moedinha de 1 euro e fazes uma lavagem instantânea. A teu ver, fica num brinco! Também já não tens de aguentar fungares e tossicares porque tens o tablier com uma camada de 5 ml de pó. No tablier podes perfeitamente escrever as notas do dia, um post it pratico e auto renovável e sabes sempre onde procurares, os papeizinhos perdem-se facilmente. Esperaste 5 anos pela tal lasanha maravilhosa mas lavava bem a loiça. Agora lavas tu. E cozinhas , mas isso já fazias. Lavar a loiça é quase uma segunda pele, quem usa máquina da lavar loiça não passa de uma dona de casa de trazer por casa. Conhece-se uma boa dona de casa pela forma como lava a loiça, o resto sao coisitas de somenos importância. Instalava-te coisas em casa, coisas que necessitavam porcas e parafusos e a boa vontade era evidente, um homem que saiba mexer com parafusos e porcas é sempre de grande utilidade mesmo que a instalação do cabide impeça a porta de abrir a 90°. Gordos não entram pela porta da minha casa, discriminação passiva dirão, eu cá aponto a sul, e encolho os ombros.Admito, logisticamente falando e para fazer recados, não há melhor, quando te dá uma daquelas histerias que o mundo não te compreende e és uma mártir também funciona, porque no dia seguinte recebes um ramo de flores e o mundo fica perfeito novamente. Agora não compras flores, nunca gostaste delas, lembram-te o cemitério onde estiveste tantas vezes. Não tens nada contra cemitérios mas cada coisa em seu lugar. Não precisas de um cemitério em casa, preferes ir lá ter com ele! Agora é rezar pelas santinhas que não vá ficar muito ofendido (não fica, é um adepto das minhas ranhuzices) porque preciso dele para me tratar dos animais quando for viajar. Ex uma vez, ex sempre, e amigos, sempre!<br />
<br />
Ps - Ouvi algures que é preciso verbalizar os sentimentos. Estou a seguir o conselho, afinal de contas o senhor que falou era careca, vestia como um monge e parecia conter em si toda a sabedoria do mundo!</div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-86357088822316491842018-10-02T23:59:00.002+00:002018-10-03T13:06:05.801+00:00<div style="text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: justify;">
Há muito tempo que não vinha ao meu blogue, vim hoje neste dia 2 de Outubro, dia que não me deixa indiferente. Senti durante algum tempo que
nada tinha a dizer, andei amorfa e acomodada, sem paciência para
retomar a escrita do meu livro, aquele que levará, muito provavelmente,
uma década a ser terminado e pasme-se, sem grande paciência para a minha
faceta ranhosa de falar mal. A vida corria tranquila e tranquila me
encontrava no marasmo dos dias, a tentar dar algum sentido à rotina
tantas vezes obtusa em que o ser humano se atola e onde eu bem chafurdei. Pasmava-me de tanta inércia onde alguns sobressaltos me arrancavam,
de tempos a tempos, em entusiasmos febris, momentâneos e
inconsequentes. Por vezes a vida é absurda de tão leviana, levamos
grande parte da nossa vida a desgastar aquilo que poderíamos ser e que
só afloramos muito tenuemente, um ser mais consciente e que se aproxima,
em espaços, do esboço perfeito da nossa possibilidade humana, mas que
nunca chegamos a alcançar. Só uns quantos, talvez, uns eleitos. <br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E subitamente, incautos e desprevenidos ou talvez mesmo prevenidos mas
indolentes...falta-nos o chão, esmaga-nos e deixa-nos exangues, sem
acção, levamos a bofetada que nos atira ao chão e só nos levantamos anos depois. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Um Amor que se foi sem que nos desse tempo para corrermos atrás dele. A
espuma dos dias é subitamente transformada num frenesim de tremores, suores, apertos de alma, desesperos, pequenos sinais, esperançosos, a
tentativa da reconquista, amanhã, há sempre amanhã, o dia seguinte é
pleno de inícios, da possibilidade que se poderá cumprir num outro dia;
mas também o desencanto, a desesperança, a saudade do que ainda não se
cumpriu e do que não teremos, do que não viveremos.<br />
<br />
Esta é a reacção romantizada da coisa, o sofrimento que segue o luto, a
não admissão, a raiva e finalmente a aceitação de toda a merda do que fizemos e do que poderíamos ter feito. Ou então a via menos ortodoxa será a de mandar tudo
para o caralho, duas boas estaladas nas ventas e começar a fazer
bricolage ou ponto cruz com agulhadas fundas nos dedos para que doa. Umas
chicotadas no lombo como forma de activar a dor física que por uns
instantes, abafa as nossas imensas dores de coração. Não posso afiançar
sobre a eficácia do método mas é tão preciso amortecer a alma!<br />
<br />
Ou simplesmente sofrer que nem um condenado e aproveitar para um
emagrecimento eficaz. Esta é a via positiva do processo com resultados
eficazes e duradoiros. <br />
<br /></div>
Ps
- Nunca referi que esta pequena crónica seguiria o modelo bonitinho do
inicio da prosa e de que haveria uma conclusão motivadora para quem sofre
dos mesmos males. Paciência! Um conselho, desenrasquem-se, eu cá faço o
que posso!</div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-52198658897851720522017-12-13T12:32:00.002-01:002017-12-13T12:32:40.008-01:00O natal do divorciado<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Natal! No Natal ninguém
pensa nesses desgraçados, nessa casta de desperados que são os divorciados. Eu
penso e estou solidária. O divorciado passa por cinco estágios ao longo da sua
condição de divorciado: O primeiro é a Negação: o <i>tipo</i> ainda não percebeu, sabem, aquele momento que acontece quando,
por ex. um puto tira um chupa chupa ao outro e este fica ali um segundo a
tentar perceber o que lhe aconteceu antes de começar a chorar desalmadamente?
No Natal ainda toma banho, perfuma-se, compra a prenda certa e tem esperança
que ela se comova com a tristeza dele, apesar dos 50 sms diários sem resposta. É
um crente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Com o segundo estágio
vem a raiva e tudo descamba. Aos 50 sms de amor seguem-se 50 sms mortíferos
onde o Stephen king se poderá inspirar. É um estádio de insanidade normalmente
temporária. Convém fazer um seguro contra todos os riscos, do carro também e
todos os bens perecíveis. O Natal é explosivo e imprevisível. O presente
comprado foi queimado num ritual satânico. As fotografias em comum tb.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No dia seguinte, ele
negoceia. Já se esqueceu das figurinhas que fez no dia ou na semana anterior e
faz muitas promessas, daquelas muito impossíveis. Pede muitas desculpas pelos
pneus do carro e jura todo o tipo de disparates, é a altura em que o mentiroso
jura a pés juntos de que fala verdade. O Natal volta a ser possível, o mundo
está repleto de esperança, os 50 sms passam a 100 sms de amor enjooso e faz-se
marcação cerrada ao quarteirão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No quarto estágio já
está o tipo deprimido. Olhar esgazeado, rameloso, magro, desmazelado. Não muda
os lençóis da cama há um mês e alimenta-se do amor perdido. No Natal, se
conseguir transpor a porta da pocilga onde vive vai criar má onda no jantar da
consoada. Ora ri desalmadamente e conta piadas picantes ao priminho de 10 anos,
ora bebe que nem um porco e adormece no sofá da entrada com os gatos da casa
por companhia. Anda assim até ir parar ao hospital por uma alergia fenomenal a
picadas de pulgas de uma infestação que teve em casa. Não pode descer mais baixo,
o degredo é total. O senhorio ameaça-o com um despejo, ele arranja um cão para
ir fazer companhia às pulgas. O cão passeia-o pela cidade porque já não o pode
ver assim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em chegando ao 5º
estágio, está a casa ingovernável e para o cão já chega. Inexplicavelmente, toma banho, já não se
lembrava, fica com o corpo cheio de comichão de estar limpo, apanha uma pancada
de ar, vai parar ao hospital pela 2ª vez numa semana, a camada de sebo só lhe fazia
bem. Faz uma cura de sono no hospital e dá por si a apreciar o rabo de uma
enfermeira. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Considera-se curado,
aceita o seu estado de divorciado, pede o número de telefone à enfermeira, e
vai à procura do cão que não quer ver nem morto. Sente que tem algo agora pelo
que lutar. A enfermeira dá-lhe uma ajuda, é tão permeável a ajudas. O mundo é
risonho novamente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Este é o final feliz da
história. Há outras. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-50840363597136970232017-05-04T10:44:00.000+00:002017-05-08T16:46:48.901+00:00Auschwitz - para que nunca se esqueça!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-large;">Auschwitz I</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><i>"O trabalho liberta"</i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlU3YkfIzzmRkhI9H_r73js4KYReU-Ra6M46pzZtTchkOa_JR3vYn6F1ATQQdjG6WNp1_N8fWbYcjjE-1u_MiLQlOHgW9mFFCZU2hUaYdxEr8VwHdl3YcQuXuMCRE_GfS9w7DfH5Kmjeo/s1600/20170427_170149-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlU3YkfIzzmRkhI9H_r73js4KYReU-Ra6M46pzZtTchkOa_JR3vYn6F1ATQQdjG6WNp1_N8fWbYcjjE-1u_MiLQlOHgW9mFFCZU2hUaYdxEr8VwHdl3YcQuXuMCRE_GfS9w7DfH5Kmjeo/s640/20170427_170149-01.jpeg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_bgNCU-KorQSLeOPTK0CyiYAz74RhY5yImlA03YjzcmdITqWoij_SE6Tk-dAfjnnlLdT_g8RGo0Pi3jRiiqjKbL6VenVFv9Jv_j2Jr3fcHZMmnAoRoQd63xgnWBwj1-jMfP1wflsB0gk/s1600/20170427_181309-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_bgNCU-KorQSLeOPTK0CyiYAz74RhY5yImlA03YjzcmdITqWoij_SE6Tk-dAfjnnlLdT_g8RGo0Pi3jRiiqjKbL6VenVFv9Jv_j2Jr3fcHZMmnAoRoQd63xgnWBwj1-jMfP1wflsB0gk/s640/20170427_181309-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyh3TqnPbKxCsnqR9qlA1dgaCLHCaj5uCt5M8YOjNH5RofXj2tsgCtSXbJVgzI6EQIixnSwi4j8UVZ-QXM8IQOed38P4XrOud0RL_nO1KC7qRi_YRsWx1wARNG9t_kxMxhqtLsn0NiAOE/s1600/20170427_181837-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyh3TqnPbKxCsnqR9qlA1dgaCLHCaj5uCt5M8YOjNH5RofXj2tsgCtSXbJVgzI6EQIixnSwi4j8UVZ-QXM8IQOed38P4XrOud0RL_nO1KC7qRi_YRsWx1wARNG9t_kxMxhqtLsn0NiAOE/s640/20170427_181837-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Câmara de gás</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq7fXIfwWzq-cxD9skmzBZBJMvtnn8t_jyfHJc7ejIkFMgMvdNqt-vIMvrfNjTHcUDAf4x75g5Zd4l7l9-4nmPVTsCSprj57DiFu4ajza_CjnqacaNQFceQnsmPOjrrGvknFSHnCh3uBc/s1600/20170427_181900-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq7fXIfwWzq-cxD9skmzBZBJMvtnn8t_jyfHJc7ejIkFMgMvdNqt-vIMvrfNjTHcUDAf4x75g5Zd4l7l9-4nmPVTsCSprj57DiFu4ajza_CjnqacaNQFceQnsmPOjrrGvknFSHnCh3uBc/s640/20170427_181900-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Forno crematório (sala imediatamente ao lado da câmara de gás. Os alemães sempre altamente práticos)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUcWXOM37VtuluLxrq3i2rjQJm_jg1ZTEhLKBbYD2GBdc1P-5VvssNvo7CCoYyltiEb9TKLYrBOh68KCgI-DDjpOnYuvT5NYMAJyRQ4Tjqy8vBRA-ij178X3xY4_RjHMV9rR_Rj92QZ7o/s1600/20170427_181930-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUcWXOM37VtuluLxrq3i2rjQJm_jg1ZTEhLKBbYD2GBdc1P-5VvssNvo7CCoYyltiEb9TKLYrBOh68KCgI-DDjpOnYuvT5NYMAJyRQ4Tjqy8vBRA-ij178X3xY4_RjHMV9rR_Rj92QZ7o/s640/20170427_181930-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJbvx3aSw4CLLbn25Wp8VnJ-TJn-qlI1fD9Lc8YQ9cuISyUY7h1w1c4efUsBy4KIVrYz8tajzQ60oTn5CNk5vYJVc9uU0As693BJqDSQ6BRG4QqbhbXLk08tqQMr3yKtwV69wNwChCk1I/s1600/20170427_181402-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJbvx3aSw4CLLbn25Wp8VnJ-TJn-qlI1fD9Lc8YQ9cuISyUY7h1w1c4efUsBy4KIVrYz8tajzQ60oTn5CNk5vYJVc9uU0As693BJqDSQ6BRG4QqbhbXLk08tqQMr3yKtwV69wNwChCk1I/s640/20170427_181402-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF0OkioZWMsI6q8KvCMH-EydJLu18eZWi9Re9DZcyN5z3G16QsSupCqHA9YZx5nBFm5KjO_3fqwTbHFizm6xkAFo05p1Vk-ZSdzRNsVTcJESECsNkMs73Qub8yIsJrE-JrKPMZ4WRreAQ/s1600/20170427_181350-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF0OkioZWMsI6q8KvCMH-EydJLu18eZWi9Re9DZcyN5z3G16QsSupCqHA9YZx5nBFm5KjO_3fqwTbHFizm6xkAFo05p1Vk-ZSdzRNsVTcJESECsNkMs73Qub8yIsJrE-JrKPMZ4WRreAQ/s640/20170427_181350-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Cada prisioneiro aprendia muito rapidamente que era importante passar despercebido; não levantar o olhar, não transparecer uma emoção, um lampejo de raiva, de dor, de indignação, o comportamento volátil e imprevisível dos soldados e oficiais alemães tornava a existência de cada um como um jogo de dados. A sorte ou o azar ditou o destino de muitos. Os castigos, se o prisioneiro tinha sorte de não ser sumariamente fuzilado, podiam passar por ser encerrado num espaço exíguo junto com outros com igual sorte, durante uma noite, de tal forma exíguo que, de manhã, na abertura do buraco nem todos estavam vivos. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQB0Exots8tHf3D6EA1MgCru5Aymr5vlWesLYZ25cHL8GphLRWBJHy76wtFa_9A-D4YWiuJ3Emy-UTeYS7ikUH9s0yQX3QQkuNocax0zawuv7KTfuilBaeXLK8vv2jfrINoKZJoJXIQJ0/s1600/20170427_181309-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQB0Exots8tHf3D6EA1MgCru5Aymr5vlWesLYZ25cHL8GphLRWBJHy76wtFa_9A-D4YWiuJ3Emy-UTeYS7ikUH9s0yQX3QQkuNocax0zawuv7KTfuilBaeXLK8vv2jfrINoKZJoJXIQJ0/s640/20170427_181309-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
O trabalho da maioria era ao ar livre a vários km do campo, com sol abrasador ou temperaturas de -20 ou 30 graus, sem um agasalho ou um abrigo. Sobreviviam os que tinham um espírito teimoso e um corpo que se alimentava de algo mais do que simples comida. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3KRER6IdO4tZAeu9vlgf-1HYqudOr4kWPjFneTFHd9BUMuHXF4Mq7OBpyTm5pYlF_iA3Zt7aY0Cfs0z7MlhxWBi1yBhYGEDojUeCLws6ogcBNy4VETZm3slxbrnj6G-Q2kJhb75zer3g/s1600/20170427_181223-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3KRER6IdO4tZAeu9vlgf-1HYqudOr4kWPjFneTFHd9BUMuHXF4Mq7OBpyTm5pYlF_iA3Zt7aY0Cfs0z7MlhxWBi1yBhYGEDojUeCLws6ogcBNy4VETZm3slxbrnj6G-Q2kJhb75zer3g/s640/20170427_181223-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
A cantina dos oficiais do campo situava-se a 10 metros das câmaras de gás: enquanto seres humanos morriam às mãos de outros seres humanos, estes comiam e bebiam e soltavam as suas gargalhadas alheados do sofrimento causado. A indiferença!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn9ULHBkcmLvQk-LKFMAtCbmIFjZNMrGFlAVEQFaptniLwVJNWSjSBVnBbH-tkmqWYvX5vg2GAXaosLfA7zvwtVgWC1riSoee1zkSZdkJiETpbLZSwds4ew17Gn6YofBlvJGIRGfhEsBE/s1600/20170427_181709-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn9ULHBkcmLvQk-LKFMAtCbmIFjZNMrGFlAVEQFaptniLwVJNWSjSBVnBbH-tkmqWYvX5vg2GAXaosLfA7zvwtVgWC1riSoee1zkSZdkJiETpbLZSwds4ew17Gn6YofBlvJGIRGfhEsBE/s640/20170427_181709-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhflYqtO7W_c2uDJWqeL9x60MGYAn9o8YhJiPuIL9-SUNRGm_wCkCw_SoNkns-vcDAKzfYd_inUcXebKugxEid-YpcWMCADr36mfWNEHKaxnO__cl82grAolZH72ZFTKFDK7rS7meReMOM/s1600/20170427_174145-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhflYqtO7W_c2uDJWqeL9x60MGYAn9o8YhJiPuIL9-SUNRGm_wCkCw_SoNkns-vcDAKzfYd_inUcXebKugxEid-YpcWMCADr36mfWNEHKaxnO__cl82grAolZH72ZFTKFDK7rS7meReMOM/s640/20170427_174145-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br />
<div style="text-align: center;">
Zona dos fuzilamentos (muitas vezes precedidos por torturas, das quais a mais recorrente era a de suspenderem o prisioneiro pelos pulsos atados atrás das costas o que acabava por provocar o deslocamento total dos ombros)</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkRZwz6Z8eLLjb_D-7DmVjR6Ozsi_SHT_NyGFAehMkDJlge4DVKB_XI0XVRHJg9leLq5LYixA1SaWTTdHVnxM_h_wbpq75LfEYxL_RyIw6CT4nAWnHREUJ_4q8dS5X2F4sIcth4EI0l-Q/s1600/20170427_180713-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkRZwz6Z8eLLjb_D-7DmVjR6Ozsi_SHT_NyGFAehMkDJlge4DVKB_XI0XVRHJg9leLq5LYixA1SaWTTdHVnxM_h_wbpq75LfEYxL_RyIw6CT4nAWnHREUJ_4q8dS5X2F4sIcth4EI0l-Q/s640/20170427_180713-01.jpeg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
Guarita do soldado para se abrigar da chuva. Os prisioneiros artistas (os que sabiam musica) eram "convidados" a integrar um grupo de músicos que tocavam peças de animo patriótico para levantar a moral. Muitos oficiais das SS eram melómanos e a orquestra servia os seus intentos. Ouvia-se musica clássica, com Wagner à cabeça, no caminho para a morte. </div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCwL-jP1z40BGbZR5gcqhO-m7tK4oz7iXh3AH4EG8q80kZopV5FMwHn6Qm3uvzW1J1kWttFcdYlYxhs8_4ud0YMXCHr1_iRwlz7IpA5SyyXcZmOiC_4Ec083BaJvAiVbTcdt1c8YTXK4Y/s1600/20170427_181143-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCwL-jP1z40BGbZR5gcqhO-m7tK4oz7iXh3AH4EG8q80kZopV5FMwHn6Qm3uvzW1J1kWttFcdYlYxhs8_4ud0YMXCHr1_iRwlz7IpA5SyyXcZmOiC_4Ec083BaJvAiVbTcdt1c8YTXK4Y/s640/20170427_181143-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
Os prisioneiros desprovidos de todos os seus bens e de toda a sua dignidade eram obrigados a trabalhar jornadas de doze horas; o seu trabalho (os que conseguiam ainda trabalhar) contribuía para o esforço de guerra. Os seus cabelos, rapados logo à chegada serviam para fabrico de sabonetes. Marcados com tatuagens onde um número lhes tirava qualquer réstia de humanidade, marcados como gado. Os dentes de oiro eram extraídos, todos os seus valores eram confiscados, a sua marmita da comida, pouca, rala, água com alguns legumes e um pedaço de pão diário era o seu bem mais precioso. Também à chegada era feita uma triagem, no início, Auschwitz I só recebia prisioneiros homens, posteriormente também mulheres e crianças. Na triagem inicial e quando já a solução final tinha sido adoptada, mal saiam dos comboios, onde se tinham amontoados como animais, por vezes durante dias, em condições de frio ou de calor incomportáveis, e de onde já alguns não saiam vivos, eram encaminhados para duas filas. A da esquerda era constituída quase exclusivamente de mulheres, velhos e crianças pequenas que eram conduzidos directamente para as câmaras de gás onde lhes diziam que iriam ser desinfectados e portanto lavados e os mandavam despir-se. Fechadas as portas estanques e lançadas as latas de pesticida pelas aberturas no tecto das câmaras, a morte era em tortura e sofrimento, muitas pessoas, as mais fortes demoravam entre 15 a 20 minutos para morrerem. </div>
</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLMDSmUBnkhdT_rM60PdkHcemKrT4a652GD7NRy2bMKxpC9r0ueK_IW5LH_crhOSV7lxEpuMJoVvQSi806Y7naPLRRc-sbYzlwRWBfToGmU6BtOCw8aWiSHUiIZJG3CYqadjZR5R9DyFI/s1600/20170427_170619-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLMDSmUBnkhdT_rM60PdkHcemKrT4a652GD7NRy2bMKxpC9r0ueK_IW5LH_crhOSV7lxEpuMJoVvQSi806Y7naPLRRc-sbYzlwRWBfToGmU6BtOCw8aWiSHUiIZJG3CYqadjZR5R9DyFI/s640/20170427_170619-01.jpeg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
Os homens, os que aparentavam mais força física eram conduzidos para a direita, para uma vida de trabalho em morte lenta e dolorosa. Se morriam eram rapidamente substituídos, a vida humana valia tanto quanto um prato de sopa. </div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRuY6XPfefuFyiNSuz9xWSkK4oC_wFwmypP32yvadMtW3vAtyj96ek-JVG8htvHKpEPJth0hzCH80E6o6QiCyuWNipLg4crXbV5zIdQhPDH8sPn6RkNOzmrceXavtAYWaFn8rU6mRtdro/s1600/20170427_170506-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRuY6XPfefuFyiNSuz9xWSkK4oC_wFwmypP32yvadMtW3vAtyj96ek-JVG8htvHKpEPJth0hzCH80E6o6QiCyuWNipLg4crXbV5zIdQhPDH8sPn6RkNOzmrceXavtAYWaFn8rU6mRtdro/s640/20170427_170506-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Os kapos, prisioneiros com privilégios asseguravam, em grande parte, o controlo dos outros prisioneiros, e na sua ânsia de assegurarem também a sua sobrevivência, tornaram-se verdadeiros carrascos: denunciavam, delatavam, castigavam e roubavam. Na miséria extrema do campo tinham as funções que nenhum soldado desejava, lidavam de perto com os prisioneiros e asseguravam o funcionamento dos fornos crematórios. Tinham uma ração melhorada, dormiam em melhores condições e tinham roupa reforçada. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsdYCIg8PnywvQjF8en75nHLDR0POV25BerBP7W_gkXcFl8ZFZC4VuQ8DqQmFVPS3Ihbrx_pDYQkoW8BgTQChoEYfANNnEG0Joy9ArjtfJS0kQ21WFWIx37tFshlCYhBrO5qX-LG_cdT8/s1600/20170427_175844-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsdYCIg8PnywvQjF8en75nHLDR0POV25BerBP7W_gkXcFl8ZFZC4VuQ8DqQmFVPS3Ihbrx_pDYQkoW8BgTQChoEYfANNnEG0Joy9ArjtfJS0kQ21WFWIx37tFshlCYhBrO5qX-LG_cdT8/s640/20170427_175844-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQbY07GV2kaUStDxxxShjBWRvvvC1-fzKl1oI0aWZVIFine4cIrsJhAHxIXG5oovNjRMs3mV3wMQc0DvQNMJXQddGbwmDBi41DTXsWjNHPshlFPbQ_d10cwgt5yzfcbs4xb8LKLB3odcI/s1600/20170427_175057-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQbY07GV2kaUStDxxxShjBWRvvvC1-fzKl1oI0aWZVIFine4cIrsJhAHxIXG5oovNjRMs3mV3wMQc0DvQNMJXQddGbwmDBi41DTXsWjNHPshlFPbQ_d10cwgt5yzfcbs4xb8LKLB3odcI/s640/20170427_175057-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Rudolf Höss foi o comandante do campo durante dois anos e após a rendição da Alemanha, um tribunal polaco acusou-o de ter sido o responsável pela morte de 3 milhões de pessoas ao que este respondeu friamente que não, era responsável pela morte de 2,5 milhões, uma vez que os outros 500 mil tinham morrido devido à fome e às doenças. Foi condenado à morte e enforcado a 16 de Abril junto aos fornos crematórios do campo. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Segundo consta, e dado que a casa que habitava era contigua ao campo, separada apenas pelo arame farpado, os 5 filhos brincavam paredes meias com todo o sofrimento e maldade à frente dos seus olhos. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-d1ocm1KCujKqVdeXNgTrRrqCdHFDo3RwqIiWeVFijctChXjQQhdpvicQo2yjWOJ-Q3lfef7KtzWoKCS2VIWV_skm0cfDv5rfgZLSpeHl9_BBqnp-9UsTvy4j5bMkMcPbRaOUvjBSZOo/s1600/20170427_181633-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-d1ocm1KCujKqVdeXNgTrRrqCdHFDo3RwqIiWeVFijctChXjQQhdpvicQo2yjWOJ-Q3lfef7KtzWoKCS2VIWV_skm0cfDv5rfgZLSpeHl9_BBqnp-9UsTvy4j5bMkMcPbRaOUvjBSZOo/s640/20170427_181633-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Edifício principal de Auschwitz II- Birkenau</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-8lpdeJG0X4LucMyefzPAyWzc-eT8FeWoOpUZAlDZp_qn3UFBUwgalcnDvJPY2Tu2imWwPpK2x1Np6BMihIgW8pR27UfGQvJ1mco-YiLMZzlJdyNl2fbE1vzhPIJ_D8QPUrW7MnNeEZ8/s1600/20170427_185050-01-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-8lpdeJG0X4LucMyefzPAyWzc-eT8FeWoOpUZAlDZp_qn3UFBUwgalcnDvJPY2Tu2imWwPpK2x1Np6BMihIgW8pR27UfGQvJ1mco-YiLMZzlJdyNl2fbE1vzhPIJ_D8QPUrW7MnNeEZ8/s640/20170427_185050-01-01.jpeg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAijWzyvtJ0qlWe3eaELd1v64OsvJ6wGj29MARHuGSxtMWm3gVTBcTe41BfhQBaAz1Ykj9fAasRAaE7lGxNBduEL9Z7z1XK8BVvNkLAOhpmuSx5P-Mfs5-Tn7GySaY2x3YqIfUR3x4TC8/s1600/20170427_170317-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAijWzyvtJ0qlWe3eaELd1v64OsvJ6wGj29MARHuGSxtMWm3gVTBcTe41BfhQBaAz1Ykj9fAasRAaE7lGxNBduEL9Z7z1XK8BVvNkLAOhpmuSx5P-Mfs5-Tn7GySaY2x3YqIfUR3x4TC8/s640/20170427_170317-01.jpeg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
A via férrea infame que conduzia intermináveis comboios à linha final, do qual só saiam vivos, os mais fortes, os mais saudáveis ou aqueles que por um conjunto de circunstâncias foram os de maior sorte. </div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJlicQ2X2AfPfL4ArlZsRrDd2D3WIyFSM4TOqBCbJ2OEd-EdthZT9Ny1_Qx4IZe1tvPYomeQVz_rZL2NX9CKQwjpgiSeDj3u16l2WIMpkP8t3xiHV96VfnLzoZclBqPsR_jA7dmtb4WqQ/s1600/20170427_185451-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJlicQ2X2AfPfL4ArlZsRrDd2D3WIyFSM4TOqBCbJ2OEd-EdthZT9Ny1_Qx4IZe1tvPYomeQVz_rZL2NX9CKQwjpgiSeDj3u16l2WIMpkP8t3xiHV96VfnLzoZclBqPsR_jA7dmtb4WqQ/s640/20170427_185451-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Latrinas públicas (uma por fileira de casernas. Em cada fileira existem à volta de 15 casernas. Cada caserna "acolhia" 800 prisioneiros que dormiam em beliches de 3 ou 4 níveis, onde se acotovelavam por níveis, cerca de 8 prisioneiros).</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
As latrinas públicas eram muito cobiçadas como trabalho por vários motivos, todos eles a ver com a sobrevivência do prisioneiro: era um local quente no inverno, no início as latrinas eram despejadas à mão, o calor dos dejectos humanos eram acolhidos como uma forma de se manterem quentes; nas latrinas os soldados não se atreviam a entrar receosos das doenças, os prisioneiros não tinham esses pruridos; era um local de transacção dos bens escassos, uns sapatos por um pedaço de pão, uma manta rota e cheia de percevejos por um sabonete. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtGog9aHpyVOfUsTKqZshuSjP205wG8pGim1OvhCJGjkJe1N9WoHrzPNqYS3tgJqA1A6X3J1hyphenhyphen7fAWNSR2p7OPie7ACnsDkPmQ8j_lGFCQv86eV2Mf6Xh6caOCNIAzwsQxYqtkiVQ-Qqs/s1600/20170427_191031-01-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtGog9aHpyVOfUsTKqZshuSjP205wG8pGim1OvhCJGjkJe1N9WoHrzPNqYS3tgJqA1A6X3J1hyphenhyphen7fAWNSR2p7OPie7ACnsDkPmQ8j_lGFCQv86eV2Mf6Xh6caOCNIAzwsQxYqtkiVQ-Qqs/s640/20170427_191031-01-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
De grande parte de Auschwitz II restam apenas umas poucas fileiras de casernas de madeira, e os desenhos das implantações das restantes, com um forno de aquecimento (que nunca se acendia), único artefacto em tijolo. </div>
</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ8Ts1h4i76PbNMzxWWwNxmXa9BtJkV3zDDtg3pl1A1MLxti2wFYbep60WqTPfZL0FXmKFLROnGr6Bc9FTzGB-AOtL9_ud04v4dEizGCY-u-tJeERqlEIB73aedJgFaM6fRpEKUHr0Qkk/s1600/20170427_191545-01-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ8Ts1h4i76PbNMzxWWwNxmXa9BtJkV3zDDtg3pl1A1MLxti2wFYbep60WqTPfZL0FXmKFLROnGr6Bc9FTzGB-AOtL9_ud04v4dEizGCY-u-tJeERqlEIB73aedJgFaM6fRpEKUHr0Qkk/s640/20170427_191545-01-01.jpeg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSGDiDii7eoNmJ7enw5uV0CPubz9Zs8t1FUY3hIFNSUMKTA50XvPtYnGLhjR6rUVwIHH9YZjyRBAuJaAUkWKtnhUVw1gRAbQ_RyL9LfqWwJe479phw5ac8pp2cDK9EdnQYzB2A-hMoiqY/s1600/20170427_192428-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSGDiDii7eoNmJ7enw5uV0CPubz9Zs8t1FUY3hIFNSUMKTA50XvPtYnGLhjR6rUVwIHH9YZjyRBAuJaAUkWKtnhUVw1gRAbQ_RyL9LfqWwJe479phw5ac8pp2cDK9EdnQYzB2A-hMoiqY/s640/20170427_192428-01.jpeg" width="360" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSKV4Rx2UEqaKZuX8BwiVSKf5kf4-xsmCacdrQBdVlqtZthjCGBAXVV2A3NKc9XCz89ClwAEftIXwUNkptr6YuOCFlMvk2IrdlLZs1Zun2lkJPK9_o4qEI-Qmenli0QtzJNBP0kR8-x94/s1600/20170427_191647-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSKV4Rx2UEqaKZuX8BwiVSKf5kf4-xsmCacdrQBdVlqtZthjCGBAXVV2A3NKc9XCz89ClwAEftIXwUNkptr6YuOCFlMvk2IrdlLZs1Zun2lkJPK9_o4qEI-Qmenli0QtzJNBP0kR8-x94/s640/20170427_191647-01.jpeg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
Os dois fornos crematórios de Auschwitz foram destruídos antes da libertação do campo. Apenas se mantiveram integras as câmaras de gás do campo Auschwitz I bem como os seus fornos crematórios. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZSY6gouZLx0x_rVGXcLVWuRGNcVYiBEn-1-iHLzcecZ1ZJZtJSr2Hq4WNNbAxfgYg5lpYBNh7BpbzEwmN1wqlyTRiaGRlBFsxWA5tAgA5iLCp1nhvxesy2pAUDIGZR-qBtkiNH6W-QJs/s1600/20170427_191614-01-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZSY6gouZLx0x_rVGXcLVWuRGNcVYiBEn-1-iHLzcecZ1ZJZtJSr2Hq4WNNbAxfgYg5lpYBNh7BpbzEwmN1wqlyTRiaGRlBFsxWA5tAgA5iLCp1nhvxesy2pAUDIGZR-qBtkiNH6W-QJs/s640/20170427_191614-01-01.jpeg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
Latas vazias de Zyclon -B, pesticida usado pelos alemães, no início para desinfestação de piolhos e evitar a febre tifóide. A partir do momento em que os alemães adoptaram a solução final, este pesticida, constituído fundamentalmente por ácido cianídrico, cloro e nitrogénio, foi a ferramenta da morte de milhoes de seres humanos. Em Auschwitz, apesar dos números não serem absolutamente certos, estima-se que à volta de 1.500.000 seres foram mortos quer por fulizamento, quer através deste processo de envenenamento quer através de fome e doenças. Desses, 90% eram judeus!</div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
As cobaias para o início deste método de morte massiva foram 300 soldados russos capturados pelos alemães. Nestes foram experimentadas doses a fim de saberem qual a quantidade necessária e suficiente para matar um ser humanos. Além de práticos, os alemães eram também poupados.<br />
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiADn8TAFjaGakoAjSG_N6IZADXlMStHUtD2PhKvGkopqLpOBk4kYMuRf006QRH2DVG_GM7agxoyHO_vvnsoJ4GlKC-19H-SfS_42YoqUeYlHxecGXSfIc5qQoagtPY1GUy5Wz48FNg6Sw/s1600/20170427_172332-01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiADn8TAFjaGakoAjSG_N6IZADXlMStHUtD2PhKvGkopqLpOBk4kYMuRf006QRH2DVG_GM7agxoyHO_vvnsoJ4GlKC-19H-SfS_42YoqUeYlHxecGXSfIc5qQoagtPY1GUy5Wz48FNg6Sw/s640/20170427_172332-01.jpeg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-54707175438115394792017-01-09T21:36:00.003-01:002017-01-09T21:38:20.495-01:00RetrospectivaCinquenta e seis anos passados<br />
Meio século de existência<br />
Anos de vida dedicados<br />
Ao mar, misto de enleio e obediência.<br />
<br />
No dia em que veio ao mundo<br />
Uma estrela brilhou no céu,<br />
Nasceu para ser vagabundo<br />
Neste mundo de homens foi feito réu.<br />
<br />
A vida sempre lhe foi infiel e dura<br />
Feita de trabalhos e canseiras<br />
Mas o desconhecido e a desventura<br />
Nunca lhe impuseram barreiras.<br />
<br />
Cedo ingressou na Marinha<br />
Em busca de novos horizontes<br />
E a vida que sempre parecera mesquinha<br />
Tomou novas formas, surgiram novos "montes"<br />
<br />
E o mundo foi todo percorrido<br />
Mês após mês, no mar navegando<br />
Lembranças da terra, num tempo ido<br />
Foram pouco a pouco se dispersando.<br />
<br />
Conheceu numa festa da aldeia<br />
Aquela prima desconhecida, tão esbelta<br />
Seus cabelos negros, seus olhos de sereia<br />
Puseram-lhe o coração em estado de alerta.<br />
<br />
E o dia de casamento chegou<br />
A noiva de branco, ele de fato<br />
A hora que tanto ansiou<br />
Fora chegada; heróico acto.<br />
<br />
Nasceu o Rui; botão de rosa<br />
Num jardim, ainda por semear<br />
E para aquela família venturosa<br />
Era mais alguém para se amar.<br />
<br />
Moçambique foi a meta seguinte,<br />
Terra das mil e uma cores<br />
Terra de anseios, como um pedinte,<br />
Terra de milagres, terra de amores.<br />
<br />
Lá lhe ficou o filho amado<br />
Que Deus ao céu chamou.<br />
Ficou a vida sem significado<br />
Sonhos desfeitos; quanto chorou!<br />
<br />
A roseira tornou a dar flor<br />
A alegria voltou a reinar.<br />
Vieram à terra com todo o amor<br />
Juraram p'ra sempre o lhes dedicar.<br />
<br />
A Rui e a Baba foram crescendo<br />
Crianças primeiro, jovens depois<br />
E a vida foi sempre correndo<br />
A vida que até ali fora a dois.<br />
<br />
Um homenagem aqui prestada<br />
Aos cinquenta e seis anos de vida<br />
lhe deixo bem vincada<br />
De uma retrospectiva vivida.<br />
<br />
Maria Rui Dias Loução, 16 anos<br />
<br />
<br />Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-21594503624279071152016-10-04T12:50:00.001+00:002016-10-04T12:52:50.227+00:00Pensar na vida... Pensar na vida...<br />
<br />
Há quem o faça no ano novo, com a promessa de um novo recomeço.<br />
Há quem o faça sem promessas, simplesmente pensar na vida.<br />
Eu penso, penso muito!<br />
<br />
Quando tinha vinte anos pensava que ia morrer antes dos trinta.<br />
<br />
Aos oito anos tinha a certeza absoluta que não ia chegar aos nove. Nunca tinha beijado um rapaz na boca, os beijos que dava ao espelho, que o deixava todo embaciado e babado, não me satisfaziam.<br />
<br />
Não ia ter bebés!<br />
Não ia fazer todas as coisa que os adultos fazem! Que imbecil!<br />
<br />
Passada a barreira dos nove, estive uns anos ocupada a crescer saudável, a dar cabo do juizo dos meus pais, até que aos 17 anos me deu forte maluqueira: agora é que ia ser, que iria morrer de uma forma horrível.<br />
Desenvolvi um gosto obsessivo por ligar e desligar interruptores de luz, acertar os livros nas estantes por tamanhos e emparelhar os pares de sapatos por texturas e cores.<br />
Saia de casa e entrava em casa uma dúzia de vezes para me convencer que a luz da casa de banho estava desligada e que a porta do frigorífico não tinha ficado encostada; um alien, quem sabe, um monstro, podia andar a brincar às escondidas comigo!<br />
Tinha desafios mentais do tipo - se não conseguir ligar e desligar a luz 5x em 5 segundos, morro!.<br />
Tornei-me intima da psicóloga que me punha a desenhar o meu " Eu" de olhos fechados e a fazer joguinhos para travar os meus ímpetos obsessivos.<br />
Tinha várias doenças físicas gravíssimas...todas na minha cabeça.<br />
Fazia filmes diários: a pontadinha nas costelas? Iminência de um ataque cardíaco fulminante. Dor na base da coluna? Cancro ósseo. Mau estar no estômago? Aneurisma abdominal.<br />
As desgraças estavam sempre, prestes a acontecer-me, contradizendo os vulgares mortais que vivem ignorantes, certos que as desgraças só acontecem aos outros.<br />
Não, a mim a doença não me apanhava desprevenida.<br />
<br />
E os ataques de ansiedade?<br />
Que experiência poderosa! Poderosa e dispensável, antes um par de estalos nas ventas.<br />
Aquele frio subito que sobe pela espinha, que te acelera a respiração até parecer que te saem os bofes pela boca e o coração pelas orelhas.<br />
Um panicoso consegue reconhecer outro panicoso à distância, já todos se humilharam com cenas deploráveis à porta dos hospitais.<br />
Figuras tristes!<br />
<br />
Certo, certo é que chegas aos 30, passas os 40 e chegas quase, quase, aos 50...viva!<br />
Depois pensas:<br />
<br />
" Aos 50 já te vai faltando o tempo, não é, a margem agora está a ficar curta, afinal se calhar até tinhas razão!"<br />
Estão a ver a lógica torcida? É que a cabeça não pára!<br />
<br />
Chegas lá, aos 40, dizem-te que estás no teu auge, que agora é que aprecias a vida devidamente. Que agora é que estás madura sem teres perdido a frescura?!<br />
<br />
Pffff!<br />
<br />
Com uma cabeça que não pára, a conta bancária à mingua, o cabelo a esbranquiçar, a pele do pescoço a parecer o de uma galinha depenada?!<br />
<br />
Acrescenta aí, os filhos...adolescentes!<br />
<br />
Que farejam o frigorífico de 10 em 10 minutos a ver se o génio que vive lá dentro repôs o stock, deixam esqueletos de maças debaixo do sofá e as cuecas selada penduradas, do avesso, no cesto de roupa suja.<br />
Que dizem que não percebem nada do que falas e que a tua onda não é a deles.<br />
Quando eram pequenos tu eras o mundo deles, agora não te querem no mundo deles.<br />
És um adulto mainstream aborrecido e comum, que os envergonhas junto dos seus amigos quando abres a boca e procuras aproximar-te deles com as tuas piadas sem graça.<br />
És o chauffer deles mas pedem-te que os deixes a 100 metros da escola a fim de que o não vejam contigo...a Mãe!...E professora... e todos sabemos como, nos tempos que correm, ser professor se confunde com a base da cadeia alimentar...Não recomendável!<br />
<br />
À beira dos 50 anos, a ficar quase velha mas sem ser velha, não suficientemente velha para que parem de implicar contigo porque envelheces. Observam as rugas do teu rosto, as peles dos teus braços e a qualidade das tuas mamas e pensam:<br />
" Ai coitada, calha a todos, era tão gira, quem a viu e quem a vê, que pele tão maltratada, um hidratante pelo menos, quer dizer, incrível como as pessoas se tornam tão desmazeladas!<br />
<br />
Ou seja, andaste todo este tempo a melhorar em conhecimento e sabedoria, a aperfeicoar-te enquanto ser humano, a separar o acessório do que importa, para que, no fim, o que conte é que foste mais gira do que és agora. E tu sabes que, para eles, tudo não passa de uma tentativa deprimente, de esquecerem o seu próprio envelhecimento.<br />
Mas aos 50 anos marimbas-te para o que de ti dizem, as rugas são tuas, as peles também, a celulite demorou muito tempo a apurar... ignoras e ignorar é um privilégio teu!<br />
<br />
Gostas de ti e pronto, à beira dos 50, ex obsessivo.compulsiva, hipocondriaca envergonhada, 3 filhos indisponíveis e arruinada.<br />
<br />
Que currículo extraordinário!<br />
<br />Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-27467620172881212232016-09-26T10:24:00.001+00:002016-09-26T15:01:45.984+00:00 O amigo lambe cus<br />
<div style="text-align: justify;">
Os amigos lambe cus são como qualquer outro lambe cu mas em amigo. São os açucarados que, por mais asneiras que se faça nas nossas vidas e nos comportemos como uns perfeitos idiotas, nos dizem que procedemos bem e que nos incitam a continuar. São os amigos que escondem as nossas próprias misérias com receio de que nós ainda não as tenhamos descoberto. São aqueles que passam a outro a inconveniência de dizer que agimos mal porque não querem que a amizade que os une a nós sofra alguma beliscadura. Dá-nos jeito tê-los quando não conseguimos levantar a cabeça com o peso da merda que fizemos. São o alívio da nossa consciência. É para eles que corremos quando damos cabo da boneca da outra menina e gritamos " Foi ela que começou!" certos que , em vez de nos darem um açoite, nos dizem " não chores pequenita, a outra menina foi má, só teve o que mereceu! "</div>
<div style="text-align: justify;">
Os amigos lambe cus são sempre muito nossos amigos e vivem a nossa vida como se fosse a sua própria, pensam como nós, agem como nós, são sempre os primeiros, fazem questão de serem sempre os primeiros em tudo. Os amigos lambe cus lutam entre si a ver quem lambe melhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por egoísmo, por medo de nos perderem, por inexistência de coluna, por preguiça, porque não se querem maçam, porque estão tão interessados em nós como o cão pela pulga, porque gostam que deles digam que são os amigos mais maravilhosos do mundo e isso lhes afaga o ego! Alimentam-se de nós mas não nos dão nada em troca a não ser lisonja e bajulação. E no entanto, aos olhos dos outros defendem-nos do mundo cruel e batem-se por nós.<br />
<br />
Lambem-nos o cu até fazer ferida! Que não sara!<br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-10518236618069353542016-05-18T13:06:00.000+00:002017-05-09T13:08:14.628+00:00A divorciada<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"> A mulher
divorciada...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">...desquitada...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">...desemparelhada...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">...desirmanada...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">
É tema sumarento e cheio que derivações, afluentes e sentimentos
poderosos. Sem saber bem como começar mas dado que sou habilitada
para falar desta casta tão especial, resolvi ir pesquisar sobre o tema e dei com triliões de blogues especializados no assunto. São blogues
densos, escritos por quem sabe, elas! Eles também
poderiam mas faltaria o essencial, o fel. São tantos que é caso para
dizer que em cada blogger há uma divorciada; excepção das bloggers de
culinária e de bricolage, essas são casadas, muito bem casadas e o
sonho maior das suas vidas é alimentar e vestir o marido e os filhos, com
pratos económicos mas saudáveis e roupas amigas do ambiente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> Os blogues sobre o divorcio têm sucesso e muitas visualizações, só são batidos pelos blogues especializados em unhas de gel e depilação com linha, porque giram em roda de dois
subtemas: o quão maravilhosas as mulheres divorciadas são e o quão javardos os
ex maridos foram! A divorciada típica é a mulher que se descobriu
maravilhosa para não se atirar de uma ponte, que começou a pintar as beiças e
a gostar de si própria ainda que viva com os olhos inchados. Descobriu também
que será a única altura da sua vida em que não precisa de fazer dieta para
emagrecer. Mais tarde, muito mais tarde, quando recuperar os quilos todos e porque é estóica na dor e sabe aguentá-la
melhor que ninguém sentirá alguma nostalgia do único tempo em que vestiu o 36.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> A
divorciada apercebe-se que há vida para além do casamento que já era, e no
entanto vive ensimesmada com aquilo que podia ter sido e já não é.
Rumina sobre a vida e sobre o sentido dela, sofre de constantes ataques de pena
de si própria e do quanto o mundo é injusto. É uma calimero com
filhos que vai batendo as asas a medo a ver se arrebita.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> O
ex marido é para o resto da vida, como sarna sem
cura, uma rémora bem atarraxada ao corpo de um tubarão
martelo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Adquirir
o estatuto de solteira pós divórcio é uma impossibilidade! Pode casar e aí
aumenta novamente de estatuto, não pode é insolteirar, está maculada para
tal, só se redime se se atrelar novamente. É uma cena tipo castigo, foste
casada e não soubeste aproveitar, toma lá agora, aguenta - te! Ou então casa-te
novamente! Existe enquanto esposa, divorciada é um embaraço! Uma falhada. Aí és
divorciada? Não deu certo?! (acenos de cabeça com expressão de comiseração,
boca franzida em desaprovação)... pois..... as pessoas hoje em dia não estão
para aguentar os defeitos dos outros, dá trabalho. A divorciada não tem estaleca para
casada, por culpa própria. Não sabe aguentar as contrariedades próprias do
casamento, não tem fibra de monja, uma deficiência cromossómica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">
Enquanto recém sozinha alimenta-se principalmente de rancor, e toda
a gente sabe como esta ração é pouco calórica. Deixa de ter vida própria, passa
pelo processo todo do luto pós divórcio enquanto o divorciado arranja uma forma
mais prosaica, arranja outra mulher! É muito mais fácil passar pelo processo, com outra ao lado. Sentido prático é qualidade que
falta a qualquer mulher, o homem utiliza-o muito bem em momentos de aperto. A
divorciada não entende a simplicidade da coisa, anda ainda às voltas com
as questões de lealdade e tretas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">
Meses mais tarde é que se apercebe que ele não volta, ele percebeu isso
no momento em que saiu de casa, Andou este tempo todo a matutar no que podia
ser e não foi, enquanto ele tira a barriga de miséria. Na
corrida para a emancipação de espírito anda uns seis meses atrás.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">
Quando se apercebe que é para sempre, consciente e conscienciosamente, contraria o mais possível o resto do bom
entendimento que lhe resta com o ex marido. Fazê-lo penar um pouco dá-lhe
um certo alívio às suas dores ainda que a dor passe a ser crónica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">
Como é uma sobrevivente, dá-se conta com alguma lentidão que não morrerá
de sofrimento e finalmente arrebita. Começa a cuidar de si, a sair com as
amigas e após um curto período em que o seu maior desejo era ser lésbica, lança os
olhares a seres do sexo oposto. A medo e com vergonha a princípio, mais afoita
após alguns ensaios. O ex sempre como comparação, o que se torna algo injusto
para o ex que com a experiência, sai beliscado. Percebe finalmente que há mais
mouros na costa e que a sua consumição era a de uma alma tola que só
estava à espera de ser preenchida. E aí chegada é vê-la a desabrochar em toda a sua plenitude e desejo. O ex marido olha-a com outros olhos e chega a pensar se não cometeu um erro. Mas aí é tarde, o anátema da mulher casada já se diluiu na voragem dos dias e lhe parece a vida passada, irreal. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> Adapta-se, reorganiza-se, descobre-se! </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Mas nem sempre, umas de luto ficam e carregam o mundo, Deus e o Diabo no lombo e sentem prazer nisso! </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"> <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-91980056358406663922016-05-10T11:54:00.000+00:002017-05-18T15:07:21.416+00:00Alegrias de quem ensina<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<div style="text-align: justify;">
Já desesperei a explicar a um aluno que me disse "as pessoas têm o direito de dizer asneiras, se quiserem" que a sua afirmação é falsa; já testei a minha paciência a explicar a outros que não podem andar a roçar-se uns nos outros só porque estão a descobrir a sexualidade e o seu impulso primeiro é o de concretizarem o que apetece no momento; não é aceitável, meus caros, roçarem os vossos órgãos genitais no rabo de colegas do mesmo sexo ou outro. Assim como não é aceitável coçarem os testículos e puxarem o pénis para o lado porque ficou preso na cueca e o mal estar é grande; nunca é tão mau quanto quem tem que assistir á cena. Não quero passar pelo corredor da minha escola e ter que assistir à introdução da língua do gajo na faringe da gaja. Dispenso que um rapaz de 15 anos refile, durante a aula, com um colega porque " acertaste-me com a bola nos tomates" e muito menos me agrada que o a resposta seja "sacode que isso passa". E ir na paz no Senhor e vem um tipo, no corredor, um fulano ainda sem pêlos a refilar para o outro " foda-se, larga isso, caralho". Não preciso disso. Assim, como não me apetece que haja um tipo a enfiar o dedo no nariz e a trazer matéria viscosa para fora enquanto eu explico como se faz um passe de ombro no andebol. Cuspir no campo sintético enquanto se joga basquetebol leva a que se termine a aula com a mão pegajosa; explicar esse facto ao gajo com catarro precoce é o mesmo que ensiná-lo a fazer ponto cruz. Se digo ao corrécio do 7º ano que apanhe o que atirou para o chão e ele me responde que não foi ele, comigo a olhar, não é conveniente torcer-lhe o braço ainda que apeteça; se digo a um grupo que aproveite o que acabou de colocar no lixo e apanhe o pacote de leite que está logo ali e me respondem que não foram eles a sujar, apetece dizer "fazes isso porque eu mando" e não " vá, melhora a tua consciência cívica e ecológica, a natureza agradece". Ter que ensinar boas maneiras e regras de cidadania é giro mas cansativo sobretudo se se explica essas regras aos mesmos. Com um desenho não vai lá, com o exemplo também não, um suborno não é bem visto, porrada é inadmissível. Toma uma merda de um comprimido a ver se acalmas.<br />
Chamem-me amarga!<br />
<br /></div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 12.8px;">
<br /></div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-86842525921848400692016-05-09T16:31:00.001+00:002016-05-12T17:16:45.839+00:00<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Então pá, define-te lá, anda?! É verdade que o melhor da vida de qualquer mulher começa depois dos 40?! Que é nessa altura que estão maduras sem terem perdido a frescura e muito, mas muito mais marotas do que as verdes vintonas e as insípidas trintonas?!
" Pfff, quem te disse isso anda em negação! Meu amigo, com a algibeira vazia, o cabelo a esbranquiçar, as peles dos braços a abanarem como pelancas velhas, estamos aqui é a desejar o consolo de chegarmos à terceira idade, porque aí estamos velhos e ninguém quer saber se estamos velhos e as pelancas dos braços são as pelancas dos braços que os velhos têm e os filhos há muito deixaram de ser os adolescentes egoístas e agora são só adultos e egoístas e os adultos não nos arruínam o orçamento. Enquanto adolescentes despejam o nosso frigorífico a horas pontuais, semeando esqueletos de maças roídas por baixo das almofadas dos sofás e cuecas sujas entre a porta da casa de banho e o cesto da roupa suja. Dizem-te que não percebem nada do que falas e que não entendes mesmo a ponta de um corno do que é a onda deles. Que não passas de um adulto "mainstream" aborrecido e comum, nome cientifico que usam para designar a mãe ou o pai e que não queiras ter a veleidade de te aproximar deles, o seu mundo não é o teu e nesse mundo eles não te querem; a não ser que, desse mundo, os tipos façam um interregno a fim de que possas ter o privilégio de lhes preparar um leite estupidamente frio com bolachas. </div>
<div style="text-align: justify;">
" Defino-me?!! Ora deixa cá ver: à beira dos 50 anos, sem nada de meu a não ser um carro azul tipo carrinha do pão e que me dá aquele estilo extra, o toque final, o glamour da tipa desportiva descontraída que tem um carro de sete lugares para transportar canalha. Isso e as dívidas; não é que elas não me consolem, afinal de contas já convivo com elas há tanto tempo que se não as tiver é como se me falte algo. Para compor o ramalhete final, dizer que sou funcionária pública, dou aulas, parece que tento ensinar umas coisas a uns seres e parece que esses seres vão aprendendo algumas coisas comigo, de vez em quando e se apetece. E nestes tempos de incerteza sobre o que quer ou não quer o adolescente, só sei mesmo se querem aprender, no próprio momento e de instante a instante, de manhã podem querer, à tarde arrependeram-se e já não querem e eu adapto-me. </div>
<div style="text-align: justify;">
Estou a ficar velha mas não sou velha, no limbo entre a perda do viço da minha condição de mulher mas não suficientemente velha para que parem de implicar comigo porque envelheço. Nesta fase transitória vistoriam-me as rugas do rosto, as peles das pernas e a flacidez das mamas e interiormente pensam, coitada, calha a todos, esta já passou a sua fase ascendente, agora é sempre para baixo mas vá lá, vá lá, podia estar pior, ainda se aguenta bem, se disfarçasse esses brancos e onde é que já se viu, tem a pele tão maltratada, é inacreditável como as pessoas não tratam de si. És uma mulher gira mas já não tão gira, estás na fase em que de ti dizem: é bonita mas haviam de ver quando tinha 20 anos, aí é que era uma brasa. Andaste estes anos todos a madurar em conhecimento e sabedoria, a separar o trigo e o joio, o acessório do que importa para que no final, o que conte é que foste muito mais gira do que és agora. E depois vêm com tretas que agora é que é, que a maturidade não tem preço, numa tentativa bacoca para esquecerem a inevitabilidade do seu próprio envelhecimento. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mas à beira dos 50, tens uma prerrogativa que te assenta como uma luva, estás completamente nas tintas para o que dizem de ti, as rugas são tuas, as pelancas abanam nos teus braços e a celulite levou-te muitos anos em estágio e é-te de grande consolo mandar certa gente e todos e tudo para onde te apetecer, quando te apetece e sem saberes bem porquê. dá para tudo, mandas simplesmente e nisso vês consolo, ainda que não te sirva de grande coisa, para além de um alívio imediato. Como é temporário tendes a mandar cada vez mais vezes, porque o efeito é como nos ansiolíticos, quantos mais mandas mais tens de mandar. E é um privilégio que podes dosear a teu gosto!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dirás, eu cá preferiria ser rico! Esse é que é um privilégio!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A sério?! Pois, olha que novidade, eu também e sabes, também preferiria ser a verde vintona ou a insípida trintona se conseguisse nessa idade ser menos estúpida ou menos sensaborona, ou menos desinteressante do que fui. Sendo assim e porque não posso, e com as peles todas e os primeiros achaques próprios da idade, vou dizendo que vou gostando do que sou mas se tivesse um milhão no banco ainda gostava muito mais. Assim sendo e para ser sucinta, respondo:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
À beira dos cinquenta , três filhos adolescentes indisponíveis e arruinada! </div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-8895021219127001892016-03-03T16:42:00.002-01:002016-03-03T16:48:26.594-01:00De avião...<div style="text-align: justify;">
Uma hora antes de entrar no avião toma um calmante. Quando vislumbra o bicho dá-lhe a primeira contractura cardíaca, sente piquinhos nas unhas dos pés e eriçam-se os pêlos do corpo. Respira fundo e pensa mais uma vez, que não se aguenta de tão parva. Senta-se no seu lugar, não sem antes fazer o primeiro reconhecimento do local, a ver qual a melhor forma de fugir, se pela frente, se por trás. Abre pela primeira vez o livro com a descontracção total de uma tipa a ferver por dentro. E começa os raciocínios, aqueles retorcidos que qualquer verdadeiro fóbico elabora com requinte. Olha disfarçadamente os companheiros de viagem a ver se vislumbra neles, indícios de quem espera, não tarda, a sua ultima hora. Se encontra alguém que conhece sente-se safa, agradecida, permite-se respirar um pouco melhor durante um breve momento. Homens a ler jornais ainda melhor, quem lê com tanta desfaçatez perante tão grande perigo, só pode ser um vencedor e não é ali, naquela casca de lata, que encerrará o derradeiro capitulo da sua vida. Gosta de viagens em que a partilha com muita gente nova, estatisticamente têm maior esperança de vida; um pouco como os tipos anti-vacinas que não vacinam os seus filhos mas que, obtém pela vacinação dos outros, a benesse da coisa. Sente, por essa altura, que todas as reflexões que fez para se convencer de que não vai morrer já, não ali, não agora, são tão estúpidas e inúteis que se apetece esbofetear até perder a consciência. O comprimido fez um bocadinho de efeito, um bocadinho só, a cabecinha fica leve mas basta um tremelique do passageiro a espirrar no banco de trás para ligar as antenas, instantaneamente. Abre o livro pela décima quinta vez e a frase que começou a ler tem as letras a rodopiar. Faz um esforço de concentração e lê novamente só para perceber 5 minutos depois que não percebeu nada porque em todo o tempo que tentava juntar as palavras, só a atenção se concentrou nos vinte poços de ar inexistentes, nas alterações do ruído do motor e até a luzinha vermelha das asas lhe parece um curto-circuito antes de perceber para que serve. Mas até que perceba houve mais um friozinho na espinha, por aquela altura já foram vários e tem os pés, as mãos e a ponta do nariz gelados. As desacelerações do motor, simples desacelerações de motor, são segundo a sua percepção, inicio da falha do motor esquerdo. Sempre lhe disseram que um avião funciona com um motor só, de banda talvez mas funciona, mas também sabe que, segundo a lei de Murphy, se algo corre mal, as probabilidades de que tudo corra mal são altas e sendo assim, a seguir ao motor esquerdo vem o motor direito e não lhe parece plausível que um monstro de 100 toneladas plane qual gaivota serena no cimo de uma falésia, sustentada pelas correntes ascendentes. Com toda a probabilidade, neste caso os ventos seriam descendentes e a afunilar para o caos lá em baixo, dez quilómetros a pique até não sobrar cacos.<br />
Por esta altura já se consumiram 30 minutos de voo e contra todas as previsões, o avião continua no ar o que, só diminui a probabilidade de se manter assim. A catástrofe está iminente e não percebe do que se está à espera para que aconteça. A espera mata-a! O comandante a querer ser solicito só enerva mais com conversas parvas do tipo " a viagem prevê-se sossegada a 11 km de altitude com -40 graus celsius e a voar a uma velocidade de 900 km/h". Dispensa-se tanta informação porque já se sabe o que fará com ela, tudo questões pertinentes e plausíveis para quem não tem os pés assentes no chão: Quantos minutos para passar da altitude 11 à altitude 0 a uma aceleração de 9.8m/s em queda livre?! Qual a velocidade de congelamento do corpo humano com temperaturas de menos 40 graus?! Com a cabina despressurizada qual a capacidade do ser humano resistir com o ar rarefeito caso a máscara de oxigénio encravar e não cair?! Com os nervos quer fazer xixi mas não se atreve não vá a porta de emergência, ao passar por ela, ser sugada para fora por um qualquer fenómeno inexplicável. Não aproxima a cabeça da janela, pede sempre um lugar na coxia, não vá a gaja rebentar, foi por isso que as fizeram redondas, para que não haja pontos fracos que cedam, os cantos. Se elas são redondas é porque já as houve quadradas, ninguém no seu perfeito juízo pensa em fazer janelas redondas, a não ser que já tenha havido merda! E no entanto, as redondas também não lhe inspiram confiança, as borrachas do vidro exterior estão meio encarquilhadas, daí até o vidro estilhaçar-se e lhe puxar a cabeça como uma rolha numa garrafa de champanhe é um passo.<br />
Uma hora passou, já toda a gente comeu o manjar oferecido menos ela, a comida não passa, mais vale oferecer ao esfomeado do lado, daqueles que do avião aproveita tudo, só não come a toalhita refrescante porque nunca gostou do sabor a alfazema. Fecha os olhos a ver se deixa de pensar, mas se deixar de pensar deixa de estar alerta. Tem que controlar tudo, se controlar tudo, nada lhe passa despercebido. Por altura da aterragem surge a primeira ideia consoladora, tenta convencer-se a si própria que cair de uma altitude de 5000 pés deverá ser mais simpático que desde lá de cima, Pelo menos não deve estar tanto frio. Batalha com a perspectiva de ouvir o trem de aterragem a descer, pondera se será melhor em caso de despenhamento o avião cair na terra ou no mar, se a morte por afogamento será pior ou melhor que pelo fogo, não chega a nenhuma conclusão, Com a profundidade das suas reflexões entra num momento de transe em que, o mundo fica suspenso, até que depois de um tempo que lhe parece sempre comprido, sente a sacudidela do trem na pista e tal como sente fora de si os motores a travarem, um imensurável alivio percorre todo o seu ser e suspira profundamente.<br />
E no final de tudo, fica maravilhada como, contra todas as perspectivas e previsões, nada se passou.<br />
<br />
A ver se faz menos filmes da próxima vez, e no entanto, da próxima vez há grandes probabilidades de ser dessa vez, ninguém tem assim tanta sorte, tanta vez!<br />
<br /></div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-49696030506859511422016-02-26T22:05:00.001-01:002016-02-26T22:16:57.525-01:00<div style="text-align: justify;">
Um dia típico de aulas da escola publica dos últimos anos é um dia em que, por mais criativa e susceptível de elaborares cenários que sejas, nada te prepara para a singularidade rotineira de cada tempo de aula. Vais armada da tua maior e quase inesgotável paciência e numa espécie de fatídica inevitabilidade enfrentas cada hora com a perseverança dos bravos ou dos loucos, de acordo com a perspectiva. Surpreendes-te, no final, que ainda te mantenhas sã e capaz de um raciocínio lúcido e critico. Passas uma esponja pelo assunto ainda que não esqueças para que possas, no dia seguinte voltar à batalha de nervos e palavras e acções e saíres inteira no processo. No final de tudo, do mês, do ano, da década, curiosamente, ainda acreditas que ajudaste na mudança de algo, de uma visão, de um desabrochar de alma, de um despertar de mente, de uma luz , de uma escolha para a vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Caminhas para a última aula do dia, vens cansada e anseias por esticar as pernas, libertar-te das sapatilhas, e fechares os olhos em silêncio. Tu sabes o valor do silencio, quando o tens tão pouco. És avistada pelos pré-delinquentes de serviço à escola, os enjeitados da casa onde vivem, os que a escola recebe como o último reduto antes de passarem a delinquentes de mão cheia. A ti dizem-te que tens que os aturar porque só tu é que o fazes, se não lhes dás a mão, eles rebolam por ali abaixo até a uma qualquer cela de qualquer prisão, ou nas garras da droga e do álcool, atoleimados e ignorantes antes de cumpridos os 30. Tens que aguentar porque a sociedade agradece. Aguentas! </div>
<div style="text-align: justify;">
Lá em cima simulam que cospem para ti, puxam o cuspo para dentro em esgares e ruídos de besta e retraem-se no último momento num qualquer acto de contrição. Os mais burros cospem-te mesmo mas como o percurso é longo, o cuspo prende-se na árvore mais próxima e fica a escorrer num fio viscoso. Com a calma só possível pelo engrossar da casca em muitos anos de uso, avisas que não entram, confirmas com o funcionário e são recambiados para outras paragens, que na tua não ficam, Limpam vidros ou o que houver que lhes limpe o sujo de dentro. Não percebem, estavam a brincar e nesse pressuposto que pela brincadeira tudo se consente, assentam todas as constantes boçalidades das suas vidas.<br />
<br />
Foi ontem, e hoje o dia repete-se e a constância dos comportamentos também. Outros personagens, uma linha comum. Em quatro momentos de um mesmo dia, de uma mesma manhã, quatro histórias de uma prática diária:<br />
<br />
- A turma é para quem têm pêlo no peito, de gancho e truculenta; não te permites distracções nem confraternizações; se queres fazer humor perdes o teu tempo, ironia é língua desconhecida, se elaboras muitos o discurso ofendem-se porque muito provavelmente estás a fazer troça deles; são humoristas, no entanto, mas num só sentido, o deles. Tentas ensinar e por vezes eles tentam aprender. Se no entanto tentas ensinar de uma forma diferente da forma como eles querem aprender, aparecem-te logo sete ou oito que te dizem como fazer, dizem-te que não, que não é assim que se faz e ofendem-se. São muito de se ofender, têm a sensibilidade à flor da pele como divas num palco enquanto vão lançando caralhadas e foda-se à discrição. Os que querem aprender, que são poucos, olham embaraçados em redor e fazem-se pequenos para que não sobre também para eles. Avanças uma e outra vez na senda de lhes fazer ver, fazer simplesmente ver a pertinência de uma acção, tentas que percebam. Dizes; "Tenta perceber que deves tentar sempre fazer a recepção da bola com as duas mãos! Um deles que pode ser qualquer um: " Eu recebo com as mãos que me apetecer!"<br />
- Uma hora mais tarde, outra turma, a cuspidora, rapazes de quinze, dezasseis, dezassete anos que não sabem quanto é 2x3 e que um minuto tem sessenta segundos. Porque metade da turma chega sempre tarde e faz disso gala, pergunto porque demoraram tanto nos balneários ao que um responde " estiveram a comer-se uns aos outros". Junto a turma e falo com eles, pergunto se acham adequado, correcto ou respeitoso para alguém, estou calma porque a explosão se reserva para apenas alguns momentos. Estou calma e questiono, alguns protestam e outros riem e nesse vai e vem de comentários diz o primeiro sobre outro que o interpelou " tu deves ser a mulher lá dentro!". Encerrou a tentativa de diálogo.<br />
- Uma turma de miúdos pequenos de onze, doze anos mas de problemas grandes e variados. Formação de equipas, faço por rodar por eles todos, um deles, um dos que escolhia e que já tinha escolhido os que queria arma o burro, pergunto o que se passa, responde " JÁ não há NADA de jeito para escolher!" Interrupção de aula, esta é formada por um grande conjunto de interrupções com momentos fugazes de aula. Faço ver uma e outra vez, faço por entender porque é inadmissível dizer que não há nada de jeito, não entende porquê. Ele e os outros, os renegados também;<br />
Noutro momento, a miúda má de serviço, uma espevitada de fogo nas ventas, malcriada e com a língua solta mais do que a conta, porque outro a irritava e um colega o pós no seu lugar, grita bem perto dos meus ouvidos " Chupa, cabrão!" Apercebe-se do que diz mas mesmo assim tenta desculpar-se, culpando o colega. É assim que os miúdos resolvem as suas culpas, desculpando os seus actos por reacção aos actos indesculpáveis dos outros, É a turma dos miúdos que a sabem toda, até da perversidade reservada aos mais velhos, a historia dos pais e das famílias retortas de contornos duvidosos, de bebedeiras, abusos e relações promiscuas com gerações de permeio.<br />
<br />
Esses são os miúdos e os jovens das freguesias rurais da banda sudeste da ilha, entre Angra do Heroísmo e a Fonte do Bastardo, Alguns, mas que começam a ser muitos.<br />
<br /></div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9202340835507098077.post-78116817874652761302015-12-28T18:55:00.001-01:002016-01-23T19:43:42.814-01:00<div style="text-align: justify;">
Era uma vez alguém que se casou. Foram muito felizes até um dia. Um dia a coisa descambou e ela fugiu dele e ele não quis. Fez-lhe a vida negra. Ela é a Arminda e ele o Maurício. Ao Maurício não lhe apeteceu que a frase " e foram felizes para sempre" terminasse e foi atrás dela a fazer cenas e a rebentar pneus do carro do Justino que veio a ser o novo namorado da Arminda, a ver se se esquecia do pesadelo do Maurício. Mas a modos que o Justino era um pouco para o amalucado e se bem que à Arminda lhe apetecesse arejar do casamento maluco não lhe apetecia logo de chofre outro maluco ainda que de uma forma diferente de maluqueira. Aproveitou o Justino mais um bocadinho e depois, porque há limites para o que uma mulher consegue aguentar, mandou o Jaime ir fazer disparates para outro lado. O Justino foi porque o Justino é uma pessoa que se ajeita muito bem às circunstâncias e gosta de ver toda a gente feliz à sua volta. No entretanto, o Maurício que não é de se ficar e porque a historia vergonhosa da Arminda com o Justino já lhe está a extravasar pelas narinas e a fazer pressão nas meninges, vai daí e resolve enrolar-se biblicamente falando com a ex do Justino, a Mariazinha que também um pouco incomodada que o Justino se meta com outras mulheres, achou desde logo poético e de justiça divina ir para a cama com o ex da actual do seu ex. A Arminda farta de estar sozinha tem uma epifania na visão de um namorado de outrora, o Romeu , de nome romântico e adequado aos anseios do momento e pede-lhe para lhe fazer um filho. O Romeu, que vê na Arminda a Julieta que nunca lhe chegou fez-lhe a vontade mas envergonhado pela impetuosidade movida pelo desejo não a quer ver desonrada e pede-a em casamento, A Arminda aceita feliz a ver se finalmente se acalma que tanta rebaldaria, não lhe faz bem. Já começa a sentir enjoos e não é do ser que lhe cresce no ventre, sempre foi dada a náuseas a andar em coisas, o remoinho da sua vida afectou-lhe o ouvido interno. A rematar a história o Maurício tristemente preterido e a achar que a vida não faz sentido, toma uma dose cautelosamente abusiva de benurons, com vontade de morrer mas nem por isso a ver se a Arminda se apieda dela e acaba com toda aquela loucura. Recupera na cama do hospital, não morreu , o que foi um alivio, onde já se viu morrer a sério, só se fosse tolo! E no entanto continua tolo, vivo e sem a Arminda, o que não era mesmo nada do que estava à espera. A Arminda essa, prepara o casamento com o seu Romeu e depressa não se vá arrepender no entretanto. O Maurício carpe as magoas num programa de rádio a que intitulou " Sentires" e manda directas à Arminda sobre o seu amor eterno. A Arminda assobia para o lado mas vai ouvindo uma e outra quanto a nostalgia lhe dá para isso.</div>
Bárbarahttp://www.blogger.com/profile/00944614830491274385noreply@blogger.com0